domingo, dezembro 03, 2006

da Campisport à Ponte das 3 entradas e a Fatima

Tudo se passou na ponte do 1 º de Dezembro de 2006...



Foi a uma quinta feira véspera de feriado, início de ponte. Dia de partida. depois de um almoço de trabalho de gravata e casaco. Em Alenquer, no camping a já rotineira troca de roupa, para a confortável, e troca de viatura, para a agradável....
Tão agradável que um autocaravanista espanhol até colocou autocolantes na sua AC, em que a porta é a "recepção" a classificação, Hotel de ***** e o aviso "completo" (foto reproduzida com a devida vénia a Duarte do Forum CampingCar de Portugal).



Uma última vista por mapas e guias, que isto de marear por terra tem sempre que se lhe diga, em especial sem GPS, com mapas nem sempre acertados pela sinalização imaginativa que se encontra espetada pelas estradas. E depois à rota, nós outravez, como no filme velhinho "two for the road", eu e a "ametade" , e a semovente de sótão...isto é de capuccine...



Balanço...3 noites, duas em camping, uma a 3,20, e outra a 10.50€, e uma grátis em AS. refeições sempre em restaurante, desde o mínimo de 12,50€ até 41€ para duas pessoas. Gasto total a uma média de 11l/100Km, para uma volta de cerca de 1000Km em 4 dias...mais ou menos 280 euros...70 euros/dia/casal.



Nem chovia nem fazia sol, antes, já era o lusco fusco...e lá seguimos pelas nacionais, sem pressas. Antes em busca pela net tinha-se encontrado Vermoil, como um local impar de area de serviço para autocaravanas, próximo de Pombal, o indicado para visitar a região, incluindo Fátima, e bla e bla...Na net, procurando em Vermoil lá aparece uma impante Junta de Freguesia, histórica , medieval etc. e com reportagem de uma concentração da inauguração com um campo de futebol transformado em estacionamento de autocaravanas apinhadas, porta com porta, como em qualquer exposição tipo Nauticampo.


Ora, Vermoil na 5F, 30 de Novembro às 17.30h (pelo menos...nesse dia) era um local de dificil acesso, com desvios por motivos de obras nas estradas, deficientemente sinalizada, a mais de 10km da IC 1, com uma area de serviço invisivel na escuridão, apesar dos farois no máximo, ao fim de uma ingreme descida com entrada por um portão estreito, entre um campo de futebol e um cemitério, onde naturalmente não se via vivalma, nem uma única luz, e onde se acedia por uma estrada com uma casa em construção...no meio da via! Foi só fazer meia volta, rogar umas pragas, e desejar que nenhum estrangeiro caia na asneira de tentar estacionar a sua AC em Vermoil...

Nota: haverá autocaravanistas que gostam de Vermoil, cuja AS e estacionamento de AC se devem à iniciativa meritória de emigrantes portugueses, o que naturalmente merece elogio, e não esta em causa. Muitas iniciativas do género eram precisas. O que merece reparo e crítica é o facto da sinalização ser insuficiente, e em termos de agradabilidade do local, ela ser subjectiva e discutivel, até pelo afastamento da povoação, e distanciamento sinuoso ao longo do campo de futebol, fora a falta de sinalização, e iluminação da estação de serviço. No mínimo, se se trata de um local que só deva ser utilizado à luz do dia e por autocaravanas de menor gabarito, que tal se diga, e que à entrada estreita (entre o cemitério e o muro do campo de futebol), que se coloque uma placa explicativa e de sinalização. E que a CM e a Junta resolvam o fenómeno de sinalização, e urbanistico da casa no meio da estrada...Outros AC há que tem opinião similar à que expressamos, ver comentários nº2 e nº3 a este texto.


Para compensar esta expedição frustrada a recompensa chegou na Mealhada, com entrada por saída da autoestrada, logo depois do desvio de Verm....esqueçam, e com saída depois da área de serviço de Cantanhede. Paragem na Meta dos Leitões, mais por causa de bom estacionamento em frente do que por outra razão. E lá vieram as duas doses com guarnição, e o espumoso branco (Sarmentinho) que aditado do café e de uma sobremesa trepou...aos 41 euros.


E dormir? Não na estrada, que isto de inverno, não é em qualquer lado. Rumo então ao Luso, à Orbitur, logo ali por cima da Mealhada. Fácil de encontrar...portas abertas, ninguem na entrada, deu-se a volta, ninguém a estacionar, nem a pernoitar, e saída pela mesma porta sem ver sinal de vida. Não ficámos, não fossem aparecer almas penadas. Seguimos então caminho, já pelas 22.30h...até Aguada de Baixo, e aqui, rumo ao parque de campismo. Portas fechadas mas bar aberto, e assim portas abertas para o relvado sossegado e...ficámos por...3,20€ (três euros e vinte cêntimos, por 1 autocaravana, um casal e electricidade). Claro que é preço do Clube de Campismo local...mas se fosse uma empresa já tinha falido.(ver foto)


Noite descansada, o acordar também, e pelas 9h o regresso ao alcatrão, sempre direitos ao Norte. Entretanto, paragem no Cais de Béstida (foto da semovente) e depois em Espinho. Dia de feira de trapos..em Espinho.

Mais de uma centena de bancas, mais de milhares de milhões de peças de roupa, (foto da Tenda de um Ali Baba) texteis de cama, de casa e de roupa, sapatos também, e um vendedor ambulante de ananazes (ou abacaxis, 5 euros por três unidades) e mais duas peixeiras locais...de resto...texteis e mais texteis.

O percurso de viagem continuou pelo litoral...Paragem no Senhor da Pedra (antigo lugar sagrado pagão) pela praia do Furadouro, frente a Ovar, com estatuetas de peixes em pedra (ver foto). Aqui há dois lugares razoaveis para pernoitar...do lado esquerdo da praia num enorme terreiro, frente ao mar, e do lado direito num estacionamento, onde aliás estavam algumas autocaravanas.

Depois, Granja, Miramar, Praia de Lavadores, junto à foz do Douro, com a vista da margem norte em frente, num panorama incaracterístico de prédios (foto) . Por fim, pelas 13.40h, a Campisport na Exponor, um dos pretextos desta viagem.

Estacionamento fácil frente ao pavilhão nº5 (o da Nauticampo em estilo pré primária no que toca a barcos). Muitas autocaravanas à venda no estacionamento com disticos de telefone...cujos donos se calhar estavam já a negociar dentro da exposição os novos modelos (desde 30 000 euros até 100.000).

Cumprimos o programa à risca, como a Feira só abria as 15h, antes o almoço numa tasca da Feira Gastronómica, no Pavilhão nº 1. Caiu em sorte o restaurante de Caldelas, com cabrito ensopado do Gerês, tudo, incluindo vinho, sobremesa, pão e broa...31 euros para dois.

Depois a Feira, passagem pelo stand do CPA, Clube Português de Autocaravanas, qb, do resto....A parte que mais interessava a do turismo...tal como a dos barcos...iguais em incipiência comparadas com a Nauticampo. A das autocaravanas tambem qb, e com boas ofertas promocionais de autocaravanas por 30.000 e 33.000 eurso em duas marcas diferentes com preços de arrasar, e para quem queira gastar menos do que um automóvel médio, até vale a pena...Não ficam referências aqui a marcas, para não fazer publicidade dada a concorrência.

Digestão feita na feira, retomada a AC, embarque com destino a Viseu. Havia uma hipótese de visita a velha amizade na zona de Seia, mas a escuridão precoce e a ideia de ir ao parque de campismo da Ponte das Tres Entradas prevaleceu...e lá fomos via Tondela, Sta Comba Dão, e Tábua...e Candosa...e Galizes...Lá chegamos cansados da estrada, da noite, mas felizmente sem chuva.


O parque é gerido por holandeses. Que falam dutch...e alguma coisa de inglês e de português, mas sem tradução para algumas palavras que são desconhecidas do vocabulário respectivo, por exemplo...factura..multibanco...De resto, uma simpatia. Jantamos por ali, na sala de convívio bem agradável, com a lareira acesa, TV também acesa, projectada em video gigante, (com um sporting apagado face aos 2-0 sofridos pelo ataque dos benficas) com um publico de alguns portugueses da canoagem, e mais holandeses, de bungalow.

Jantámos um prato indonésio, espécie de arroz chau chau com ovo estrelado a cavalo, e um molho de amendoim com aparência de mousse de chocolate. Isto para dois, mais as bebidas, café, uma sobremesa somou 12.50€, e o camping 10.50€, com electricidade e banho quente. Ainda se desmoeu depois, por uma passeata a pé pelas três pontes da entrada na vila...mais acertado do que a ponte das três entradas. embora tivesse três arcos. O resto ficou para o amanhã.



Mas durante a noite choveu a potes. Não tanto como em semana anterior, em que se viu pelo rio extravasado como deveria ter sido...e com inúmeros sinais de derrocadas e deslizamentos de terras ao longo da estrada, mas que choveu, lá isso choveu, e muito. Nada de problema, mas no dia seguinte as passeatas a pé ainda debaixo de chuva ficaram comprometidas,e assim seguiu-se caminho para Aldeia das Dez, a seguir tenativa de ir ao Piodão, mas com nevoeiro cerrado ficámos por Avô (ver 2 fotos) com a Ilha de Picoto totalmente destruida pela fúria das cheias...e fomos empre serranias acima, e serranias abaixo, Rio Alva ao longe, e ao perto, até Coja, Arganil, Gois, Lousã....até Castanheira de Pera, terra de Bebianos. Ufa....



Aqui as fotos da praxe ao complexo de superioridade de piscinas oceânicas, com ondas mecânicas, palmeiras etc......Não havia necessidade...algo de parecido não tão sumptuário teria decerto sido possível, e a CM não ficaria endividada tão gravemente. Claro que em Dezembro não há clientes, mas nem o restaurante do complexo funcionava, e assim fomos ao restaurante Gil, do mesmo dono do posto da BP, o Jorge Gil Bebiano. Excelente...leitão, cabrito, vinho, sobremesa, acompanhamentos fartos de arroz de miúdos, batata frita, salada, tudo 23,50€...desde a Mealhada tem vindo a descer a factura das refeições, e a qualidade senão a subir, pelo menos a igualar...



Breve vista de olhos pelo Expresso, ao café, e depois direcção a Figueiró, mas entorse para Ansião e daí para Tomar...estacionamento fácil no terreiro da Feira, junto ao Mercado, e passeio pelas ruas pedestres na ponte do Nabão (foto) e outras, vistas ao Castelo Templário (ver foto).... e de seguida só parámos em Fátima. Aqui rota para a Cova de Iria, seguindo depois sempre, as indicações dos parques de estacionamento do Santuário. Rumo ao parque nº1 dos ligeiros e neste, na zona assinalada por um símbolo de caravana...excelente é pouco. Um maravilha de apoios aos autocaravanistas, como já escrevemos no Forum do CPA, é de dez estrelas, pelo espaço, pela luz, pelas instalações sanitárias...etc...e ainda há quem diga que a Igreja é retrógada? Não para os autocaravanistas! (ver foto).



Tempo para leitura na AC da imprensa do dia, visita a Igreja do Santuário, à Capela das Aparições, a zona das promessas de velas, e depois à povoação e suas lojas de artigos religiosos, entre outros. Jantar no Panorama, 1º andar sobranceiro à rua de peões...Bacalhau, vinho, refrigerante, café, doce...tudo 19€, quase um milagre. Depois de jantar concluimos a peregrinação pelos lugares de culto, com missas rezadas em espanhol e inglês, na capela das Aparições, e por fim pelas 22h recolha à semovente, para mais umas leituras, e logo que os sinos cessaram as badaladas, o sono no sótão da autocaravana....até de novo os sinos (ding dang dong, sonnez les matines)...não só acordaram o Frére Jacques, como nós também...eram 7h.


Fim da ponte...domingo...Pequeno almoço habitual de café, nuvem de leite, torradas a gás, manteiga, passeio matinal, lixo no lixo, foto da área de serviço que é uma BTS a assinalar e recomendar para todos os autocaravanistas...e ao caminho.

Direcção Alcobaça, para pararmos em Porto de Mós. Objectivo...visita ao imponente Castelo. Parada a AC o mais perto possível...estava uma a pernoitar ainda no largo da CM, lá fomos a pé ao alto.

Tudo fechado, assim volta de repérage, foto e regresso à semovente. direcção agora Batalha...com vista ao Campo da Batalha de Aljubarrota, o Campo Militar de São Jorge...mas a primeira derrota foi logo ali inflingida....pois não era dia de estar fechado o Museu Militar? Ou está sempre fechado? Valeu a Capela de D. Nuno, aberta, e a lápide explicativa, para se fazer o percurso do fosso e dos archeiros...até às covas do lobo. E foi o que fizemos...



Fim de viagem a seguir...de São Jorge pela velha N1 até Alequer, ao Alenquer Camping para inverter a transformação de 5F a tarde, pelo menos parcialmente...isto é, ficou-se pela destroca de viaturas, mas não de roupas...lá ficou estacionada a autocaravana até a próxima sortida, e de carro o regresso a casa pela Crel, e ao almoço em família.



4 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
DeCarvalho disse...

lido no Forum Camping Car Portugal, post de Fluis, com a devida venia...

Boa noite,

Concordo perfeitamente que seja de louvar o esforço e a boa vontade dos 2 criadores da área. No entanto, nem por isso às críticas feitas à área deixam de ser verdade.

Quando lá estive em Setembro, vindo do lado de Coimbra na Nº1, segui na primeira placa com indicação de Vermoil, a estrada estava de facto em péssimo estado. Entrando na povoação não havia qualquer indicação pelo menos vindo por aquele lado. No entanto perguntando aos locais foi-nos logo indicado o caminho correcto. A entrada, pelo lado do cemitério, é de difícil acesso para AC’s compridas de capucine, exigindo bastante cuidado e atenção para não se danificar a AC nalguma árvore do cemitério que tem os ramos virados para a entrada.

A área propriamente dita tem tudo o que é necessário para as nossas normais operações de carga e descarga, deve-se, no entanto, ter atenção na manobra de marcha-atrás, haverá possibilidade do fundo da traseira bater no chão nas AC’s mais compridas, com grande distância atrás do eixo traseiro e relativamente baixas. Nota-se que houve cuidado na elaboração da área, tendo sido disponibilizado um lava-loiça e um churrasco que são penalizados na sua utilização devido ao facto de não ser possível estacionar junto à área.
Na visita que fiz pela povoação não consegui descortinar a zona de estacionamento para pernoita.

Na minha opinião, é precisamente por termos poucas áreas de serviço que é de extrema importância o sucesso das poucas que existem, que têm de ter interesse quer para o autocaravanista quer para a localidade que a alberga. Se a área se insere numa zona de pouco interesse de visita, com reduzido comércio para rentabilizar a área poderá funcionar apenas como publicidade negativa para potenciais candidatos à construção de novas áreas

DeCarvalho disse...

mais um comentário publicado no forum campingcarportugal por Luis Almeida, que se reproduz coma devida vénia

Em complemento da informação dada anteriormente pelo FLuis, venho juntar aqui 2 imagens que creio serem ilucidativas do que estamos a falar, bem como alguns comentários pessoais sobre a questão das áreas de serviço.



Tive oportunidade de visitar a área de serviço de Vermoil, no regresso a casa no final das férias deste ano, e confesso que não foi fácil dar com ela. A falta de sinalização e as estradas em mau estado quase me fizeram desistir da ideia.
Consegui finalmente dar com o acesso pelo lado do cemitério mas, como podem ver pela imagem em cima, já a AC perfilada batia nos ramos da árvore quanto mais a minha capucino. Nem tentei e a visita à AS acabou por ser feita a pé.





A área pareceu-me completa (com churrasco e tudo!), embora, e isso por culpa de companheiros sem respeito pelos outros, entupida e muito suja.
O espaço para manobras é realmente apertado e, como comentou o FLuis, no caso das ACs com maior distância entre eixos, existe o risco de baterem com o fundo da traseira no chão da área.
Confesso que também não descobri a área para pernoitar.

Quero deixar aqui bem claro que louvo e admiro o esforço dos companheiros Manuel Geraldo e Adelino Bento que tiveram a ideia de construir a área de serviço e a tornaram realidade, certamente à custa de muitas horas de trabalho e de suor.

Não posso é deixar de lamentar que, quem com responsabilidades no autocaravanismo em Portugal, e com conhecimento prévio do que se estava a pensar construir, não tivesse tido a capacidade de analisar previamente os prós e contras deste tipo de infraestrutura naquela localização e a coragem para alertar para um eventual fracasso, obviamente em termos de procura, do projecto, preocupando-se antes com a sua inauguração.

De uma vez por todas, sejamos claros.

Independentemente da boa ou má localização da área, da sua deficiente sinalização ou funcionalidade, o que está aqui em causa é uma questão de fundo muito mais importante.

Construir uma área de serviço é fácil. Com mais ou menos contactos, horas (e euros!) dispendidos em deslocações e reuniões. O difícil é fazê-lo garantindo que não será apenas no dia da sua inauguração que lá iremos todos festejar e encher a vila ou cidade com autocaravanas.

Não podemos correr o risco de entrar numa corrida por "quem abre mais áreas" para depois estas apenas representarem uma despesa sem qualquer tipo de retorno para as autarquias.
Desta forma estaremos certamente a condenar ao fracasso todo o nosso esforço pela criação deste tipo de infraestruturas de apoio a esta forma de turismo itinerante de que tanto gostamos.

Áreas de serviço, sim, mas implementadas em locais que, pelo compromisso "localização geográfica-acessos-interesse turístico-comércio local" que apresentem, garantam a sustentabilidade da infraestrutura em termos de procura ao longo dos 365 dias do ano, oferecendo deste modo contrapartidas para nós, autocaravanistas bem como para as populações visitadas.

Esta é a minha opinião sobre este assunto.

Saudações a todos.
_________________
Luis Almeida

MLaura Homem Ferreira disse...

tenho acompanhado os seus escritos no blog e fico sempre com a saudade dos tempos em que, como pioneiros do autocaravanismo, também nós passámos momentos ainda hoje relembrados.
Foi pena não haver tempo para visitar os amigos de Seia. Ficamos a aguardar nova oportunidade....
M.Laura Homem Ferreira