3ª noite Soulac s/Mer
Acordamos à hora habitual das sete horas matinais, sem sobressalto, e depois rearranjados, municiados, desfeitos do lixo num conjunto de complexos recipientes bestializados para lixo, seguiu-se o pagamento na maquina super automática do parque de autocaravanas, com o cartão de credito, numa sofisticação nunca vista neste tipo de equipamentos, e foram-se quatro euritos pelas quase 12h de estadia…Preço justo convenhamos, para dormir em segurança, num quadro agradável e de janelas abertas…
A meta seguinte era subir o Médoc, ir ver as míticas capitais do vinho de Bordéus Médoc (de Chateau Lafitte, de Mouton Rotschild e Chateau Margaux). Já em anos anteriores tínhamos estado nas vinhas de Bordéus, mais a sul, em Saint Emillion, pois agora era de esquadrinhar o norte de Bordéus.
A opção foi antes de tudo rumar à margem esquerda do Garonne, para depois cruzar em direcção a Cadillac…e assim foi, em velocidade contida de cruzeiro, sempre pelas estradas nacionais, rumando primeiro para Bayonne, depois para Dax, a seguir para Mont Marsan e finalmente Langon, para cruzar pela ponte o rio…e eis-nos em Cadillac frente ás muralhas, e sob um sol impiedoso.
A semovente ficou logo ali num terreiro amplo, gratuito, e sem problemas, frente à entrada principal do torreão medieval, e nós a subir a encosta mais íngreme, pela soleira do pino do astro principal. Lá fomos até a Igreja, fechada, e por isso depois de vislumbrar ao longe o Castelo, opção unânime e sem declaração de voto…vamos mas é almoçar, e numa esplanada!
Ficamos frente à Mairie, que tem por debaixo um recinto amplo e vazio que talvez fosse em tempos um mercado coberto (?) e ali mesmo, com esplanada na rua, sob toldos, numa “brasserie” abancámos. Nada de especial, mas tudo correcto, e os preços decentes.
Ficamos frente à Mairie, que tem por debaixo um recinto amplo e vazio que talvez fosse em tempos um mercado coberto (?) e ali mesmo, com esplanada na rua, sob toldos, numa “brasserie” abancámos. Nada de especial, mas tudo correcto, e os preços decentes.
Feito o repasto, enveredou-se pela antiga “ruta” nº 10 assim chamada pelos emigrantes dos anos 60/70 quando percorriam, os que não seguiam de comboio, pela route national nº10, até aos arredores de Paris, às bidonvilles. Chegados aos limites de Bordéus, foi seguir o periférico direcção aeroporto (Merignac) saída 7….e rumar a Castelnau du Médoc, St. Laurent, Chateau Margaux (impressionante) até Paulliac… aqui inflectiu-se para o rio, para ver os cais, e a seguir tínhamos à disposição os míticos Chateaux Laffitte e Mouton Rotschild, dos Barões de Rotschild...… Ver mais em:
Nos dois casos, sem problema o estacionamento da semovente, num caso tudo fechado…o Lafitte Rotschild, no outro, entrada franca para Mouton Rotschild. Preços upa, upa, a partir de cerca de 50€ a garrafa, mas a justificar pelo menos pelo ambiente, os arranjos dos edifícios, o bem cuidado dos jardins, o pessoal numeroso e diligente. Mesmo nos supermercados, e sem marcas de referência, não é fácil encontrar vinhos com a denominação de origem Médoc por menos de 10 euros, e recentes.
Descansados os olhos, sem se ter arriscado as provas de vinho àquela hora, e pagas, a viagem seguiu em direcção a ponta de Grave, pois o objectivo era cruzar por via fluvial o Garonne, fronteiro à foz, face ao farol de Cordouan, classificado monumento nacional.
A ideia, para além de repetir uma boa experiência dos tempos do caravanismo, era de escolher a pernoita…ou em Soulac, ou em Verdon, ambas com área para autocaravanas. As distâncias eram pequenas, a hora permitia, e assim fomos aos dois lados, e optou-se por Souliac, menos devassada, e permitindo visitar antes a vila e beber um copo nos bares de praia.
Em boa hora foi feita a escolha. Primeiro, porque tivemos oportunidade de visitar a Igreja românica, de Nossa Senhora do fim das Terras que esteve vários anos soterrada pelos movimentos das dunas! Depois, porque as ruas de peões de Soulac são bem simpáticas, e finalmente, porque encontrei um exemplar único da recente edição do Petit Futé sobre circuitos em autocaravana, que até então tinha procurado insistentemente mas debalde!
Em boa hora foi feita a escolha. Primeiro, porque tivemos oportunidade de visitar a Igreja românica, de Nossa Senhora do fim das Terras que esteve vários anos soterrada pelos movimentos das dunas! Depois, porque as ruas de peões de Soulac são bem simpáticas, e finalmente, porque encontrei um exemplar único da recente edição do Petit Futé sobre circuitos em autocaravana, que até então tinha procurado insistentemente mas debalde!
Ainda fomos pois à praia de Soulac, frente a área de autocaravanas, muito ampla, enorme mesmo, por detrás das dunas e com apoios de estação de serviço gratuitos. Apesar da indicação do posto de turismo não foi fácil encontrar este porto de abrigo para os autocaravanistas, que não consta aliás, dos guias em nosso poder.
Aqui ficam pois as coordenadas GPS:
N- 45º 31´ 32.35´´
O- 1º 06´ 52.21´´
Aqui ficam pois as coordenadas GPS:
N- 45º 31´ 32.35´´
O- 1º 06´ 52.21´´
Ao longo do cair da tarde, gerou-se algum frescor, por isso a praia, embora convidativa à distância, ao perto mostrou-se um tanto desanimadora tantas eram as alforrecas de todos os tamanhos que flutuavam e com aspecto urticante…não deu para arriscar.
Antes, um jantar na semovente em pena luminosidade do dia, ao lado de muitos outros AC, de umas belíssimas alcachofras frescas e gigantes, que depois de cozidas, foram comidas três em molho vinaigraite. Seguiu-se a baguette com queijo tipo camembert, vinho Riesling, espreitadela nas notícias na televisão…o horror da queda do avião nas Comores.
Bem, para esmoer a janta, foi conversar andando e a ver as vistas, fomos ver o por do sol nas dunas…e descobrir nestas, escondidas, várias fortificações tipo bunker de artilharia de costa, e antiaérea, e casamatas alemãs do tempo da II Guerra Mundial, muito menos impressionantes que as da Ponta de Hoc na Normandia, mas apesar de tudo dignas de ser recuperadas e visitadas. São vestígios históricos e culturais, incontornáveis!
Estava feito o dia, tiradas as fotos, a cama esperava-nos.
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