segunda-feira, março 23, 2009

Autocaravaneando até Paris através da Bretanha (VI), De Paimpol a St Hilaire


De Paimpol a St.Hilaire

4F, 11 de Março

Acordar ao som de um tractor de tapete rolante de cremalheira? Pois foi isso mesmo que aconteceu, pois mesmo ao lado do parque de estacionamento e pernoita ficava um campo de couves, e de manhã, lá estava uma equipa a apanhar couves enormes, desfolhá-las à catanada, e depois a colocar num tapete rolante que as fazia engolir no atrelado do tractor. Terreno enlameado, e botas alta de pescadores de trutas em rio dos recolectores mecanizados. Ficam na foto a documentar que a Bretanha não é só mar.

Seguiu-se a rotina do pequeno-almoço, da volta das últimas fotos, e da peregrinação semovente, primeiro em direcção a ponta norte de Arcouest, bonita e agreste e também local de parqueamento e pernoita de autocaravanas. Depois, repassar por Paimpol e sua marina, seguir por Plouha, St Brieuc sem detença, rumo ao destino mítico do Cap Frehel. Até lá paisagens de Cornualha.




Em marcha adequada às estradas nacionais e departamentais e ao pouco trânsito, fomos progredindo depois do Frehel (a relembrar a majestade de Sagres, ou do Cabo da Roca, ou do Finsterra galego), até Dinard, vista até à costa junto ao Casino, sem despertar interesse, e depois passámos por cima da barragem maremotriz de Rance, e logo depois St. Malo, a cidadela fortificada de história monumental longa. Não encontramos o parque das autocaravanas senão à saída numa das vias de acesso à zona Intramuros, e por isso ficámos na zona de armazéns semi-encaixados em zona não proibida e gratuita. Longe o suficiente das muralhas para abrir ao apetite de almoço!

Vale sempre a vista a St. Malo. As muralhas e os seus miradouros valem a deslocação, as ruelas interiores também e as fachadas de alguns imóveis, se bem que mais modernos também. Nas praias muitos concheiros a apanhar marisco, palourdes, provavelmente. Tudo sob um sol azul, e um tempo fresco mas aceitável.

Almoço de moules, pois claro, e excelentes! E preço a condizer 25€.






Após almoço, descida pela margem direita do Rance até Dinan. Aqui paragem no Rio, junto aos barcos, em zona proibida a autocaravanas, mas….por pouco tempo e nesta altura do ano nada é proibido, sendo-se um só turista e uma só autocaravana. Note-se porem que o parque de AC, debaixo da grande ponte, estava cheio de viaturas de obras públicas, daí a tolerância….E havia ainda o pretexto de estar parado a beber um copo, e para ter essa justificação engatilhada, just in case, lá bebemos um copo de cerveja numa esplanada ribeirinha que se fez bem pagar (4,40€).

Mas esse local é estratégico para partir a pé, encosta acima, para visitar o Vieux Dinan que vale muito a pena, sublinhe-se, como se comprova pelas fotos. Assim fizemos, ladeira acima até ao campo de Batalha, e depois ladeira abaixo no regresso.



Ora a seguir a Dinan….rumamos ao Monte St Michel também conhecido de viagens anteriores, quer do tempo de caravanista quer já do tempo de autocaravanista. Chegamos lá já noite, mas com a esperança de uma fácil e boa dormida e de um jantarinho, provavelmente Chez Madame Poulard, ou no Hotel S. Pedro para comer o anho salgado especialidade da casa.

Mas desilusão das desilusões, e imprudência condenável. Esqueci-me de um pormenor importantíssimo…lua cheia, marés altas, de equinócio da Primavera, e por isso …parques de estacionamentos baixos alagados e proibidos. Só a estrada sobre elevada não estava submersa e por isso cheia a transbordar. Nada a fazer, desiludidos, mas marcha à ré, e depois de Pontorson, azimute a Paris e escala em St Hilaire du Harcouet, só porque o guia indicava um parque de pernoita com estacão de serviço bem sinalizado, junto à Catedral.

Chegados, e éramos o único semovente. Conclusão que se impunha, jantar. O passeio pela vila ou cidade não se justificava, de interior provinciano, nenhum interesse encontrámos, nem peões, nem lojas, nem monumentos ou edifícios de interesse….e mais ainda, restaurantes todos fechados até que….pizzaria aberta! E lá fomos comer umas calzones, bem preparadas em genuíno forno de lenha.

Entretanto, regresso ao estacionamento e lá estava outra semovente. Companhia a dois, pois. Mais uma volta pelos mails, e ensonados pela viagem, longa e rica de experiências, foi aguardar Morfeu por pouco tempo.

Ver texto resumo e de início da viagem em:

http://camping-caravanismo-e-autocaravanismo.blogspot.com/2009/03/vigaem-de-autocravana-ate-paris.html

1 comentário:

Anónimo disse...

Assim, sim...mais memórias e menos prosa técnica. A vida não se pode reduzir ao trabalho, meu caro.

Errante