domingo, setembro 21, 2008

Relato de viagem, 48h no Alentejo e Algarve em autocaravana dos Knausers.

48h ao Alentejo e Algarve na semovente Knaus
Setembro 2008.


Era domingo 14 de Setembro, dia familiar lento, e quase a anoitecer, mas os trabalhos pendentes estavam derrotados, que fazer?
Pois que tal um caderno de encargos que permitisse recolher mais uns dados para um parecer já semi escrito, e já semi testado nos foruns de autocaravanismo?
O relatorio sobre autocaravanismo, em discussao publica, promovido pela CCDRA, e já divulgado na Newsletter merecia esse esforço. Afinal uma parte substancial deste relatorio é o trabalho de campo feito, com fotos dos locais mais apetecidos pelos autocaravanistas que visitam o Algarve...quase um guia de areas de pernoita e estacionamento...

Bora lá?
A consorte anuiu. Tanto basta.
Descer rápido uma maleta tipo saco com os essenciais, e com a viatura, estrada fora, pela A8 e Crel, direitos ao parking da semovente Knaus sport TI 700UFB, em Alenquer.
Troca de volantes, de posição de condutor, meia volta a chave de ignição, após as luzes de controle se apagarem ate so ficar a vermelha do travão. Depois aproar a EN nº 9, e dali a ponte da Leziria. Rumo a sul. Eram já umas 18.45h.
Sempre pela auto-estrada. Rumo a Vila Nova, depois do telefonema confirmativo de gente amiga à espera, e disponivel para um jantarinho na povoação mais mentirosa de Portugal, pois não nem é Vila, nem é Nova nem tem Mil Fontes....

Pelas 19.45h a andar rapidinho, passava-se Alcacer do Sal, depois Sines, depois a rota quase para Porto Covo, e o desvio a esquerda para Vila Nova. Sem GPS, sem mapa, quase de olhos fechados, porque o caminho também é velho conhecido.
Pelas 20.45H já na rotunda da escola, o telefonema reconfirmativo da morada...pois são só mais 4 rotundas....e depois...lá chegamos, e numa lateral à principal, excelente estacionamento da autocaravana num recorte amplo e vazio...Ficou legalmente estacionada. Persianas corridas, e entretanto chegava a nossa Vila Nova Connection. Abraços, beijos, que bom é rever amigos em viagem!

Acertos finais para o jantarinho. Vamos de carro! A escolha tem de ser de quem conhece o local, o convite era nosso. E lá fomos já noite fechada com uma lua cheia medrosa, como aqueles candeeiros solares em que as pilhas se vão desgastando, e a luz baixa de intensidade para os mínimos.
Ora bem, chegamos então a zona do canal, mas antes passamos ao longo do Rio por via marginal, por dois estacionamentos, um logo após o casario, à esquerda, em plataforma de areia, onde se acolhiam varias autocaravanas com um vista decerto excelente....outro, mais adiante , afastado e com painel informativo que as AC so podiam estacionar por 3h, nada que nos interesse, não iamos a praia...ao fundo, junto ao farol, há mais uns lugares de estacionamento, e na duna, ao fundo, frente ao mar, um restaurante...mas não era esse a meta.


Na zona final da estrada para o canal há um restaurante do lado direito com um amplo parque de estacionamento, depois, descendo para a esquerda deixa-se a plataforma e parking, onde aprentemente não se vêem sinais de poribição de estacionamento de AC, e em rampa vilsumbra-se logo a meca do nosso destino dessa noite: o Portinho do Canal.
Restaurante simpático, amadeirado, amplas janelas que de noie e fraca lua pouco mostram do mar em frente, patrão hsopitaleiros e comes...aquela hora reconvertidos em petiscos: salada de polvo, salada de ovas, camarão frito, mais pão torrado e com manteiga, azeitonas, mais vinho, coke zero, café, bolo, a incluir os tês...são 31 euros. Telefone para marcações ou encomendas, (especialidade a cataplana de tamboril, ou de marisco, e o arroz ou açorda de marisco) é o 283996255.

A conversa longa não foi posta só em dia no repasto. Continuou no trajecto back home, e depois prosseguiu ainda na morada hospitaleira. Aqui o dificil foi explicar e resistir ao convite de dormida no quarto dos hóspedes, mas que não, a cama da autocaravana esperava e nos temos hábitos matutinos, de manha acordar cedo, e cedo erguer! Beijos, abraços, despedidas, e quarteirão ao lado, entrar e dormir na autocaravana. O sono dos justos, em silêncio de um domingo de meio Setembro. Como se dormiu fora de um camping, os maximalistas do autocaravanismo de rua, aqui exultam!

Segunda feira de manhã, 15 de Setembro. Alvorada natural as 7h. Pelas 8.15, tudo pronto e após pequeno almoço habitual de café com leite e torradas, move-se a semovente, e volta a estrada principal, passa-se a ponte do rio Mira com brumas para nascente, e o horizonte da foz limpido. Estrada livre e sem grande trânsito, sempre a descer para sul até pegar a A22 Via do Infante, a uma velocidade de passeio, calma.

Era tempo de um telefonema para a Praia da Rocha. Mais um amigo, mais um olá, por cá, e o acerto de um encontro na praia frente ao Hotel Jupiter. Lá entramos na via de saida com a vista do Hoteld e Portimão ao fundo, e depois sempre a direito, sempre para a Praia da Rocha, quando se vê o mar há uma rotunda final, aí vira-se aos ¾ de hora, e sempre com predios do lado direito, vê-se logo a esquerda um parque de estacionamento de autocaravanas bem repleto...mas não era esse o nosso destino...seguimos ate a rotinda seguinte, depois um quarto de volta a direita e numa urbanização agradavel, foi estacionar.







Sem problemas de espaço, lá ficou a Knaus, tambem legalmente parada ao lado de primos automoveis, e não muito longe de outra autocaravana, matricula portuguesa, com um dos rodados a coxear em cima de uns calços de madeira. Correram-se as persianas, em total black out enfiaram-se os fatos de banho, e em minutos já estavamos a descer para a praia, para os braços e abraços do amigo comité de recepção. Bom mesmo o reencontro!

Ala pois para a praia, para os passadiços de madeira longuissimos, mas que o POOC aceita, ao longo de muitos restaurantes estilo palafita, todos militarmente uniformizados com a mesma farda arquitectonica, tipo hangar de aeroporto. Cada um deles tera custado uns 200.000 euros aos antigos concessionarios de barracões de Madeira obsoletos perante a ASAE.

Para conversar nada como um café numa dessas novas esplanadas...e feita a inspeção aos sanitários...irrepreensiveis...e aos chuveiros...igualmente irrepreensiveis, com duche quente temporizado, e tarificado a 1 euro. Ok, parece do melhor, e acessivel, não apenas aos clientes das infra-estruturas, mas de todos os utentes da praia.

Posta em dia a conversa, acerto do programa. Amigo não empata amigo, e assim fomos ate quase a praia do alemão, pelo tunel do comboio, e regressamos pelo tunel rochoso da avó, para o banho do casal Knauseriano, os anfitriões regressaram e acertaram no reencontro para almoçar as 13h junto da autocaravana. Banho excelente em maré montante, muita gente na paria, estarngeiros em quantidade suficiente e portugueses tambem. E animação de motas de agua, kit surf, pedaleiras gaivotas, barcos, canoas, como se estivessemos em pleno Agosto....ficaram nas fotos...

Até que de repente no areal se vislumbra uma autocaravana. Que topete! Face as leis, regulamentos, operaçoes noticiadas da GNR, como tal sera possivel? Quem é o prevaricador ousadao? Um portugues? Uma recolha de abaixo assinados pelo livre estacionamento? Um estrangeiro? Vamos a ver...e é uma empresa de higiene e segurança do trabalho totalmente destemida, desinibida, e ao trabalho...comentários para quê? Fica a foto. Sem delação, isto é, sem matricula.

Dia quente, banho quente, caminhada de regresso para os chuveiros quentes, e portanto tudo a pedir almço frio de salada...em esplanada fresca. Bom agape entre amigos, e depois passeio digestivo até ao forte da Praia da Rocha, vistas sobre a foz, a marina, a praia e o castelo de Ferragudo. Paisagens de eleição. E depois o adeus, um ate breve, qualquer-dia.

Rota retomada pela Via do Infante para outro objectivo do caderno de encargos. Ver o parque de campismo de Cabanas ditod arIa formosa, inaugurado em Maio de 2008 e encontravel na net em:
http://www.campingriaformosa.com/
La fomos. Objectivo: verificar a sua adaptabilidade ao uso de autocaravanas, atentos aos comentariso que constam do relatório da CCDRA sobre autocaravanismo. Resolvemos ficar para a estadia e pernoita. Como nós, varias outras autocaravanas...suecas, belgas, francesas, ingleas, espanholas, holandesas...em maioria, sobre qualquer outro tipo de ocupação, fosse em tendas ou caravanas...poucos portugueses. Notamos, com estranheza, que não pareciam constrangidos, nem exibiam nenhum uniforme de aprisionados, apesar de estarem num parque de campismo.

Aqui fica o nosso veredicto:
Pró:
camping plano e amplo para faceis manobras
limpeza, localização, equipamentos e acessos excelentes
instalaçoes sanitarias gigantescas, area de apoio construida de restaurante e supermecado mais do que suficientes
piscina de adultos mais do que suficiente, e de crianças idem.
Jardim infantil de 5 estrelas
area de serviço para autocaravanas suficiente.
Modernidade do controle electronico de entradas de pessoas
È mesmo assim:
preço para autocaravanas sem tabela propria de forfait (pagou-se 13,50 sem electricidade)
barreira de controle após curva, e não na recta de entrada.
distancia de 1,4km da praia e centro urbano
ausencia de navette (publica ou privada) entre o camping e o centro.
Aluguer de bicicletas apenas aberto da parte de manhã.
Ausencia de sombras
ausencia de bungalows para alugar.




É de sublinhar: clientes em maioria de autocaravana, e estrangeiros. Como a praia e o centro ficam a 1,4km (ida e volta portanto já a superar a meia légua) há que prever que muitos autocaravanistas não o utilizem, pois nem todos se fazem acompanhar de bicicletas, ou outro meio similar, ou não têm já idade pelo tempo de reforma para o fazerem...e, por outro lado não gostarão de ficar fechados no camping, a menos por uma estadia curta, para repor energias de viagem, abastecimentos, ou apanhar bronze na piscina. Mas, sublinhe-se, não há duas pessoas iguais, e gostos não se discutem, e por isso a apreciação global é bem positiva, e este camping tem de facto condições para apoio activo aos autocaravanistas que também frequentem parques.

Fica a sugestão com boa intenção:
prever aluguer de bicicletas todo o dia
tentar criar uma pequena navette do camping
acordar com o Clube Portugues de Autocaravanas, e ACP Automovel Clube de Portugal um tabela forfait para autocaravanas, eventualmente em zona propria demarcada.
Antecipar a colocação das barreiras para a recta que antecede a recepção (facilita a curva às autocaravanas longas, e aos conjuntos longos de carro e caravana.

Passamos pois uma noite no Camping.
Quanto ao jantar fomos a pé, pois então! Até a praia de Cabanas e regressamos pela mesma via. No problem...
A ideia era ir ao Jerónimo comer a alhada de raia, já referenciada e recomendada em outra crónica da Newsletter...mas correu mal.
Começamos por se escolher uma mesa, na esplanada, livre, para os dois, e só depois da escolha, um empregado vem dizer que não, pois estava reservada....ocupa-se entao, ordeiramente, uma segunda mesa para dois...nao reservada, e pede-se a ementa...alhada de raia esgotada, ok, prossegue a procura na ementa de alternativa, e eis senão quando, a mesa reservada, deixou de o ser, e vai pelos ares juntar-se a um outro bloco de 4 lugares...assim não. Por principio, não ficamos em restaurantes que tratam assim os nacionais...de facto, a estrangeirada é sempre a preferida, por mais gastadora...

Seguiu-se a alternativa quase ao lado, o Restaurante do sr. Desidério Monteiro. Monteiro para a fachada, Desidério para a cozinha, e para os amigos e conhecidos, com a mulher a servir à mesa. Ganhamos com a escolha, Recomendamos o Monteiro. Qualidade de serviço Ok, mesas livres e não encapotadas e reservadas para estrangeiros, na esplanada. Preços Ok. Escolha de ementa ampla (sem a alhada de raia) mas com filtes de polvo fresquissimos..e sardinhas, muitas, boas, e à maneira. Preço tudo incluído, vinho, café, pão, azeitonas, etc foram três merecidas notas rosadas, 30 euros.

A noite enluada tinha grilos por tudo quanto era arvore, durante o caminho ( e de dia tinha cigarras). Mas dormiu-se o sono dos justos autocaravanistas em parque de campismo, para desgosto, escandalo, e espumar de raiva dos caudilhos dos fundamentalistas anti-parques de campismo. Que como sempre, tocam anónimos o sino a rebate, sem ousar dar a cara...

Amanheceu fresco o dia de 16 de Setembo, 3F, pelo raiar do Sol às 7.3oh. Vento fresco a soprar desconselhou a programada ida à praia, e a passagem de barco para a Ilha de Cabanas. Uma pena.

Prossegue então o trabalho de campo de reconfirmação do relatório da CCRDA. Rumo a Manta Rota. Um novo parque de estacionamento espectacular, excelente, amplo, sem parquimetros ou tarificaçao de preços (!) mesmo a sugerir ali o estacionamento, quiça a pernoita da autocaravana. Porém, todavia, contudo...esbarramos num cartaz informativo, e desanimador de proibições, e que aqui fica em foto. E fica também no forum do portal Camping Car Portugal para alargada troca de impressões. Está em:
http://www.campingcarportugal.com/forum/viewtopic.php?t=331

Seguiu-se pois caminho para a auto-estrada, em direcção a Castro Marim, para passar a ponte para Espanha e visitar um dos grandes atractivos turisticos do Alagrve: as bombas de combustivel de Ayamonte, no caso concreto a bomba da BP, logo na primeira rotunda, com gasoleo a 1, 178, quando a GALP em Portugal apregoava 1,309 no mesmo dia. Com um depósito a acender a luz de alerta (tinha sido cheio em Espanha frente a Vilar Formoso, no regresso da ultima viagem) e quase esgotado nos seus 100 litros de capacidade foi mesmo de reabastecer....e depois estacionar, logo ao lado, no amplo parque dos seupernacdso da Mercadona para comprar agua, e outros pequenos viveres, de preços mais pequenos, também porque o IVA em Espanha continua anão, isto é 16%, e não atinge sequer a maioridade, em vez dos 20% nacionais.

Ora, regresso a Portugal, e rumo a norte, desvio da estrada principal para a foz de Odeleite para seguir pela estrada de Guerreiros do Rio, ao longo do Guadiana, ate Alcoutim, viagem sempre de se fazer pela paisagem. Aqui não há problemas de estacionar, logo depois da ponte, há um amplo parque de terar batida onde aliá já estava mais uma autocaravana de turistas ingleses. Lá ficamso gratuitamente, durante o tempo da visita que valeu a pena ao Castelo de Alcoutim, e à exposição dos jogos arabes. Entradas a 2,50 eurso cada adulto. È ver as fotos...




No final um café, aliás dois cafés, um euro, no excelente miradouro sobre barcos e iates, Espanha e o Guadiana, com uma estátua de um GNR marmóreo, a prescrutar horizontes que perderam contrabandistas com a integração na União Europeia, enfim, mais um desmpregado político-tecnologico. Tempo descansativo com temperatura e visibilidade de céus azuis.

E volta a roda do tempo a andar, mais uma voltinha para o menino e para a menina. Ao volante da autocravana coma consorte ao lado a ver GPS e mapas...será que dá para chegar ao Pomarão, já nosso conhecido, mas indo pelo sul? Um atlas espanhol, diz que sim..ha estrada directa de Mouriscas para o Pomarão...e o caminho do GPS, pela Route 66, confirma...ha estrada directa pelo sul para o Pomarão...Só faltou consultar o mapa do ACP, e devia...

Ora bem, não há nenhuma estrada pelo sul para o Pomarão, continua a faltar a ponte...mas isso so se reconfirmou em Mesquitas....quase entalados em ruelas sem saida, com um alentejano, que explicou que só por terra batida se chegava ao rio, e depois para o Pomarão, só de barco, que a autocaravana não passava. Pois lá se atrasou o almoço, então...meia volta, rumo à nacional, passar por Mértola, aqui hesitação...comer em Mertola, ou nas Minas de São Domingos? Pois nas Minas e ver (rever) a praia fluvial.




Lá fomos a São Domingos, almoço no restaurante da Estalagem de São Domingos com atendimento de duas gémeas eslavas...ou quase. Ambiente de estradistas, qualidade de caminheiros, preços por aí...ou seja, o casal 21€ por refeição completa. Sem café, reservado para a esplanda do bard e paoio a paria fluvial. No amplo estacionamento estavam três autocravanas, nós incluidos: a outra portuguesa, e um camper ou auto vivenda, francesa. Parece excelente para estacionar e gozar a praia (aguas certificadas) e ate para pernoita. Nenhum sinal indicativo do contrario naquela praia fluvial da Tapada Grande...Area de serviço de aguas, electricidade e depejos, não se viu. Do que se viu, ficam as fotos. E recomenda-se....

Feito o descanso, que não a sesta, começou o regresso aconselhado entretanto por telefonemas a marcar compromissos de trabalho para o dia seguinte, na grande Lisboa. A estrda foi-se desenrolando...por Serpa, por Beja, Sta Margarida do Sado, e por ai fora para norte, com paragem no Canal Caveira. Um café, umas compras de vinho, um desentorpecer de pernas. Por fim a chegada ao Alenquer Camping - que tem um protocolo com o CPA- Clube Portugues de Autocaravanas, para um mergulho na piscina, e um churrasco de fim de tarde. Foi pois simples, o retorno à base de parqueamento da AC, sempre pelas nacionais, e com travessia do Tejo pela velha ponte de Vila Franca de Xira.

O balanço destes dois dias, ou duas noites de sortida, completaram-se em cerca de 1100Km, a uma média a olhometro de 11L /100 a andar rapidinho, e de 10L/100 em ritmo de passeio.

Seria desejavel mais tempo, mas a vida é o que é, e não aquilo que nós queremos que seja. Basta a certeza de vai haver mais. Logo que, o quando, se transforme em amanhã....

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