sexta-feira, julho 17, 2009

Férias verão 2009: 6ª etapa de Eysies a Moissac em autocaravana


6ª noite Moissac

Eram já umas sete horas ligeiramente passadas, quando a passarada reagiu ao torpor sonolento dos viajantes da semovente com trinados de alerta. Pois já eram horas de levantar e preparar uma jornada de turista não acidental!

De facto o calendário de tarefas era pesado…início da visita ao Museu Nacional da Pré História que abria as 9.30h, depois inscrição no passeio do comboio turístico com inicio as 11h, para depois ainda movermo-nos para outro local de predilecção do Homem de Cro-Magnon... em La Roque de San Christophe…

De olhos bem abertos lá fomos, e pelos dois saíram a nota rosinha de 10 euros para o Museu Nacional, mais outra rosinha de 10 euros para o trem turístico, e mais 14 euros para a gruta de San Christophe…mas só se pode acrescentar que valeu muitíssimo a pena, e que é de voltar para ver outras grutas e outros locais de reconstituição histórica, nesta riquíssima zona com presença humana desde o Paleolítico de há mais de 30.000 anos, em especial no Vale doVézére!



Para saber mais ainda, é ver na internet em:
www.tourisme-terredecromagnon.com
www.musee-prehistoire-eysies.fr
http://eyzies.monuments-nationaux.fr/fr/?fl_r=2

Pela nossa parte nada podemos acrescentar senão a percepção do universal da identificação maravilhada com a história da Humanidade de que fazemos parte. Tudo muito profissional, muito exemplar, muito pedagógico, e por isso mesmo fascinante. A vontade de voltar, e ficar por aqueles locais pelo menos uma semana, conta com uma carga magnética impressionante. Vale a pena, recomenda-se a todos!

Pois a própria volta turística do comboio tem o mérito da passagem pelo abrigo do Cro Magnon (descoberto nas obras de caminho de ferro) ou da Igreja de Tayac fortificada, etc. O local de La Roque Saint Christophe e o seu boulevard da Humanidade é de não perder absolutamente. Ficam as fotos que dão uma pálida ideia da grandiosidade destes locais e onde tão bem são acolhidos os autocaravanistas.



Ora depois destes três motivos de interesse, rumamos a San Cirq Lapopie, e a meio caminho, já depois e passada Sarlat la Caneda, em Vitrac, à beira rio, do Lot, numa esplanda de um clube de kayaks tivemos uma refeição fresca, agradável e pelo preço aceitável de 22 euros, com vista para os "sportifs" a fazerem canoagem..

A viagem é espectacular numa estrada que corre ao lado do Lot, e que foi escavada na montanha quase a pique e com alturas médias baixas….atenção às capucines, pois há trajectos quase em túnel de 2,90m de altura…há que evitar os cruzamentos e seguir mesmo pelo meio da estrada.

San Cirq Lapopie é um espectacular ponto de interesse também, num alto culminado com as ruínas de um castelo sobranceiro à catedral decorada por dois deltas luminosos (triângulos resplandecentes, ou de esplendor) com casario medieval de respeito…e claro está com malvaíscos floridos em todas as esquinas. Os panoramas são deslumbrantes e impressivos, e quem queira por lá pernoitar, tem um parque de campismo junto ao rio.
Anotamos com estranheza uma escultura moderna dentro da Igreja, uma arvore seca com rodas de bicicleta cujos raios tinham escritos inúmeros pensamentos pseudo filosóficos comuns, decerto uma obra de arte muito “avant garde”…..





Regressámos pelo caminho inverso feito à ida, pois o nosso objectivo era Moissac, para ir ver a Ponte Canal, de que já tínhamos em viagem anterior encontrado um interessante exemplo em Briare (relato neste blog).

Lá chegámos e bem, à área de autocaravanas junto à margem do rio, sinalizada e já frequentada por mais de meia dúzia de autocaravanistas. Fácil de encontrar pois fica ao lado do Hotel do Moulin (antiga moagem transformada em Hotel) mesmo nas “berges” (margens) do rio..e que tem estação de serviços Flot Bleu.

O jantar foi na semovente e agradável como sempre: vista de rio, e os espargos, os patés, o queijo com a baguette, as bebidas e o café final, permitiam que quem se sente bem consigo próprio resultasse de se estar de bem com a vida e com os outros, em especial o nosso(a) mais próximo.

Depois, com um bom tempo e temperatura amena, foi a passeata pelas margens do rio e do canal interior, cujas margens estavam pejadas de embarcações habitadas. Um sossego, e uma qualidade de vida que se atinge sem luxos, nem mortificações.




O sono veio compensar o dispêndio de energias e atenções durante o dia, provavelmente o mais intenso e compensador intelectual e culturalmente de toda a viagem, e impossível de alcançar sem ser nesta formula de turismo itinerante de autocaravana com a consorte como co-piloto.

2 comentários:

João Morgado disse...

Mais um belo documentário. Vou seguindo o vosso trajecto e vou acompanhando através do Google Earth. Já estive nestes locais nas férias de 2003, que publicarei no meu blog oportunamente. Estou a recordar e cheio de vontade de voltar, pois são lugares magníficos.
Continuação de boa viagem.

Unknown disse...

Não tenho dito nada mas tenho estado a segui-lo. São locais que já conheço, mas como você os descreve bem.

Boa continuação