sábado, julho 14, 2007

jornalistas aderem ao autocaravanismo para reportagem!

os autocaravanistas constituem uma tribo heterógénea, em idade, e preferências, e a autocaravana tanto serve para o lazer, como para trabalho profissional, seja para o Estado (colheitas de sangue, radiografias, serviços fiscais ) para empresas privadas (as de higiene e segurança) e ainda profissioanis liberais, pequenos comerciantes etc.



Hoje trata-se de jornalistas,e tarnscreve-se coma devida vénia um artigo da Revista TURBO, cujos autores se mencionam.



Ora demos a palavra em discurso directo a quem foi autocaravanista pela primeira vez...

Viajar de auto caravana
Este ano, nas férias de Verão, decidimos não marcar hotel, alugar casa ou partir de avião, barco ou automóvel rumo ao estrangeiro. Durante a segunda quinzena de Agosto, o TurboOnline fez as malas para viajar ao volante de uma ‘’casa caracol’’ pelas praias da Costa Alentejana, Vicentina e Algarve.



Já há muito tempo que tínhamos vontade de viajar de auto caravana, ao sabor da estrada, pelas praias da costa portuguesa no Verão. Um sonho de juventude que todos os anos ganhava novas motivações com as constantes visitas à Nauticampo, na Feira Internacional de Lisboa, para tomar contacto com as últimas novidades e preços.

A equipa TurboOnline lançou o desafio à empresa Campinanda que nos cedeu uma Ford Transit Challenger a estrear. Fizemos as malas, colocámos as bicicletas presas no suporte na traseira e partimos rumo ao Sul. Conforto a bordo e na estradaAo contrário da ideia que tínhamos pré concebida, no interior de uma auto caravana pode-se viver com conforto.

A nossa Challenger tinha casa de banho com água quente, frigorifico, fogão, televisão, uma cama de casal fixa na traseira, por cima de uma “garagem” com capacidade para alojar malas suficientes para um ano na estrada, e, na frente, imediatamente atrás do banco do condutor, uma mesa com capacidade para quatro pessoas jantarem com comodidade e que à noite se transformava numa segunda cama de casal.

Convém, desde já, referir que antes desta experiência nunca tínhamos conduzido uma auto caravana, é preciso respeito e alguma calma para tripular esta “casa caracol” com cerca de seis metros de comprimento por três de largura. Os primeiros 300 quilómetros, entre Leça da Palmeira a Lisboa, na A1, foram realizados a uma média de 90 km/h. Em auto-estrada tudo se passa com tranquilidade, mas chegados ao Alentejo, mais precisamente a Porto Covo, sentimos imediatamente a necessidade de estacionar a viatura no exterior da Vila, densamente povoada e onde para se tomar o pequeno-almoço na melhor pastelaria da zona era necessário retirar senha e esperar 30 minutos.

Quando utilizamos este meio de transporte temos que nos convencer que não vale a pena manobrar entre paredes, o risco de amolgar outros automóveis ou ficarmos “presos” numa rua estreita sem conseguir manobrar é algo que acontece quando menos esperamos. Foi o que nos aconteceu em duas ou três situações em que optámos por arriscar - em Vila Nova de Milfontes - , onde só graças a subir alguns passeios conseguimos manobrar, e na Brodeira, já na Costa Vicentina, onde com o objectivo de chegar a uma torneira pública para reabastecer o nosso depósito de água (com capacidade para 120 litros e que durava em média três dias) subimos uma rua muito estreia, entre muros, onde fomos obrigados a fazer marcha – atrás e a colocar a primeira velocidade durante mais de 15 minutos para conseguir inverter o sentido.

Uma boa onda para todos os que pensam um dia comprar ou alugar uma auto-caravana existem algumas regras básicas a respeitar e a verificar. Ao contrário do que acontece na maioria dos países europeus, onde existem áreas específicas para descanso e estacionamento durante a noite, em Portugal, junto à Costa Alentejana e Vicentina, apenas na região de Sagres a GNR – Guarda Nacional Republicana - costuma levantar alguns problemas, alegando razões de segurança (o que nos aconteceu no Castelejo, em Vila do Bispo, onde fomos “convidados” a seguir viagem).

Nas 25 praias onde parámos para apanhar sol e mergulhar nas ondas, durante os 17 dias “on the road”, dormimos, na Ilha do Pessegueiro duas noites, na Zambujeira do Mar, junto ao porto de pesca, na Arrifana no parque junto à praia, na Amoreira, Carrapateira, na Praia do Amado, em Cacela Velha e no Almograve, sem problemas.
Por outro lado, convém sempre estacionar junto a outros grupos de caravanas, foi o que fizemos na praia da Carrapateira onde dormimos no meio de um autêntico acampamento “hippie” improvisado, com muitos jovens surfistas espanhóis e alemães a dormir com vista para o mar na ânsia de apanhar as primeiras ondas da manhã.

Jantar sobre o mar sem stress. Ao fim de quatro ou cinco dias de roteiro mais “natura”, junto às praias, a necessidade de visitar um parque de campismo para fazer a manutenção da auto caravana torna-se quase obrigatória, temos que despejar o depósito de detritos da casa de banho num local próprio apenas existente nos parques, reabastecer de água e, aproveitar para tomar um duche mais rejuvenescedor e fazer a barba. Visitamos apenas três parques durante as duas semanas de viagem: o novo e excelente parque do “Monte do Carvalhal”, situado no Brejão onde pagamos 15 euros (o habitual para três pessoas e uma auto caravana), o enorme parque do Serrão, na praia da Amoreira, e o do Caliço, em Vila Nova de Cacela, com vista sobre a Ria Formosa.

Embora seja possível cozinhar no interior da autocaravana, as lavagens da loiça acabam por nos "obrigar" a gastar água, um bem precioso que aprendemos valorizar ainda mais. A opção foi comprar um pequeno assador e carvão para grelhar peixe fresco e jantar ao por do sol sobre as fabulosas falésias do nosso litoral Sul.

Duas opções - comprar novo ou alugar. Falta-nos descrever, um pouco melhor, as sensações de condução de uma autocaravana, e, claro, referir os preços para todos os que pretendem viajar sem a preocupação de marcar hotel com antecedência ou usufruir da enorme versatilidade de fugir, para onde o sol brilha, quando a traiçoeira chuva de Agosto teima em arrefecer os ânimos. Como já referimos, desde que se acautele o facto de que conduzimos uma viatura muito pesada com seis metros de comprimento (existem opções mais versáteis para conduzir na estrada mas com menos conforto a bordo), tudo se passa com a maior naturalidade.
A nossa Ford Transit comportou-se sem problemas ao longo dos 2.000 km, e os consumos nunca fugiram dos 10 litros. Ao volante temos que ponderar bem o facto de transportarmos a enorme ‘Capucine’ sobre o chassis Ford, que eleva o peso total da auto caravana para as três toneladas, o que obviamente tem implicações na ponderação das distâncias de travagem. Em piso degradado ou nos estradões de terra batida o adornar da carroçaria pode transformar qualquer objecto solto perigoso; antes de viajar não se esqueça de verificar se as janelas e respiradores estão devidamente fechados e se não existem objectos soltos no interior da cabine.
As autocaravanas dividem-se em categorias diferentes que podem variar entre a mais pequena e acessível Citroën Aventure Berlingo 2.0 HDi, que custa nova cerca de 25.000 euros, até às mais caras e de maior dimensão, como a que viajamos, que custam 45.000 euros ou mais.

Em Portugal vendem-se, em média, cerca de novas 360 auto caravanas por ano, enquanto na Alemanha ou em França são comercializadas uma média de 17.000, razão pela qual muitos portugueses optam por comprar viaturas usadas no estrangeiro.Outra opção é alugar uma auto caravana com alguns amigos e viajar.

Em época alta os preços são algo proibitivos e rondam os 180 euros por dia, enquanto em época baixa é possível fazer um aluguer, na maioria das empresas, por valores próximos dos 125 euros dia. Viajar de auto caravana é um estilo de vida com cada vez mais adeptos e uma boa opção para viajar com todas as comodidades em pleno contacto com a natureza. Texto e fotos: Luís Cáceres MonteiroInfografia:Luis Abreu

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