quinta-feira, setembro 28, 2006

Badajoz à vista...e Braga por um canudo?

26-09-06. Badajoz.
(fonte www.webcampista.com)

La Asociación Extremeña de Autocaravanas pedirá al Ayuntamiento que habilite una área con una mínima infraestructura junto a la nueva Ifeba para estacionar estos vehículos cuando estén de paso por la ciudad. Según el presidente de este colectivo en la región, Antonio Fernández Antúnez, «las necesidades son mínimas, ya que sólo es necesario espacio para tres o cuatro autocaravanas con una toma de agua y un desagüe.

Cáceres lo tiene en pleno centro y en Zafra también hay área especial para autocaravanas, un servicio que apenas tiene coste y que hace que la gente venga a la ciudad que cuenta con ellos, ya que entras a formar parte de una lista mundial y por Badajoz pasa muchísima gente en autocaravana».

Según dice este autocaravanista -que además es vicepresidente de la recién creada Federación Española de Autocaravanas-, «hemos pensado que junto a Ifeba hay espacio de sobra, está vigilado y tiene al lado el parque de Lusiberia». La Asociación Extremeña de Autocaravanistas se creó en la primavera de este año y sus integrantes son ya casi una veintena. Entre otras actividades, acudieron a una concentración celebrada hace dos fines de semana en La Codosera, donde propusieron marcar rutas para conocer mejor la comunidad autónoma.

segunda-feira, setembro 25, 2006

dia 27 de setembro, dia mundial do Turismo


autocaravanismo é turismo!
autocaravanistas são turistas...

É jà depois de amanha...4F

Será que os responsaveis pelo turismo em Portugal, a nível nacional e das autarquias se poderão lembrar destes temas?

Será que os jornalistas em geral e os das publicações espaciliazadas em Turismo, e viagens se lembrarão do tema?

Será que as associações dos consumidores, dos automobilistas, e dos autocaravanistas, e até do sector do campismo, se lembrarão do tema?

Será que se lembram deste segmento de turistas, quer a nivel de nacionais (turismo interno) quer de estrangeiros (turismo de importação)....que tem a vantagem de se realizar todo o ano, corrigindo assim a sazonalidade, e não exigindo investimentos vultuosos?

Claro que também os industriais e comerciantes do sector, de viaturas AC, de equipamentos e de acessorios deviam ser dos primeiros interessados em secundar esta sugestão!

E porque não também as associações do comércio tradicional, dos restaurantes e similares, enfim das instituições culturais? não valerá a pena captar consumidores ao longo de todo o ano? e que viajam pelo interior do País? e que procuram especialmente a gastronomia local, o artesanato regional, e conhecer as gentes e o património ancestral?

domingo, setembro 24, 2006

parque de autocaravanas da carrasqueira em Silves


fica mesmo antes das Caldas de Monchique, vindo de Portimão...
Está classificado como parque de campismo rural ( mas reservado a autocaravanas)
tem 14 lugares, cada com torneira, tomada de electricidade e escoadouro de aguas sujas
preço 12, 50 euros por noite, tudo incluido
tem sanitarios, e ponto de vazamento de cassete quimica

junto à zona das autocaravanas ha uma exploraçao de turismo rural (ver foto)


http://www.valedacarrasqueira.com/pt_turist_info.htm

sábado, setembro 23, 2006

rue des portugais ...PARIS





Paris, é assim mesmo, cada vez que ha uma deslocação a Paris, mesmo para quem conhece a cidade, há sempre mais a descobrir. Não própriamente coisas novas, mas coisas antigas já existentes, mas que se descobrem, (como a rue des portugais ou redescobrem (como a òpera).

Desta vez, contenção obriga, a easyjet levou a palma em preços a TAP.

O truque é não ficar sempre no mesmo hotel, nem no mesmo bairro. Assim, só o reconhecimento do quarteirão que se esteja é motivo para descobrir recantos, jardins, estatuas, museus, bistrots, pintores e bouquinistes, do Sena etc.

Das primeiras vezes que fui a Paris, lá para os idos de 72, a minha zona de eleição era a do Faubourg de Mont Martre, e os espectaculos os da altura, Jesus Cristo Superstar, Godspel, Oh Calcutta, que em Portugal nem falar, e quem era bafejado pela hipotese de viajar, podia escolher ver entre Londres ou Paris, e depois foram sendo esquadrinhados quase todos os quarteirões...o Quartier Latin, os Invalides, os Champs Elysées, Montparnasse, Tour Eiffel, O Arco de Triunfo, etc...




Desta vez calhou em sorte a Av Kleber, e assim, as passeatas a pé e também de Metro estenderam-se durante km, para chegar aos lugares de culto de sempre, desde as margens do Sena até ao Boul Miche e a St Germain, e depois até a zona da Opera...Com bom tempo, com as castanhas a cairem no chão, com o Sena suave sob o peso diáfano dos bateaux mouches, e das arrastados batelões de carga. Cruzar com turistas, clochards, funcionários e belles de jour, dá para respirar um ar europeu, a passear entre residentes cada vez mais desvairados de raças, cada vez mais imigrantes do norte de àfrica e do leste.

Ficam as fotos a perpetuar os passos dos olhos pelas paisagens de Paris. Pé ante pé, para melhor surpreender o detalhe, o apontamento, o registo que a memória deixa desvanescer. O Grand Café, a chama meomorial de Lady Dy, a estatua de Lafayette e Washington, os monges budistas musicos de St Michel, etc. etc...
Lá voltaremos, sempre que tal se proporcione!

terça-feira, setembro 19, 2006

mais um espaço para AC em Espanha

Em Miranda de Ebro, depois de Burgos e a caminho de S Sebastian (pela autopista gratuita da N1 (ver fotos e reportagem no link)
http://www.lapaca.org/eventos/mirandaebro.html

Quando mais noticiais destas em Portugal?

domingo, setembro 17, 2006

Viajar com animais...regras da UE

Texto em francês, obtido do newsgroups de camping car do Yahoo

Voyager avec des animaux de compagnie

Les règles pour voyager avec des chiens, chats et furets (animaux de compagnie) entre les états membres de l’Union européenne ont été harmonisées. Cette réglementation ( Règlement européen 998/2003/CE) est entrée en vigueur le 1er octobre 2004.

Voyager vers un état membre de l’Union européenne :
§ Identification par un microchip (HTML) ou tatouage
§ Vaccination contre la rage
§ passeport européen (HTML)
§ Pour la Suède, le Royaume-Uni, l’Irlande et Malte, une procédure particulière est en vigueur. La Finlande impose également des conditions supplémentaires.

Retour en Europe après d’un voyage vers un pays situé hors de l’Union européenne :
Les règles du pays de destination sont d’application mais aussi les règles pour le retour vers l’Union européenne. Ces dernières peuvent être différentes selon que le pays de destination figure ou non dans la liste européenne des pays.
Pays figurant dans la liste des pays :
§ Pas de des conditions supplémentaires

Pays ne figurant pas dans la liste des pays :
§ Prise de sang 30 jours après la vaccination et avant le voyage. L’analyse doit être effectuée dans un labo figurant sur la liste européenne (Belgique : Institut Pasteur).

Voyager vers l’Union européenne à partir d’un pays situé hors de l’Union européenne :
Ces règles peuvent différer selon que le pays figure ou non dans la liste des pays.
Pays figurant dans la liste des pays :
§ Mêmes conditions que pour les voyages à l’intérieur de UE (HTML). A la place du passeport, un certificat de vaccination dont le modèle a été fixé par UE (HTML) ;
Pays ne figurant pas dans la liste des pays :
§ Prise de sang 30 jours après la vaccination et avant le voyage. L’analyse doit être effectuée dans un labo figurant dans la liste européenne.

Rabies - récapitulatif (.PDF)
Information plus détaillée (HTML)
Liste européenne des pays (WEB)

sábado, setembro 16, 2006

autocaravanismo tambem nos blogs do semanário SOL....e

Blog no Sol criado dia 16 de Setembro



Já foi colocado um post num novo blog do semanário SOL , que reflecte o artigo do Publico de hoje domingo, 17/09/06, comentado no BLOG de autocaravanismo do Semanário SOL:


Duas páginas, do Publico, 26 e 27 sobre o tema.comentárioO clássico problema deste sector, falta de legislação, bem poderia ser compensado por atitudes pragmáticas e de bom senso, quer de autoridades públicas a nível nacional quer das locais. Por exemplo, porque é que as inspecções das viaturas e a sua velocidade máxima, não são as mesmas que as demais viaturas até ao peso de 3,5t ( se for esse o peso da autocaravana mais comum?). Porque não olhar o que se passa em Espanha? Porque não as Câmaras criarem parques de estacionamento (não de campismo) adequados às autocaravanas, obviamnet dotados de parquímetros, se necessário? Porque é que o Automóvel Clube de Portugal não integra este sector nas suas preocupações...será por não ser tão chic como o golf, ou menos radical que os dos motards?Sempre haverá talvez, umas sete razões para este negligenciar do autocaravanismo como segmento emergente e valioso do turismo, acarinhado em França principalmente, mas enjeitado em Portugal:
1) os governantes, sentados em viaturas topo de gama não sabem nem querem saber de turismo que não seja em hoteis de 5 estrelas e em viagens de avião de 1º classe....idem os srs deputados .
2) os presidentes de câmaras são "elections motivated" e não há imobiliárias, nem patos bravos, nem empresários urbanizadores que os ajudem a "pensar" em captar turismo de novos segmentos...
3) o mercado da oferta é pequeno, incipiente em grande parte, individualista e mais "comerciante" do que do sector dos serviços ou da produção logo, pouco se preocupa com a post venda...e o cliente.
4) o sector associativo dos utilizadores também é fragilizado, pelo autismo do ACP (em 2006...), e pela pequena dimensão do Portal do Campingcar e do CPA (Clube Portugues de Autocaravanas) que tira 1200 ex do seu Boletim...
5) a Comunicação social, sem pressão de anunciantes do lado da oferta do autocaravanismo, não considera politicamente correcto ou interessante nada que não seja opção dos grandes empresários, dos políticos, ou das tias...e assim só muito pontualmente é que dedica algum espaço ao tema.
6) Os parques de campismo, na sua maioria, não se adaptaram ainda ao fenómeno das autocaravanas, o que significa deverem ter locais proximos das entradas para o seu estacionamento de 24h, preços mais adequados, e ainda serviços próprios de àgua e despejos para aquelas.
7) os comerciantes, através das suas associações, ainda não se aperceberam que os autocaravanistas são consumidores do comércio tradicional todo o ano, gastando em média 50 euros, por dia e por pessoa, pelo que interessa proporcionar-lhes estacionamento fácil...Ou não será assim?

Ver mais em:

Entretanto Público de domingo 17/09/06 traz reportagem sobre autocarvanismo nas pags 26 e 27:

As autocaravanas estão no meio de nós
Por Bárbara Wong (Textos) e Enric Vives-Rubio (fotos)
Normalmente são vistas perto da água. Junto a lagoas, barragens, em cima das falésias ou mesmo junto a monumentos. São motivo de alegria e de liberdade para quem as utiliza, mas de preocupação para os que as vêem cada vez mais e em todo o lado
Alugar antes de comprar
Direitos e obrigações
SOCIEDADE
Paulo Aguiar fez um escritório ambulante

segunda-feira, setembro 11, 2006

saiu o novo Boletim do CPA, clube portugues de autocaravanas





pode ser consultado on line no site do CPA (ver link neste blog) e no seu conteúdo para além de noticias váriais do sector, e dos próximos encontros de autocaravanistas, há referências a anúncios com descontos em seguros, vidros, etc...

segunda-feira, setembro 04, 2006

Verao 2006, meia volta a França.




Meia volta a França em auto caravana, Verão 2006.
Preâmbulo
Por definição da sua natureza o preâmbulo é escrito no final dos textos que antecede, e o epílogo que aparece no final normalmente é pré escrito…Para começar diga-se pois que a viagem Volta a meia França, ou Meia volta a França, tem implícita a ideia do tour de France não dos ciclistas, mas dos compagnons du devoir, ou da compagnonage- http://www.compagnonnage.org . Foi desenvolvida em papel, com recurso a uma pequena biblioteca turística, que depois nos acompanhou no desenvolvimento do itinerário, e de buscas da Internet, gravadas em “pen”, mas que a bordo do semovente não veio a ser consultada.
não esquecer:
Guide des Relais Routiers 2006 (édition France)
Des bons restaurants pas chers et pour tous. Le Guide des Relais Routiers continue avec détermination la route qu’il trace depuis 1934. Il vous conduira le long des nationales et autres départements de la France profonde, là où l’on mange bien, où l’on boit de bons petits vins régionaux à prix sympa. Grâce à ses adresses de restaurants classées par département, par région, par qualité de réception et, bien entendu, par niveau de restauration avec ses fameux Relais Casserole, vous pourrez faire des haltes régionales gastronomiques. 404 pages Ref . : Guid2006 format : 15 X 22 X 2 cm public : 13,00 €



Ainda não foi este ano que me rendi a levart de companhia um cão de guarda, (mas toda a França está prperada para o apoio aos canídeos. ver foto do Dog´s Bar) nem o GPS, nem mesmo à internet Hi Fi, para utilizar em viagem, nem à câmara de recuo para as manobras de marcha atrás…o sistema utilizado continua a ser o três em um…co-piloto, GPS, e câmara, da marca V.E.R.A. Quanto a mapas, indispensável para a França, o Michelin 792 (em material quase indestrutível) para a na escala 1cm: 10 km, e o atlas Michelin (amarelo) na escala 1cm: 2km.

Note-se que a viagem teve quatro tempos, num total de cerca de 5.000Km em 14 dias, a partir de um domingo, dia 20 de Agosto de 2006.

A ida e volta directas Alenquer Biarritz e a volta, cada segmento cerca de 1050 Km, feitos numa só étape, de um só dia, de cerca de 10.30h, quase “non stop”, para vencer a distância.
A visita a locais pré determinados, e que constituíram na sua generalidade o objectivo e terminus, de uma étape diária: Palmyre, Fromentine, Yeu, St. Michel, Berck, Lago Der, Vichy, Rodez, Condom, Biarritz.

O percurso em passeio, por vilas, localidades e outros pontos de interesse, caso de Puy de Dome (falhado), Dijon, Condom, Villefranche de Roergue, Auvillar, etc., como em abaixo se fará menção e ilustrará com fotografias...incluindo as do pão, das feiras, e da gastronomia...
A praia, de mar, areia e sol, para banho e bronze, caso de Biarritz, um dia à ida, e mais dois dias no regresso.
Quanto a custos e outros detalhes…vêm no final, o tal epílogo, o “quod era demonstrandum”…ficam mais em conta duas semanas de férias a viajar em AC, para 2 pessoas, do que…numa ida ao Brasil, ou mesmo …no Algarve!
Todos os verões, desde há exactamente 25 anos, que faço uma peregrinação passando por Espanha e França, com uma única excepção: no ano de 1982, fiquei-me por Espanha. E peregrinação, porque é mais uma viagem interior, do que apenas uma romaria exterior. Quem sabe de simbolismo esotérico que me entenda, e que os demais me percebam.


1º dia, a 20 de Agosto.
Este ano, a partida foi ao domingo, vinte de Agosto, depois de um jantar irrecusável para 19, sábado, na Gôndola, em Lisboa. Saída as 7h da manhã do Alenquer Camping, www.dosdin.pt/agirdin directos a Vilar Formoso para nos abalançarmos a Biarritz, à praia Milady em Ilbarritz. E chegámos, às 7h da tarde, fuso de Lisboa GMT (greenwich meridian time). Do trajecto, a anotar apenas a compra de pão de centeio, ao deixar a fronteira imaginária portuguesa, depois, Salamanca, Valladolid, Burgos e a opção pelo desvio para Vitória, e depois ainda, seguindo sempre, em auto pista a indicação Francia, sem portagens. Quase no final, o susto do indicador da bateria no vermelho...mais o sinal de aviso de uma outra AC de que se estava a perder água!
Nem parar, nem sequer pensar em desligar o motor, rumo sim, e directo à saída nº 4 da auto-estrada francesa, Biarritz, e logo após as portagens, no posto de turismo o pedido de localização (ao domingo) de um depanneur 24h. Pelo telefone vamos até ele, e... a verdade é que logo se dissiparam 90% das apreensões: o alternador carregava, e a 2ª bateria estava com mais de 11,5 de tensão. Isto é, a do motor, e a da capucine...também. Mais explicações só numa empresa de camping cars.
Ok, a caminho de Bayonne, lá fomos, e ao domingo como esperado, a casa estava fechada, e pior indicação, à porta, painel de fechada, também segunda-feira. Telefonema para Lisboa para o Sr. Manel da Marcampo. Com os diagnósticos feitos, só uma terapêutica, bateria morta, bateria posta.
O excelente dia estava a acabar, passeio pelo porto, foto ao veleiro BELEM, e depois? voltar atrás para Biarritz, não valia a pena, a área de estacionamento de camping cars transbordava, ficar então na zona da foz do Adour foi a solução. Não no imenso aire de camping cars, apesar de haver ainda espaço, mas antes no novo estacionamento frente ao farol da torre de “pilotage” do Adour, junto à foz, na margem esquerda. Já lá estavam mais umas tantas auto caravanas, também portuguesas, francesas e alemãs.
Nada de barreiras de 1,90 a impedir a passagem, nada de proibição, ou sinais anti AC, mas, durante a noite um PV foi afixado pelos gendarmes sorrateiros, no para brisas de quantos confiaram na calmaria, isto é um pv (procés verbal), mudo e por escrito, com uma multa de 11 euros, por violar a portaria municipal de Anglet nº qualquer. Ao lado um francês, recém-chegado, e bem impressionado de Portugal, zona de Coimbra, Penacova e norte, explicava que cá (em França) as Câmaras comportavam-se como a DGV (direcção geral de viação) em Portugal, mais uma repartição de finanças para cobranças. Pois a mim ninguém me cobra, diria o Manuel Alegre, e aqui em França, eu estou com ele.
Positivo foi o jantar no Poisson a voile (peixe à vela), frente ao Adour, e a uma pequena marina fluvial com o sol no poente. Bom preço, boa confecção, boa quantidade para duas pessoas comedidas (nada de vinho, nada de entradas, nada de sobremesa) por 33.50 euros! (ver foto da pratada de mexilhões, camarão e lulas) .E isso, por um excelente prato de mexilhões, e misto de camarão e lulas fritas, em alho bem à vontade (bem ao ponto para quem gosta de alhadas) e picante, com os pimentos vermelhos da Espelette, do país basco. Imperiais em copo grande a 1,50 euros, café também, e o tal prato principal a 29 euros. Pão incluído e sem taxas ou sobretaxas, quantas vezes mais em conta do que em Lisboa? Ou no Algarve?


2º dia, a 21 de Agosto
Acordados sem pressas, torradas e café, fotos dos arredores, e busca de garagem com venda de baterias, e com electricistas. Primeira, nada feito, nada de baterias, na segunda havia baterias, mas não as adequadas, na terceira, o mesmo. Só num centro de venda de auto caravanas, em Tarnos, Robert Agest, mesmo na RN 10, é que sim senhor. Havia bateria de descarga lenta, para interior da viatura, aliás mais potente que a actual que se finou ao fim de três anos. Mas...há sempre um mas, precisava de ser carregada durante 24h antes da colocação. Pois que seja, amanhã, pelas 9h, voltamos cá a buscá-la, fica em nome de Carvalho. E na altura será montada (é preciso desmontar o banco do condutor para a colocar debaixo, nesse prático local) e feitas as verificações de conformidade.

Então ”bora” lá, de volta a Biarritz, ao Camping Pavillon Royal****, conhecido de há anos. Lugar? sim, acabou de sair uma auto caravana, e lá estacionamos frente ao mar, lugar nº 3, a dois alvéolos de distância das ondas. Um luxo, com o parque cheio. Dia de sol, dia de Biarritz, logo dia de praia e de ondas, com temperatura exterior de 25º, e de água de 22º. Nem no Algarve! Preço? Muitas moedas...42 euros, muito dinheiro para pagar o luxo do equipamento do parque, e da localização, do acesso privativo à praia, a piscina, à electricidade, ao bar, mercearia, aos chuveiros impecáveis, etc.
Nus, há nos dois extremos da praia. "Têxteis" como nós, ao centro, e com epicentro nos 4/5 nadadores salvadores de serviço. Toda a manhã, até pelas 13.30h, estive (mos) no passeio, na água, ou na areia. Depois o banho de dessalinização nos chuveiros do camping, e um almoço frugal de atum, macedónia de legumes, camembert, (francês) sardinhas de conserva (eram marroquinas), vinho fresco rosado (era espanhol). E pão...excelente e português, e depois, a sesta.
Mais ao fim da tarde, passeio até Biarritz (foto da paria grande junto ao casino, e das casas bascas de portadas vermelhas e pintura em trompe l´oeil) e para variar através dos transportes públicos, no autocarro local, quase sem ninguém, nem a ida nem a vinda já a hora de jantar. Na auto caravana a refeição da noite, depois passeio pelo camping, onde só estava mais um conjunto português, e cama.


3º dia, a 22 de Agosto.
Ritual matinal cumprido, pagamento feito, e saída em direcção a Tarnos, pouco depois de Bayonne, ao stand de auto caravanas a buscar, esperar a colocação e pagar uma bateria da capucine de descarga lenta. Tudo incluído, IVA e colocação na hora, 163 euros, menos do que em Portugal.
Resolvido este problema e contratempo sem demora rumo a Palmyre, a “anse” na costa. Rota pela E 70, direcção Bordéus, com aponta final em auto-estrada gratuita, A 63, e depois pela N 137, direcção Royan. (ver foto das cabanas de pescadores da costa de Royan) Almoço excepcional no Le Relais de Roubisque, em St. Aubin de Blaye, um restaurante “Routier” (não confundir com Routard) ao preço de 11 euros o menu completo, que incluía, por pessoa, entradas diversas, incluindo mexilhões do Forte Bayard, sopa, pão e manteiga, prato principal de carne, vinho, sobremesa, queijo e café. Uma boa surpresa para quem viaja e com orçamentos curtos.
A má surpresa veio a seguir, já em Plamyre, na costa da Pointe de la Courbe, a bomba de água da capucine (que alimenta as torneiras da casa de banho e da cozinha) morreu. Desmontada a bomba de refluxo da mesma nada. Gemer gemia, mas não falava, isto é não se explicava em água, por perda do poder de sucção, e bomba que não bombeia, só substituída disse-me do lá de lá do telemóvel, mais uma vez o fiel, e sempre disponível Sr. Manel da Marcampo de Lisboa.
Pois que seja, consultado o catálogo de peças da Agest, ficou para o dia seguinte em Rochefort a busca da compra da bomba, e para não estragar o dia, parados no aire de Palmyre dos Corsaire, próprio para as AC (preço por 24h, 6 euros), decidiu-se pelo footing à volta da vila, incluindo a praia e marina, e umas compras para jantar de “moules”, mexilhões de Fort Bayard, queijo, pão, azeitonas, vinho. Depois para esmoer, antes da deita, um café e um Baileys no restaurante esplanada da VVF (villages de vacances en famille) a versão Inatel/Fnat local.


4º dia , 23 de Agosto.
Saída do parking dos Corsários, das AC, direitinhos à Garagem e Stand Ypocamp de Rochefort. Fácil de encontrar, fácil também comprar a bomba Fiamma adequada, e depois foi só esperar que pudessem colocar o dito aparelho, porque “nous même”, a fazer bricolage de água e electricidade, sem jeito, nem material, era mais do que certa a inundação, e quem sabe, o curto circuito da bomba, ou do sistema eléctrico. Faziam na hora, e fizeram, e pagou-se por isso, tudo 122 euros. Quando chegar a Lisboa vou ver se sim ou não sairia mais em conta, embora aqui, era pegar ou largar, e sem bomba de água, não há auto caravanismo itinerante que resista.
Seguiu o passeio em calma, pela N 137, la Rochelle, arredores, D 105, D 25, D 746, D 105, Sables–d´Olonne, e depois D 38, Saint Jean de Monts, Vendeia, entretanto, almoço na AC a bordo das margens de um rio, tudo sem stress, e com calma (ver foto da representação de mortos nas estradas para elucidação dos condutores), até Fromentine. Porquê aqui? Pois no dia seguinte havia aprazada uma visita à Ile de Dieu (ile d´yeu) a casa de António e Marianne, um dever antigo de irmandade e de amizade luso francesa parisiense. Telefonicamente demos fim ao prazo, dia 24, 5F.
Jantamos no pequeno porto de Fromentine, no Restaurante L´Avocette, por 27,40€, frente a Ilha de Noirmoutier conhecida de anteriores viagens. E ficámos, depois de confirmar com o gendarme local que sim, que se podia pernoitar no parking La Chapelle, e que no dia seguinte aí podia ficar a AC, enquanto íamos à Ilha de Yeu, pagando o forfait de um dia de parking, 4 euros. Negócio fechado. Aliás estávamos auto-suficientes quer com a bateria nova quer com a bomba de água substituída...banhos, cozinha, leituras à noite, não há problemas, nem de água nem de energia, e problemas de segurança ou tranquilidade, nenhuns. Os dois bilhetes foram comprados na hora, para os horários disponíveis, à companhia Vendéenne por 52,5€, ida e volta.
Noite tranquila com despertador para as 7.30h, para estar no cais às 8.00h.


5º dia, 24 de Agosto.
Antes do telemóvel fazer qualquer toque ou vibração, estávamos já a pé e comidos, lavados e vestidos, a passo estugado, rumo ao porto, a 10m do parking, para apanhar o barco para uma travessia de 45 minutos na companhia de um livro que nunca mais acabo de ler (As cruzadas vistas pelo Oriente, de Amin Maalouf).
Um dia criador (Ein Gottfull tag) diria uma amizade antiga, bem digno da Ile de Dieu. Chegados, depois da travessia, ao café do cais, e com croissant, é que confirmámos ao António a chegada, e assim foi a pé desde o porto (foto da feira do Port Joinville) que seguimos pelo passeio marítimo a Ker Châlon (praia e lugar do mesmo nome) a casa dos Cantin. Um quarto de hora pedestre, e estamos nos abraços amigos. Divisão de tarefas imediata...como os barcos estão cheios, e o nosso de regresso é às 16.45h, vamos os dois dar uma volta de carro pela ilha com o António, e a Marianne faz o almoço com atum branco (especialidade local).
Lá fomos de Twingo, primeiro ao extremo da ilha da Pointe des Corbeaux, depois à vista da Praia des Vieilles, (foto) a seguir ao Port de la Meule...a não perder, à outra ponta, dita Pointe du But, com vista dos Cailloux Blancs para as traiçoeiras ilhotas e correntes de Les Chiens Perrins, a travessia de Port-Joinville, e outra vez Ker Châlon...almoço, salada, patês, atum, torta, queijos e vinho, companhia, cinco estrelas. Conversa arrastada até ao limite do possível, estar no cais às 16.30h. Antes ainda uma último copo numa das esplanadas do porto e depois, o adeus, o barco, mais 45 minutos, mais umas páginas dos cruzados ao contrário.
A auto caravana lá estava e bem, e pelas 18h o rearranque para a meia volta a França. De facto que se podia fazer àquela hora naquele pequeno porto? Com o semovente disponível, um fim de dia ameno e claro, de sol, a estrada continha o apelo à viagem, e isso, com norte a Saint Michel, seguimos pelas auto estradas gratuitas da Vendée, da Bretanha e da dobradiça para a Normandia, que é aquele mítico sítio sagrado. Nantes, pela D 758, Rennes pela N 137, transvertida de auto-estrada gratuita, nem se viram, ficaram sempre à distância da placa que indicava a direcção seguinte. Problema só na saída da circular de Rennes, parte seguimos pela N 137, de duas vias, para St Malô, mas depois inflectimos, já escuro, para a D 175 directos ao monte se St Michel.
Chegámos já tarde, pela D 976, mas o almoço de Yeu foi mantimento para tal jornada. E a visão de Saint Michel de noite, toda iluminada, era um alimento aos olhos, e não só. Já tínhamos estado no local mas de dia, resta acrescentar que é uma mais valia a chegada de noite, e com a visita de dia. A não perder. Ficámos no estacionamento imenso, no sopé da ilhota, hoje península, na zona reservada a auto caravanas que se contavam por largas dezenas. (ver foto)

Preço 8 euros de parking, com direito a pernoita, mas à hora da chegada, já passava das 21h não havia cobradores nas bilheteiras, e por isso esta noite foi um bónus. Claro que depois de estacionados, a pé lá fomos a Saint Michel, não à catedral, fechada, mas às ruelas medievais iniciais, e ainda a tempo de um gelado e um café no restaurante Croix Blanche, no meio de uma multidão que ainda, pelas 22h, fazia romaria de sobe e desce pelas ruas.


6º dia, 25 de Agosto.
Acordar sacro e calmo. Pequeno almoço e demais ritos de passagem ao grau de acordado, na sequência solene adequada, e depois, Avranches, Caen, Deauville, com rumo a Pont L´Evêque (foto do centro) estacionamento para percorrer as ruelas, e segue-se pela D 579 a Ponte da Normandia (foto) pagante a 5 euros, mas a justificar incluindo a sucessão pela ponte do Norte a travessia do Rio Sena, quase junto à foz.
Paragem seguinte, pela D 10, em e D 925, em Fécamp, na área de auto caravanas, (ver foto) gratuita, junto ao porto, e do centro, para um almoço no semovente, e depois nova paragem, pela D 68, em Dieppe, também com “aire” junto ao porto exterior, esta com tarifa de pernoita afixada. De seguida nova paragem em Treport, chegados pela D 925, igualmente com área especial para auto caravanas ao lado do parque de campismo municipal, à saída da cidade.
Terminou a étape em Berck sur plage, a seguir a Fort-Mahon, e depois de uma visita à cidade, com a AC estacionada no parque da Gare (junto ao casino), um jantar calmo num dos cafés restaurantes próximos da praia, La Crepe Flambée, por 25.15€. A sugestão de um gendarme, na falta de informação do posto de turismo já fechado, optou-se pela dormida numa zona de estacionamento gratuito indicada para auto caravanas, junto ao passeio das dunas, próximo do farol, e portanto com uma visão espectacular da Baía do Authie, onde as marés têm amplitudes de mais de 8 metros.
Era maré vazia, e a dimensão do areal (emerso) era imprevista. Entretanto liam-se avisos de alerta para a subida das águas, (alerta na foto) e para a existência de focas marinhas, (ver notícia na foto) para cuidados a ter na navegação conforme as épocas do ano e as marés...e mudou o tempo e começou a chover. Noite debaixo de chuva.

7º dia, 26 de Agosto.
Acordados pelo tamborilar da chuva. Dia cinzento também, e fresco. Pois então, que fazer senão seguir o programa, passagem por Arras, Cambrai, Capelle, N25, D 939, N 43, e Vervins N 2, D )66 para Montcornet, D 946 para Rozoy, e Novion-Porcien e finalmente a D 925 para visita rápida a Chateau Porcien, para cumprir com a promessa de fotografar (aqui está) a Rue do amigo Nandin. Almoço em Rethel, capital do “boudin blanc”, mas que não se experimentou no restaurante do Logis, Au Sanglier des Ardennes (19,50€). O percurso seguinte passou serpentenado, por Mazagran, Vouziers, D 946, D982, para Vitry-le-François, e finalmente o Lago Der Chantecoq.
Por azar não se foi a tempo de encher o depósito com gasóleo ao preço mais baixo desta viagem ou seja 1,068 ( o máximo visto foi 1,24) mas a travessia das Ardenas e dos campos cultivo e de batalha da I e II Guerras Mundiais, fez-se sem história, mas sempre debaixo de chuva, que parecia que a levávamos às costas, até chegar ao destino previsto do Lago Der, (carvalho em celta) o maior lago artificial da França, e ao que consta da Europa, até...Alqueva aparecer.
Impressiona o desenvolvimento turístico do Lago, de que só vimos a parte sul. Só zonas de auto caravanas e gratuitas vimos três, a utilização dos serviços de electricidade (45m) de água limpa (80 litros) e de despejos custa 2,60€, de resto o parking e a pernoita, é gratuita. Foi a altura de recarregar as baterias (foto em flagrante) e fazer a higiene ao semovente. Jantar na AC, e passeio, numa pausa de chuva pela marina e demais instalações portuárias do lago.


8º dia, 27 de agosto.
Manhã chuvosa, cinzenta e fresca. Três argumentos para alterar uma hipótese inicial (plano A) de prolongar a volta a meia França, ou a meia volta a França, mais a leste, à zona da Alsácia Lorena, nas imediações de Colmar, por exemplo a Riquewhir. Mas, mais Km são sempre mais euros, e com mais Km de chuva, são ainda menos compensadores.
Assim a partir do Lago Der, impunha-se o plano B. Descer para o centro para ainda aí ponderar o plano B1, ou seja, arpoar o regresso via Languedoc e Provence, Camargue (Montpellier), ou antes o plano B2, regresso pelo Perigord, Toulouse e País Basco, Biarritz?

Passar mais tempo na zona do Lago Der, fazer o passeio de barco, a volta no comboio turístico, ou mesmo a ronda à volta do lago em auto caravana, não eram opções simpáticas, quer porque essas atracções turísticas só começavam às 11h da manhã (e às 8.30h já estávamos aprontados) quer porque a chuva o desaconselhava.
Então? Rumo a Vichy, sempre por estradas secundárias, para Bar-s-Aube D 384, e depois Chaumont pela N 19, N 74, com paragem e almoço em Dijon, capital dos Duques de Borgonha, que estão na memória da fundação pátria. Era domingo, e por isso problemas de estacionamento, mesmo no centro e gratuitamente, nenhuns. Ficam as memórias dos palácios, das igrejas, das ruas de peões e as outras embandeiradas, e de um almoço agradável e frugal mas bastante, de saladas primorosas, 19,50€ para 2 pessoas, isto na Brasserie Mayence, na rue des Forges, em Dijon. (ver foto das casas de estrutura de gaiola, e das ruas com bandeiras))
A rota seguinte deu para atravessar pela N 74, as terras de vinhas imensas de Beaune, e seguir as estradas amarelas do mapa Michelin, debruadas a verde, D 973, D 974, em direcção a Montceau, ao longo do canal (du centre) navegável. Em Paray le Monial, N 80, novas estradas contornam este “haut lieu” e assim chegámos mais rápido a Vichy, passando ainda por Donjon, D 994, e Lapalisse, D 907, ainda a tempo de encontrar o posto de turismo aberto.

Com o semovente mal estacionado em cima de um passeio, foi só o tempo suficiente para inquirir de local para os camping car estacionarem de noite, já que nas voltas dadas nem um gendarme se perfilou no horizonte. Que sim que havia mesmo ali, a escassas centenas de metros, no Quai d´Allier, junto ao rio, (ver foto) portanto, num impasse sem saída. Excelente sítio, uma BTS na gíria dos auto caravanistas, isto é um local bom, tranquilo e seguro. Já lá estavam mais quatro, e por isso escolha acertada, e por preço certo, isto é gratuito, e a dois passos do centro termal de Vichy.
Jantar no semovente e depois, passeio pelos jardins termais, pela estação termal com prova das águas ferrosas enxofradas, (ver foto das termas) e quentes ou frias, mas horríveis de paladar, e ainda deambulação pelas ruas comerciais, pelas arcarias dos aquistas.


9º dia, 28 de Agosto.
Passeio matinal ao longo das margens do rio, pequeno almoço de pão duro para os patos residentes, as fotos da praxe para ilustrar o Blog, e depois de reverificados os elementos da biblioteca itinerante, e os apontamentos prévios da viagem, toma-se a direcção D 941, Puy de Dome...mas chuva e nevoeiro não permitiram ir até ao cimo. Deu para ver Volvic, e depois nem Clermont Ferrand, não por causa da chuva que se desvanecera, mas porque os arranjos do centro da cidade deixaram pouco espaço de estacionamento para auto caravanas. Limitamo-nos a cruzar a praça central, e a dar uma volta pelas artérias principais acessíveis à AC.
Paragem seguinte, na rota Issoire, por auto-estrada gratuita, até só para almoçar na N 102, em mais um excelente restaurante Routier, Les Tilleuls, em St Georges d´Aurac, menu completo por 11 € cada, com um prato de queijos variados que só por si justificava o preço. Depois foi Puy en Velay. A não perder a parte velha, e a visão dos monumentos deste lugar sagrado da rota de Santiago de Compostela. Note-se que foi fácil estacionar a AC num dos parques pagos, à entrada da cidade, para permitir os percursos a pé, que só não se estenderam à parte mais moderna e recente.
Retomada viagem, pela estrada de via dupla, logo após um curto percurso próximo das Gorges du Tarn, na zona de Mende, retomamos a A75, gratuita e chegamos a Rodez. Estacionamento fácil muito próximo do centro, volta a pé pela cidade, pela área central da catedral, (ver foto) e mal concluída, chuva, outra vez. Opção de pernoita recaiu na área de auto caravanas, gratuita, de Rodez, à entrada da zona industrial. Mas junto a um percurso ecológico, e florestado. Só lá estava uma AC, o suficiente para evitar uma crise de solidão, e assim, janta no semovente e se passou mais uma noite tranquila sob chuva intermitente.


10º dia, 29 de Agosto.
Acordar, higiene pessoal e da auto caravana nos serviços de apoio do estacionamento de Rodez, atestada de água fresca, despejo da águas cinzentas (as do banho, e da cozinha), reposição da água no kit do WC químico, e despejo da águas sujas. Só não se fez a recarga de electricidade da 2ª bateria por falta de tomada, mas também não fez falta.

Releitura dos jornais de véspera, secção das previsões meteorológicas. Farejar o vento, descodificação da nuvens. Ir logo para sul? Inflectir para o interior em diagonal para a Costa Basca? O novo guia da Michelin “Les plus beaux detours de France”, 8ª edição, oferta do posto de turismo de Puy en Velay, (foto do espectacular capela de S. Miguel da Agulha) acabou por ditar a sorte. Decisão então de ir ao longo de mais estradas amarelas, as tais “D”, que muitas vezes, no terreno são vias duplas de separador central... e ir a norte de Toulouse, devagar, seguindo o Guia da Michelin, das Selecções do Readers Digest, e as demais indicações dos postos de turismo, enfim uma “balade”, já com sol:D 994, D 922, D 958, etc.
Assim foi, sempre com paragens, e percursos pedestres:
-Villeneuve (uma surpresa medieval), com estacionamento próprio para AC. (foto da torre e arcadas com pavimentos empedrados)
-Villefranche de Rouergue, com estacionamento para AC, no parking Serres.
-Narjac (com passagem milimétrica) na ponte do século XVIII de Blaise. (foto do posto de turismo)
-St. Antonin, com almoço no semovente, junto ao rio, com boas vistas. (ver foto)
- Montauban, a cidade do tijolo, e das arcadas. (ver foto arcadas)
-Castelsarrasin
-Auvillar, uma jóia medieval com um celeiro redondo no centro de arcadas. (ver foto)
-Lecouture, com estacionamento fácil mesmo à porta da igreja.
-Condom, com passagem pelo porto, à procura de lugar de pernoita.
Acabámos por nos decidir pela quinta da Sra. Denise Dupuy, a cerca de 5 Km de Condom, exploração agrícola (girassol) e de preparação de confits e demais conservas, com área própria para auto caravanas, preço 8 euros sem recibo. Mas a solução foi a ideal porque a parte ajardinada de estacionamento, por detrás da casa da quinta é ampla, e tem os apoios sanitários e tomadas de electricidade suficientes. Já lá estavam mais cinco clientes de AC. Jantar na semovente e o sono dos justos.


11º dia, 30 de Agosto.
Sol de despertador, azul, sem nuvens!
Arranque depois de colhidas meia dúzia de avelãs, de figos, e ainda sementes de girassol, e de malvaísco. (ver foto do relvado)
De seguida rumo a Condom, e vista do posto do turismo. Informações de passeios pelo rio...só de tarde, ou à noite com jantar incluído, fora de questão. Ficou então o passeio pela parte central, a Câmara está localizada num espectacular edifício contíguo à igreja secular e com claustros, e visita à feira semanal e mercado local. Tudo a terminar com café e croissant, a acompanhar a leitura do jornal, na esplanada mais ensolarada, e no ponto mais central da praça central.
As notícias meteorológicas são as melhores, sol à vista, temperaturas amenas, logo rumo feito a Biarritz, mas devagar, com continuação da “balade” (veja-se a foto do castelo d ePolignac. clique para aumentar) : D 15, D 626, D 933, etc.
- Larresingle, amuralhada, pequena e com um campo de batalha exterior. (foto do dito)
-Montreal (foto das arcadas com barris)
-Barbotan, vila termal, em dia de feira semanal, (foto) amplos espaços com vida.
-Labastide de Armagnac , terra de D´Artagnan (ver foto das arcadas).
-Mont de Marsan, quase incaracterística depois das visitas anteriores. (foto florida)
-Orthez, idem.
Almoço em mais um routier (Le Mille Pattes, em Pouydesseaux, ) em que o menu completo, com entradas, prato principal, sobremesa, vinho, pão e manteiga (sem queijos) custou 12 euros por pessoa, para além de um suplemento de 2 euros pelo Confit de Canard...extra menu.
O dia terminou já em Biarritz, depois de passagem por Bayonne (N 117), no espaço para auto caravanas da Praia Milady, (entre Ilbarritz e Biarritz) devidamente assinalado, e que já utilizámos há anos. Estava cheio à ida (isto é no início deste périplo) mas agora muito composto embora, tinha espaços livres. Preço 10 euros em parquímetro, e por 24h, não pago por avaria do dito.
Assim, logo após o estacionamento ida à praia, pelo túnel subterrâneo por baixo da estrada, e banho de ondas de boa temperatura às 20h. Uma maravilha de caldo devido à corrente do Golfo. Banho de dessalinização nos chuveiros de praia, muda de roupa e jantar no semovente, logo seguido na no restaurante da praia, o “Bounty”, de um café e um crepe com chantilly.
Claro que a noite foi sossegada e calma, e reparadora, depois das vistas de paisagens, e de cultura foi o tempo do “dolce farniente” do sol e praia.


12º dia, 31 de Agosto.
Acordar para mais um dia de sol. De excelente temperatura. Passeio pedestre pelas praias vazias, pois “só abrem” pelas 11h (e fecham às 19h) com a chegada dos banheiros, nadadores salvadores, e depois regresso ao parking, volante nas mãos e ala para um passeio até Hendaye, mesmo até a fronteira com a Espanha depois de uma paragem em Saint Jean de Luz, já do lado do porto de Ciboure, e volta por Socoa (forte) e toda a Corniche. Compras ligeiras no Intermarché de Bidart, e aterro, outra vez na área de Milady, agora já muito despovoada, e por isso com a chance de estacionar num dos lugares com tomada de electricidade.
Agora sim, o parquímetro ainda avariado, a praia a dois passos, praia, banho portanto até às 15h, depois regresso para almoço na AC, (ver foto...azeitonas, baguette, vinho do Aude, camarões cozidos e fritos, patê, camembert, huuummmm) e escrita do Blog no portátil. Mais para o fim do dia, praia, banho até às 19h. Depois procura de restaurante, a pé, e depois da 1ª tentativa frustrada no Panoramique, por falta de pessoal, ficámos pelo Tantina de Burgos, (place Beau Rivage, tel 0559232447) já em Biarritz, para uma excelente parrilhada de peixes (atum, sardinhas, linguado, mexilhões, salmão e mais um desconhecido..) vinho branco da casa, e ainda tarte de maçã com chantilly, pão e azeitonas, por 33,50€!
Dormida com janelas abertas de topo, que lá para as 5h da manhã com o arrefecimento e o marulho das ondas do mar de rebentação foram fechadas.


13º dia, 1 de Setembro.
Levantar pelas 8.30h, silêncio generalizado no parking e só ao longe o marulho persistente da arrebentação, céu azul, temperatura a condizer, abluções matinais, pequeno almoço, limpezas gerais da semovente, mais uma revista de olhos nos textos do Blog, início de selecção de fotografias digitais, e são 10h. Tempo para a pé fazer algum abastecimento de supermercado, no Leclerc, praia e acertar horas de saída para regresso a Portugal.
Boas e grandes ondas, (na foto ao longe um helicóptero a fazer um slavamento) bons mergulhos, boas carreiras, uma delas a esfolar dedos em pedras submersas, céu a ficar fosco, brumas a inundarem o topo da montanha da Rhune, e depois a submeterem o perfil da costa de Saint Jean de Luz, e o sol a perder-se. Ponto final na estação balnear, regresso à AC, refeição local, e depois pelas 14h, a última “toilette” à semovente, mudança de águas, despejos das cinzentas e das escuras…e rota para Portugal.
Saímos de França e entrámos em Espanha pela auto-estrada, para ser mais cómodo, mas depois, seguimos pela auto pista gratuita via Vitória, em Miranda del Ebro, (está a ser construida uma area para AC) continuamos pelas estradas nacionais, passagem pelo Monumento ao Pastor, (ver foto) para em Burgos retomarmos a auto-estrada gratuita até Portugal.
Tudo sem história e só com o registo (alguém ligará?) da tristeza que é a área de serviço de seguida a Vilar Formosa: desolada, com um aspecto deplorável (pelo menos para emigrantes e turistas) e com uma qualidade alimentar própria de cantina de refugiados do Iraque. Um pena em falta de qualidade e de apresentação, e até de preço, quando comparado com os restaurantes de estrada em França e Espanha.


14º dia (madrugada) 2 de Setembro.
Depois de um café na estação de serviço de Vila velha de Ródão, para arregalar os olhos, chegada a Alenquer pelas 24,45h, hora local, estacionamento (ver foto) na plataforma de chão vermelho das AC, instalada no interior do parque de campismo, e o sono de recuperação. End of Story.


Epílogo.
A viagem feita vem demonstrar mais uma vez que não entrando em linha de conta com o preço de aquisição ou aluguer, sequer o da amortização de uma auto caravana, que as férias neste sistema são inigualáveis quando comparadas com qualquer outro sistema de turismo, desde que: se goste de conduzir, se tenha a companhia adequada incluindo em dotes culinários. São económicas (quantos mais dias parados, mais económicas), são versáteis e flexíveis (por isso a auto caravana é semovente) e permitem aceder aos centros das vilas e cidades, cada vez mais facilitado, bem como a dormir em áreas especialmente preparadas para o efeito, quer no interior de parques de campismo, quer no seu exterior, em especial por decisão municipal. Permite desfrutar de paisagens, locais e passeios como só com um T0, mobilado, duplex, e rolante, o pode proporcionar. Daí a voga do auto caravanismo, não por moda, por ditame de novas regras de consumismo, mas sim porque constitui um meio adequado a respeitar um estado de espírito, mais ecológico, amante da natureza, e do património humano cultural.
Nestas 13 noites foram utilizados:
1 Parque de campismo comercial, o Pavillon Royal, Biarritz, preço 42 euros.
1 Área de camping car, em Biarritz, preço 10 euros
1 Quinta, Condom, 8 euros.
1 Área de camping car, em Palmyre, preço 6 euros
8 Noites gratuitas em estacionamento autorizado a auto caravanas.
O total da despesa foi de 1285 euros, para 2 pessoas, incluindo gasóleo, alimentação, portagens, estacionamentos, e ainda alguns presentes/recordações de valor simbólico.
Não se incluiu nesse valor 2 despesas extraordinárias, a compra da bateria e um acessório, e a bomba de água (168+122= 290 euros) pois, tal como o seguro, as inspecções, o selo, as revisões, etc. são despesas ou anuais, ou mesmo plurianuais, e por isso contabilizáveis mais em sede de amortizações, do que em custos directos de uma viagem.
Em síntese, por cada um do 14 dias, gastou-se 91 euros, o que aponta para um valor de referência de 100 euros diários, o que se afigura aceitável. Este valor pressupõe uma média de uma refeição fora por dia, sem excessos, e outra cozinhada na AC (além do pequeno almoço) uma média kilométrica diária, relativamente elevada (357Km), e logo um custo de combustível superior ao das refeições… e ainda uma atitude selectiva e espartana na escolha dos restaurantes (os dois mais caros custaram rigorosamente 33.50 euros cada). De notar finalmente, que a escolha do lugar de pernoita é essencial, e influi directamente também no orçamento da viagem.
Ficam a final, duas sugestões para 2007…mais, outra volta a meia França e..
- 1 mini cruzeiro marítimo, na costa basca, no Nivelle III, com partida do porto de Saint-Jean-de-Luz, ver site http://www.nivelle3.sextan.com/ em especial o cruzeiro de pesca, com a duração de 4 horas, das 8h às 12h, em que fornecem canas, anzóis, isco, e conselhos, por 25€, por pessoa.
- mini cruzeiro fluvial, no rio Blaise, a bordo do Prince Henry, com partida de Nérac, (a norte de Condom e Auch) com partida às 11h, duração de uma hora, com aperitivo a bordo, e pelo preço de 11,00€, por pessoa. Ver site http://www.croisieresduprincehenry.com/enry.com