sexta-feira, janeiro 01, 2010

Duas noites de autocaravana: Portimão e Evora com visita ao Menir e ao Cromlech dos Almendres com teste de suspensão pneumatica e GPS Tom Tom Start


Primeira Cónica de Autocaravanismo do 1º ano da 2ª década do XXI século, ou seja 2010

Que melhor maneira do que começar a primeira página virtual do 1º dia, do 1º ano da segunda década do século XXI, este ano de 2010, do que ao volante de uma Autocaravana? Pois não podendo ser, só a publicar uma reportagem recente da última saída a autocaravanear, nos finais de 2009.

Deixamos pois aqui o registo de mais um relato de uma curta saída turística itinerante de Autocaravana, com algo de simbólico…apenas duas noites, uma viagem de cerca de 825Km, tudo por menos de 180 euros, com uma finalidade familiar e de amizade…mas também turístico-cultural e gastronómica… Ou seja, uma autêntica evidência das potencialidades de touring em autocaravana. Uma noite em estacionamento, outra em parque de campismo.

Logo no dia de Natal, 25 de Dezembro, depois de um almoço em casa, de perdiz e em companhia de família próxima, foi cumprir a ideia já gizada anteriormente…uma saltada ao Algarve, primeiro ao Carvoeiro para uma refeição natalícia com familiares, depois um almoço em Castro Marim para um almoço com velho amigo no dia 26. Regresso depois por Évora…jantar gastronómico na Adega do Alentejano a dois, dormida no Camping Orbitur, e dia seguinte a visita cultural ao menhir e cromlech dos Almendres. Dois pretextos adicionais, testar o novo GPS TOM-TOM “start” (natalício) e a suspensão pneumática traseira (natalícia também) …ofertas pela quadra, à semovente!

Em resumo foi isso mesmo que aconteceu com pouco mais detalhes a recordar:





Dia 25.
- A retoma do volante da semovente no Alenquer Camping que sofreu também as intempéries que se abateram na zona Oeste…sanitários destelhados, vedações de chapa metálica que voaram em pedaços, arbustos novos recém plantados, vergastados e partidos pelo vento, enfim, uma factura mais da Natureza.

- A viagem até ao Carvoeiro a partir das 16.15h primeiro pela auto-estrada e ponte da Lezíria até Alcácer, e depois pelas nacionais em que a travessia de Ourique e mais a sul foi feita debaixo de chuva e granizo fustigante. Por vezes os relâmpagos no horizonte, iluminantes da paisagem escurecida por nuvens baixas, em luz de abat-jour que não de descarga eléctrica, uma oferta da Natureza.

- Depois o convívio familiar no Carvoeiro e o jantar simples num dos poucos anónimos e insípidos restaurantes abertos, onde clientes, além de nós, eram só estrangeiros. Restaurante O Chico…a evitar, se houver alternativas, pois até o preço desencoraja o regresso.

- A seguir o rumo a Portimão ao poiso habitual do estacionamento na Praia da Rocha, que um dia será de torres de habitação turística. Estavam cheias as duas bolsas de estacionamento! Autocaravanas de toda a tipologia e estrangeiras, uma portuguesa. Ficamos pois alinhados em fila com outras, a dormir serenamente e só com a companhia de chuvadas nocturnas.


Dia 26.
- O acordar sonolento pelas 8.30 para as torradas e café com leite, sob sol tapado por cinza de nuvens. A volta pedestre ao recinto para tomada de fotos e dois dedos de bons dias em francês, inglês e alemão. Nada de espanhóis. E o espanto perante um semovente gigante das estradas… alemão, com inúmeras janelas retrácteis e toldos, e acima de tudo duplo rodado traseiro e uma eólica produtora de energia. Nas fotos.

- Segue-se a estrada, em velocidade de passeio, a via do Infante até Faro, e aqui um deambular pelas ruas pedestres atapetadas a vermelho, e a bica algures, numa pastelaria aberta. E a compra do jornal com mais escândalos de primeira página, à Vara.

- Ruma-se depois para Olhão, e sempre pela 125 até Monte Gordo, aqui obliqua-se frente ao mar e pela via do pinhal misto até Vila Real de Stº Antonio, ladeados por “biciclistas” estrangeiros, louros em maioria, média idade em média, e pedalando calmamente pela via avermelhada e própria. Depois alongamos a marginal do Guadiana onde passámos por muitas autocaravanas estacionadas junto ao rio, até que passado o passeio marítimo, interrompidos os cais pelos sapais, assume-se Castro Marim no horizonte. Paisagem a reter.

- O almoço com um velho amigo fora acertado telefonicamente, a tempo portanto de uma inflexão para Ayamonte com a travessia da ponte luso-espanhola, para ir ali só à BP repor o depósito de gasóleo… e lá entraram cerca de 85 litros, numa poupança imediata à boca da bomba de mais de 8,50€ comparado com o preço português. Desvio estratégico portando, …em termos competitivos, o que se poupou em combustível foi aplicado no preço da pernoita (exactamente o mesmo) no parque de campismo da Orbitur em Évora.

Pelas 13h, passada a área de AC de Castro Marim, cheia de AC estrangeiras à excepção de uma portuguesa, lá fomos na procura de lugar no recomendado Dois Irmãos, mas népia, estava fechado…e o outro a seguir também, e ainda o outro também. Acabámos por abancar no Restaurante “O Sapal” por debaixo de um prédio novo, onde funciona o notário local, referência fácil de reter. Foi em conta, menos de 10€ por pessoa, uma nota rosinha por pessoa, e com mais qualidade que o Chico esperto do Carvoeiro. E ficou o bonus da dica…reparações de autocaravanas e equipamentos em Castro Marim…é no Sr. Malhão tel. 922177885

- Almoçámos, conversados, boas festas, bom ano novo, até à vista lá para Lisboa, ou quem sabe outra vez pelos Algarves, quando os Dois Irmãos estiverem abertos… e seguiu-se o caminho pela subida à borda do Guadiana a partir de Almada de Ouro… devagar a usufruir da paisagem, da costa fronteira fluvial espanhola, dos barcos e iates no rio, do casario de caminho, quase sem transito, ate retomar a nacional para Mértola sempre a subir em terras de xisto, com todos os vagares, até Beja, que cruzamos a progredir para Évora.


-Chegámos a Évora já noite escura. E ela sempre bonita, redescobriu-se a pé, que a semovente ficou frente às muralhas. Lá chegámos ao engalanado Giraldo, em dia de festa, com iluminações, pista de gelo, e animação a propósito. Passeata a pé à procura de um endereço de restaurante falhado, um tal Moinho, que afinal ficaria quase fora de portas, e por isso vai-se ao “Um quarto para as nove”, reminiscências de tempos em que decerto um grupo de nove andava à procura de um quarto… (nove menos um quarto?) Mas este restaurante estava também fechado.

- De súbito a inspiração orçamentada: A Adega do Alentejano. Tradicional, gastronómico, típico, em conta. Era ainda cedo, e por isso sem problema de mesa e apenas com um grupo de franceses já sentados. E fomo-nos à entrada de ovos mexidos com cogumelos e chouriça assada… e com bom pão, e depois a dividir por dois, uma dose de migas com espargos verdes, cubos de carne de porco e entrecosto, e vinho de jarro, e águas, e azeitonas. Uma delícia. No fim, e café sem sobremesa dispensável… tudo, por uma azulinha e uma dupla de maravedis.

- Regresso à autocaravana e rumo ao parque de campismo local, pela ausência de local convidativo junto às muralhas e de outros companheiros de viagem, que não vimos, ou não estavam por ali.

- Com o bilhete de identidade a atestar a idade, desconto máximo, e entrámos para a zona onde alem de nós estava também um outro português, e duas autocaravanas estrangeiras e silenciosas no escuro da noite, lá pelas 22h. Noite calma de ventos e de chuvas também acalmadas, um pouco de televisão um pouco de net, um pouco de leituras de livros e depois o sono, em noite fria.

Dia 27.
Acordar com cerca de 8 graus, pelas 8 horas. Cães, galos e pássaros em competição sonora. Pequeno-almoço habitual, e depois cedo, despejos de cassete e volta a pé pelo parque que à semelhança de tantos outros junto a praias e a cidades, se vai enchendo de bungalows. E estávamos no ir. Saída do Camping rumo a Montemor, mas antes…na curva da estrada seduzidos e com tempo… seguimos para o Menir e Cromlech dos Almendres… que se recomendam, pois que vale a pena o desvio, parte em terra batida (cerca de 5km em cada sentido). É de não perder.


- Depois foi seguir o desfilar de km no respectivo contador… comprovando-se a melhoria da suspensão pneumática das rodas traseiras (mais alta, mais estável) sempre de GPS Tom Tom ligado apenas para comprovar a sua performance e exactidão. Nem um erro, a cartografia está mesmo actualizada… e assim, rolando, sempre pelas nacionais, lá fomos rumando a Pegões, depois para Vila Franca de Xira, e a seguir finalmente Carregado e por fim Alenquer…hora de chegada pelas 11.30h. Muito a tempo de contabilizar duas noites positivas, uma volta compensadora e promissora de mais voltas e reviravoltas em 2010.
Por cá e pela estranja também!
Com renovados Bons votos de Bom ano autocaravanista aos nossos leitores.

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