Dezembro, local, data/hora: Alenquer, 16h de dia 27, 3F.
I etapa, 1ª noite.
Partida de Alenquer com a autocaravana Semovente. Destino, levar prendas de Natal a um sobrinho e sobrinha neta em Cabeço das mós (Abrantes) depois jantar com uma filha em Coimbra, e pernoutar na Área de Autocaravanas do Parque Verde.
II etapa, 2ª noite.
Saída de Coimbra para Viseu, depois almoço em São Pedro do Sul, rumo a Pardilhó, e de seguida Porto, e Matosinhos até Angeiras com pernoita e jantar em Matosinhos.
III etapa, 3ª noite.
Partida de Matosinhos para Amarante pela estrada nacional velha, café na Pousada do Marão e almoço em Gondar e depois pelo IP IV a Amarante para uma reunião de trabalho aprazada. De seguida, rumo a Sangalhos e chegada a Coimbra para jantar e pernoita.
IV etapa, 4ª noite.
Saída de Coimbra pela nacional até Leiria pelas nacionais, passagem e almoço em Caldas. Depois rumo ao Alenquer Camping para fim de ano no Bar do Além com grupo de amigos autocaravanistas, incluindo jantar, ceia e pernoita.
I Etapa.
Sem história. A 23 Até Abrantes…depois dirigidos pelo GPS a Cabeço de Mós para cumprimento de deveres de Natal familiares, e logo depois regresso pela mesma via a A1 e directos a Coimbra para estacionamento no Parque Verde, Rumo pedestre pela ponte pedonal ao centro a rua das Azeiteiras para jantar calmo na Cozinha. Três notas rosinhas para três pessoas, (salada e camarão, tamboril grelhado e chanfana) e depois de regresso inverso, o sono justo de recompensa pelas obrigações cumpridas. De notar o furgão com a inscrição em espanhol: “ o essencial é invisível aos olhos”. Fica a foto.
II Etapa.
Acordar durante a noite com chuva, e ao amanhecer também. Só pelas 8.30 de fez a formatura para pequeno-almoço, de olho no alerta amarelo televisionado. Poucas chances de passeio. Todo o País, excepto a zona centro estava afectado. Mapas desdobrados ditam o itinerário Viseu, S. Pedro do Sul, Aveiro e depois se veria. Viu-se depois, de facto que se poderia ir até ao Porto.
Seguiu-se pois pela IP III para Viseu. Estacionamento por detrás do Mercado e do gigantesco edifício da Segurança Social. Não no parque pois as cancelas de entrada estreitas, não permitiam arriscar. Ficou de fora em parquímetro mas a ocupar dois lugares traçados no solo, pois os 7,14 de comprido da semovente são mais CM do que um ligeiro que não seja veiculo M1 da EU. Fica a dúvida que leitores atentos irão ajudar a responder:
- Neste casos que fazer?
1) Não estacionar
2) Estacionar e tirar dois tickets, cada um por cada lugar ocupado.
3) Tirar um só ticket e estacionar durante metade do tempo (ou pagar o dobro do tempo)
4) Tirar um só ticket e esperar pelas consequências?
A volta a pé por Viseu foi curta e apenas para rememorar alguns ícones: a CM e o seu mercado de Natal de quiosques diversos, a Igreja de Terceiros com o seu presépio interior, os azulejos, o Mercado coberto e a meia encosta, e o posto de turismo onde surpreendentemente fomos atendidos por uma rapariga espanhola, que obviamente à pergunta sobre as feiras da região, teve de pedir o socorro da chefia. Tudo incluindo um café e a compra do Expresso que saiu nessa 6F em cerca de uma hora (tempo do ticket).
Rumo seguinte para São Pedro do Sul, à busca de vistas e de restaurante mas debaixo de chuva. Falhou a sugestão que nos deram de uma tal Adega da Tia Fernanda, e assim, mesmo antes das Termas um transeunte, apesar da chuva lá nos explicou onde ficava o São José, sempre a subir, por cima das escolas secundárias. Mas valeu a pena. Menu de qualidade e completo…entradas com pão broa, azeitonas e requeijão da Serra da Estrela, sopa, prato, (pescada cozida e vitela de Lafões) sobremesa, café, vinho (da Adega Cooperativa de Tazém), cada 8,50€, ou seja dois por menos de uma azulinha.
Nem parámos com a chuva nas Termas vistas de longe. Seguimos logo para Pardilhó à descoberta da área de serviço recentemente inaugurada e sem vivalma. De positivo a sua existência em si mesmo, o estar perto da ria e ter um café de apoio. De negativo, o não estar sinalizada e ser de difícil localização, o da entrada ser feita em ângulo recto, o da estação de serviço estar enjaulada e com cadeado. Talvez no verão estes inconvenientes se atenuem…
No café pediram-se informações para passeio na ria e salinas com um pescador de moliceiro, ou marnoto se preferirem. Aqui fica a informação: é ligar para o 938977399, partidas segundo as marés… e para duas pessoas são 50€ indo o passeio até São Jacinto. Não era opção porém quer pela chuva, quer pela maré adversa. Seguimos pois caminho até a paria da Torreira onde estavam dois autocaravanistas espanhóis rente ao mar bravio e sob chuva intermitente.
Seguimos pois para o Porto para fazer todo o passeio fluvial e marítimo, devagar devagarinho, depois da Sé Catedral, quase desde os restaurantes da Ribeira até ao Castelo do Queijo, e depois seguimos ainda até a nova frente marítima de Leixões até Angeiras, ampla, moderna apesar da vizinhança das refinarias que de noite e iluminadas até passam por uma nova Iorque obscura. No verão o estacionamento gigantesco dará para muitas Autocaravanas, e melhor ficarão se entretanto autarcas diligentes definirem parques só para autocaravanas e com estação de serviço. Há espaço de sobra e junto ao maré percurso pedestres bem delineados.
O longo dia de passeio terminou estacionado e para pernoita junto ao mini edifício do Centro de Interpretação Ambiental, a lembrar a da Casa da Musica frente a praia de Matosinhos e ao lado do monumento escultórico de homenagem aos pescadores mortos na faina do mar. Aqui dormimos serenos e sem grande barulho de trânsito.
O jantar foi numa proposta do Guia das Tascas, que entre os vários restaurantes da R. Dos Heróis de França, onde se multiplica a oferta com assadores e fogões a carvão em plena rua e passeio (decerto que autorizados pela ASAE) um há que não tem essa particularidade. Mas que vale a pena e por isso se recomenda sem favor “Salta O Muro”, que justifica a vista gourmet. Pois fica na dita rua no nº 386, pertence ao Sr. Antonio Moreira e a cozinheira e mulher, amabilíssima e competente é a Dona Palmira. Telefone 229380870. Sugere-se que se for ao jantar se chegue antes das 20h, ou então é a longa espera por uma vaga nos bancos e mesas corridas, ao balcão a copos de vinho e lascas de presunto. Vale a pena, e pode-se ficar pela azulinha com mais uma cinzentíssima incluindo sobremesa. No nosso caso foi uma raia frita com batata a murro e molho de coentrada e uma dourada grelhada do mar. Quem gostar de filetes de polvo, só à 6F.
A Etapa acabou a ver televisão, basicamente para actualizar informação sobre os debates das presidenciais e letras gordas dos jornais.
III Etapa.
Chuva presente ao acordar, e pelas 8h o ritual matinal. Mais ninguém estava a essa hora no estacionamento da pernoita. Saímos pela avenida da Boavista em direcção a Vila Real, pela N15, e sempre que possível pelos troços da estrada velha…Gandra, Felgueiras, Margaride etc, até Amarante e daqui já pela IP IV ate a Pousada do Marão (ex de Portugal, ex Enatur, ex Pestana e agora do Eng. Antonio Pereira, o mesmo empresário das Aguas do Marão, e vinho diverso. Viagem demorada, sem grande chuva e por paisagens muito industrializadas. O Café (2.,50€ cada) na Pousada serviu de pausa antes de enveredarmos depois pela velha estrada das voltinhas do Marão.
Chegámos pelas 12.30h ao destino de almoço! O Alcino ou a casa Silva, ou o Cabrito Assado, ali mesmo na bifurcação da estrada velha entre Amarante e Vila Real com o desvio para Peso da Régua, depois de obras de arte impressionantes do prolongamento da IP IV. Fica em Gondar estrada de Larim, e vem no Guia das Tascas, pois claro!
Não desmerece das referências: Grelos amargosos mas excelentes cabrito tão bom que sabe a pouco, e vinho verde que canta no copo. Pão dito de quatro cantos, caseiro quanto baste, e saboroso. Tabela deste up grading gustativo, azulinha e cinzentíssima par dois fora da carteira! Tudo rápido (prato do dia, tal como o incaracterístico bacalhau a Brás que não nos tentou).
Passo seguinte, reunião de trabalho, já em Amarante conforme agendado. Sem história que caiba neste relato. Neste intervalo a co-piloto ainda foi a procura dos bolos fálicos dos gonçalinhos para levar de recordação para o jantar, mas S. Gonçalo cede (politicamente correcto) perante o Menino Jesus e as pastelarias não os fabricam nesta quadra!
Depois, já entardecia de escuro rumo pela IP IV no sentido Porto, Ponte do Freixo e depois para Sangalhos, com chuva e pelas vias de Auto-estrada ou das Scuts pagas electronicamente. Quanto custou? Nem eu sei pois a via verde remete para mais tarde a factura. A ver vamos. A ideai de passar por Sangalhos era de ver in locu a nova área de AC inaugurada na assembleia do CPA. Pois já estava noite fechada quando lá arribamos…
De positivo a existência da área, o espaço destinado, e ate a estação de serviço. Mas não estava lá ninguém…. E quando é assim a co-piloto só em condições excepcionais, dá luz verde o que não foi o caso…porque os aspectos negativos também existem: fica isolada e longe da povoação, e numa noite invernosa o percurso até é lúgubre. Será decerto mais convidativo no luar de Agosto.
Seguimos pois viagem para Coimbra e mais uma vez para o Parque Verde, mas chovia e então a escolha do restaurante era uma decisão estratégica para evitar molhas desnecessárias e agravamentos de constipações. Ou seja, jantar antes de estacionar e não o inverso o que desde logo comprometeu a busca do Jose dos Ossos por detrás do Hotel Astória como explica o Guia das Tascas. A escolha acertada recaiu na travessa ao lado do Portugal dos Pequenitos num local antigo e de eleição estudantil: o Casino da Urca.
Fomos os únicos a jantar aquela hora cedo, das 20h. Refeição decente e apurada, para mim foi polvo grelhado de bom recorte se sabor. Tudo OK. E com os laterais habituais de broa, pão, manteiga, azeitonas, vinho e água, café. Lá se ficou tudo pela habitualmente frequente e tabelada nota azulinha.
A noite foi outra vez sossegada e recenseamos apenas cinco autocaravanas, todas nacionais, uma delas de um recém iniciado na itinerância semovente rodoviária, que ao passear canito, ainda se abeirou de mim e me perguntou se seria seguro dormir no local? Claro que o sono foi justo e perfeito, se é que me entendem!
IV Etapa.
Ultimo dia do ano de ameaças, ou seja 2010. Saída de Coimbra sem detença para Leiria, sempre pelas nacionais e entrada na cidade do Lis como a vontade da mira do estacionamento amplo do elefante brando do Estádio do 2004, que pertence à mesma manada do de Aveiro e de Faro/Olhão. Pois era dia de feira…( a de sábado por dia seguinte ser feriado foi antecipada para 6F) mas mesmo assim mais do que espaço livre não faltava, e lá ficámos à vontade e gratuitamente, junto a uma Autocaravana francesa e a outra portuguesa, e fomos às mercas que faltavam para a noite do fim do ano.
Da parte da feira de levante nada levamos…pois eram só roupas, artefactos de viagem de cozinha e plantas seja árvores de fruto seja de horta. Seguimos pois ao Mercado coberto e aí sim… lá se encontraram as castanhas gradas, as filhós, e o pão da Benedita. Mais umas voltas para um café, e retomada a estrada para as Caldas.
Nas Caldas não é fácil estacionar, mas para quem se dispõe a ser pedestre também, não há problema, ficamos numa rua pacata frente a uma escola e por cima do novo edifício do Centro Cultural. Sem problema. Depois foi descer até a chamada rua das montras para encontrar a Travessa da Cova da Onça, e aqui chegar ao destino recomendado por mão amiga: o Restaurante do Zé do Barrete. Não é uma tasca, nem é uma catedral gastronómica. Mas é limpo, moderno, e eficiente e onde uma dose é generosa a ponto de chegar para dois, e por isso mesmo na ementa constam as meias doses também. A escolha avisada foi para os medalhões, de vitela com arroz e batata frita, o que mais o vinho, a agua, o pão e azeitonas, a manteiga, a pasta de peixe tudo na tabela da nota azulinha de euros. Q.B.
Na volta da compra das cavacas pequenas (beijinhos das Caldas) atravessamos o mercado tradicional ao ar livre da Praça Bordalo Pinheiro e lá vimos das montras, a cerâmica tradicional marota de inspiração do Ze Povinho.
Rumo então para o destino final por Gaeiras e Cercal até Cheganças e Alenquer. Directos ao Alenquer Camping onde na plataforma das autocaravanas, já estava o João e a Augusta chegando o Filipe e a São pouco depois, e muito a tempo de se preparar o banquete de jantar de fim do ano, que veio a subsistir até a ceia, e mesmo sobrante para o pequeno-almoço e para o almoço do dia seguinte já 1º de Janeiro de 2011.
E que banquete que as senhoras co-piloto prepararam… camarão cozido de Moçambique, Moamba de galinha do Campo com Chabéu (óleo de palma da Guiné), carne de lombo de porco assada, Empada Real com galinha, azeitonas e o mais que os reis gostam, filhós, castanhas assadas na Lareira do Bar do Além reservado para o efeito…e claro vinho tinto da Quinta de São Cristóvão (doc. Alenquer) Champanhe nacional de estalo, bolo-rei, pasteis de carne e massa tenra…e queijos variados!
Foi um festim de amigos autocaravanistas e de longas conversas sobre tudo e mais alguma coisa…. Que se prolongou sem esforço e naturalmente a volta das labaredas da lareira, e que teve ainda o momento alto do jogo de mesa de bowling para testar a destreza apesar dos álcoois que acompanharam os cafés ou chás.
Ainda antes da meia-noite houve demonstração de runas por Helena Reynaud (a responsável pelo Bar (tel 934289375) com o lançamentos as pedras de tradição celta para adivinhações ad hoc que até surpreenderam pela sua justeza, de imediato confirmada…
Entretanto a televisão ligada permitia acompanhar a contagem decrescente do ano 2010 e a crescente do ano 2011, com os rituais diferentes que cada um adopta nestas ocasiões mas que não dispensam as doze passas, e as taças de champanhe e os brindes, mais os telefonemas e sms de retribuição dos melhores votos aos fisicamente invisíveis e ausentes!
Quando o João Pestana começou a dar de si… foi tempo de espontaneamente cada um regressar a sua autocaravana… para só regressar ao encontro de um pequeno-almoço aprazado pelas 10h que devidas às sobras do jantar e da ceia, constituíram um autêntico “brunch”… mas mesmo assim as vitualhas resistiram e a batalha de garfo e faca continuou horas mais tarde com o almoço em que ainda aparecerem mais umas favas de entrecosto.
Os demais clientes do Camping faziam também as suas festas quer nos Bungalows, quer nas caravanas alugadas, mas o Bar do Além continuou reservado aos membros do MIDAP, do CAB e do TCA que quiseram aceitar o convite para um fim de ano e de saudação do novo ano, que se repetirá com gente saudavelmente amiga e autocaravanista, talvez em Dezembro de 2011!
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