Segunda, 22, 2ª etapa
Acordar pelas 7h, ou seja as 6h de Lisboa, mas sem stress nem sono. A noite tinha sido calma, sem ruídos, sem chuva, sem frio, sem vento. Pássaros anunciaram um sol nascente, em força, entre céu azul, claro. Pequeno-almoço de persianas abertas, clarabóia destapada, e depois as fotos do local, e o desdobrar de mapas e guias na mesa para traçar o itinerário destas mini ferias de relax.
Próximo stop em JONZAC, escolhido pelo guia Michelin (2009) Les 100 Plus Beaux Detours de France. Ver em:
http://www.plusbeauxdetours.com/destinations-france/detail_jonzac-poitou-charentes-charente-maritime_400249.htmlomFácil estacionamento, bonita rua medieval, bom aspecto do Castelo. Cidadezinha termal e com construções trogloditas, a menos de uma hora de viagem, e já na zona de influência das vinhas de Cognac.
A seguir COGNAC, estacionamento frente, e do outro lado do rio, a uma área de autocaravanas. Tomada de café numa esplanada, e croissants comprados ao lado numa pastelaria, ruas calcorreadas, e visita à loja dos cognacs Hennessy por baixo de muralhas. Mais as fotos para a reportagem da Newsletter.
Depois SAINTES. Visita a igreja de St Eutrope e cripta (impressionante) etapa de peregrinos de Santiago de Compostela. Anfiteatro Romano, Portas Romanas ou Arco Germanicus. Almoço junto ao Rio, no estacionamento frente a praça Blair sob tempo cinza e chuviscos. Ver ainda
http://www.ville-saintes.fr/ Próxima paragem ST JEAN D´ANGELY. Fácil estacionamento da semovente próximo do centro. Depois percurso a pé até àa Fonte renascentista (ou Poço) Pilori, enquadrado em fachadas do século XVIII e XIX, ao posto de turismo (curiosa a escada de pedra interior para a cisterna romana), à Torre do Relógio, Igreja de São João sempre sob chuva temerosa e miúda.
Ver mais em
http://www.angely.net/ ou em
http://www.ot.angely.net/Finalmente, e depois da visita ao Campo de Batalha de Poitires, e aos seus paineis explicativos, a paragem no terminus do dia o FURUROSCOPE, pouco depois de Poitiers a que chegámos pela saída da auto-estrada dedicada a este parque de diversões tecnológico, já conhecido de anteriores viagens com os filhotes, do tempo do caravanismo. Fomos direitos ao parque de autocaravanas, bem repleto e com área de serviço adjacente. O Objectivo era nesse fim de tarde, a partir das 19h assistir ao espectáculo nocturno, pernoitar no parque e dia seguinte presenciar a estreia do novo espectáculo de 4 dimensões de ARTUR. Até porque tínhamos um bónus de desconto em que o segundo bilhete ficava por 10€ em vez dos 35 de tabela…
Tudo sobre este parque em
http://www.futuroscope.fr/Porém… O espectáculo nocturno lá foi. Minimamente interessante mas não fascinante, feito na base de luz e som e efeitos laser, e mais umas fontes e repuxos luminosos, ao longo de cerca de 1.30h. Preço 17 euros cada adulto, todavia ficaria gratuito se incluído no preço do bilhete de dia inteiro, o que para nós não era opção, face ao calendário da viagem. Assim depois desta experiencia era tempo para jantar…na cafetaria Casino anexa ao supermercado Auchan mesmo ao lado o estacionamento do Futuroscope, conveniente para se ir a pé. Foram cerca de 17 euros por dois jantares suficientes, complementados, já na Autocaravana com dois cafés com natas… antes de um sono devido e merecido.
Terça, dia 23, 3ª etapa.
Noite chuvosa mas silenciosa, no parque do Furoscope, no final pago por 8 euros, com direito ao despejo de aguas cinzentas e negras na estação de serviço. Dia de sol. Pequeno-almoço de torradas de baguette de campagne, e manteiga barrada, café com leite. Visionamento de televisão com notícias terríveis das inundações e enxurradas na Ilha da Madeira.
Depois às 10h, o Futuroscope não sem que antes não tivesse sido feito o reabastecimento no supermercado de alguns víveres (e nestes o novo Michelin para a Córsega).
Na entrada a surpresa: Não havia o espectáculo de 4D do Arthur (nada fora dito no momento dos bilhetes serem comprados). Avaria Técnica imprevista (No jornal do dia lá vinha a reportagem confirmativa) para nossa frustração e muitos milhares de visitantes acompanhados dos jovens filhos (era a semana das férias escolares). Nada a fazer…senão aceitar a compensação (4 bilhetes para adultos, de dia inteiro, para serem usados no prazo de um ano, no valor aproximado de 140€).
Lá fomos portanto, fazer um circuito possível de visita a várias atracções basicamente em ecrãs de 180º, e em qualidade 3D: Realidade acrescentada, astromouches, choques cósmicos, sous les mers du monde, blues da Louisiana, etc.
Tudo corrido até ao almoço, pois queríamos zarpar para outras paragens da parte da tarde. Almoço portanto, já eram umas 15h, na semovente e simples: paté de pato, camembert, vinho do Herault, baguette e café. Pelas janelas entrava um Sol compensador.
Próxima paragem RICHELIEU. Povoação amuralhada. Entramos adentro, por arco estreito, paramos na praça principal, visita a alguns edifícios que ficam retratados, e depois…adiante.
Ver visita virtual em
http://www.ville-richelieu.fr/default.phpAdiante, já noite caída foi Saumur, mas só mesmo de travessia sobre um Loire cheio a transbordar, e sem local para estacionar ou pernoitar fácil. Isto é junto ao centro. Portanto seguimos caminho até ANGERS, passava das 20h.
Embora houvesse sinalização de Autocaravana perdemos a sua localização, e no dia seguinte percebemos porque…ninguém sabia do respectivo parque. Ficamos então no parque de veículos pesados ao lado do Rio Maine, onde já estavam dois companheiros autocaravanistas em amplo espaço, relativamente próximo do centro, onde fomos a pé jantar, na Cafetaria do IBIS, com bom ambiente, bom preço e boa qualidade (27,50€).
Antes da deita obtiveram-se as coordenadas GPS do parque e que aqui ficam: N 47º´, 28’ e 38,34´´ e W 0º, 33´e 24,11´´.
Quarta, dia 24, 4ª etapa.8h despertar em Angers, após noite de chuva, suave, do tipo tamborilar com pezinhos de lã por vezes, outras tipo sapateado de flamenco ou fandango vigoroso, outras ainda de rajada de metralhadora. O dia ia clareando entre pingos de chuva, mas a possibilitar um passeio pelas margens do rio Maine e à volta do Castelo, a lembrar o nosso de Evoramonte mas em decuplicado! Eram cerca de 10.15h quando saímos para mais um roteiro turístico cultural rolante.
Primeira paragem em CHATEAU GONTIER. Trata-se de outro destino de Beaux Detours. Frente ao rio, com boa área e bem situada para autocaravanas, e com um espectacular edifício do convento das Ursulinas. De resto, ruelas medievais pouco convincentes. Não chega (quanto a nós) a merecer figurar no guia dos Beaux detours…
Ver mais em:
http://www.plusbeauxdetours.com/destinations-france/detail_chateau-gontier-pays-de-la-loire-mayenne_400221.htmlLAVAL, paragem seguinte. Por 20C e parámos fácil junto ao rio. Cidade Medieval com bonitas pontes e Castelo, mais ruelas de peões. Vale a paragem para um café.
Mais informação:
http://www.laval-tourisme.com/O almoço foi num restaurante de camionistas de beira de estrada tipo cadeia de Routiers, duas pessoas, tudo incluído, 25€ por qualidade e abundância, bem como serviço e limpeza irrepreensíveis. Foi na Etoile des Routiers: sopa, entradas buffet, prato principal, plateau de fromages, sobremesa, café (menu preço 10,50€).
Ver já à venda a edição 2010 deste guia de restaurantes onde também é normalmente autorizada a pernoita de autocaravanas:
http://www.transporteurs.net/pub/GRR-FR.pdfA seguir LE MANS, objectivo da etapa por dois motivos: visitar o museu das 24h e ver VIEUX MANS. Valeu a pena e ainda a facilidade de estacionamento no parque municipal gratuito de autocaravanas, com estação de serviço, bem localizado nas margens do Rio.
Quanto ao museu do circuito automóvel das24h, regista-se o preço da entrada, 8€ por pessoa, mas o matar de saudades de infância e adolescência compensam. Que bólides!
Saber mais em:
http://www.lemusee24h.com/Quanto a VIEUX MANS…vale a pena, interessantíssima a muralha romana, as ruas medievas, a casa do pilar vermelho, e do pilar verde, a catedral (em obras) o megalito ou menir…enfim nem a chuva impediu inclusive a passagem pela casa mística dos compagnons de la tour de France.
Até fica a boa recordação do reabastecimento de combustível da semovente ao preço de 1,09€ no hipermercado Carrefour, que devido ao ritmo de passeio suave, quantas vezes abaixo das 2000 RPM permitiu uma media de consumo de apenas 9,8L/100km nos últimos 900Km mediados entre a fronteira espanhola e Le Mans…
Quanto à noite, foi dormida na área de estacionamento municipal, descansadamente, na companhia de mais 4 autocaravanas.
Mais informação em:
http://www.ville-lemans.fr/Quinta, dia 25, 5ª etapa.
8h, sem relógio, o despertar sem esforço. Pouca chuva de manhã, nuvens cinzentas, boletim meteorológico incaracterístico na TV com notícias sobre greves de controladores aéreos, e a crise dos estaleiros de St Nazaire, e da revisão das reformas dos franceses.
Pouco depois saímos…era o último meio dia de relax. Com a reunião profissional marcada para 6F, às 9h, era imperioso chegar com tempo a Paris na 5f para prevenir qualquer atraso ou incidente de última hora.
Então começámos por NOGENT-le-ROTROU. Capital da região de Perche. Castelo medieval, com origens anteriores ao século X, incluído nos Beaux Detours da Michelin. Lá fomos à visita (paga-se 3€) do Castelo de São João…imponente, com interiores em recuperação…ficam as fotos!
Informação adicional:
http://www.plusbeauxdetours.com/destinations-france/detail_nogent-le-rotrou-centre-eure-et-loir_400191.htmlDepois um cafezinho em Chartres, e logo a seguir um almoço outra vez num restaurante da rede dos Routiers: Relais de l´Amitié, preço para os dois, 23.00€ de refeição completa, com vinho, sobremesa e queijos, por preço do menu 11€.
PARIS… Pouco passava das 15h quando entramos no Bois de Bologne, no parque de campismo. Escolha de lugar frente ao Sena, primeira fila, em espaçoso miradouro com electricidade, pelo preço incontornável de 25.50€ diários. Caro, mas em Paris não há alternativa. E era conveniente quer o acesso aos sanitários, quer a estação de serviço de autocaravanas, quer mesmo a protecção ao longo do dia no parque de campismo, quer de pessoas quer de bens.
Informação:
http://www.campingduboisdeboulogne.fr/Havia ainda uma meia tarde e princípio de noite à solta…e então fizemos o percurso habitual, saída a pé do camping, recurso ao autocarro 244 para a Porte Maillot, aqui de Metro para onde fosse…e fomos para o Quartier Latin. Paris é mesmo para ser visitado em casal (qualquer que seja a idade)!
Primeiro, umas passagens pelas livrarias de St Michel e St. Germain, depois uma bebida (cerveja e cidra) no PUB St Germain, mais estilo brasserie, remodelado em 2005 com inspiração oriental, para um aperitivo, com uma ambiência dita chic e refinada, interessante, e com musica ambiente agradável, e depois um jantarinho a dois no BISTROT de St Germain, com um menu espartano (2 entradas de mexilhões e dois pratos de bavette, ou seja um bife) que chegou à conta redonda de 30€ os dois.
Seguiu-se o percurso inverso…Metro de Odeon para Chatelêt, de Chatelêt para Maillot, de Maillot o autocarro 244 para o Camping. Aqui…vista de TV, revistas e jornais, revisão da documentação da papelada e dossiers para a reunião de todo o dia seguinte, café com natas e …cama.
Sexta, dia 26, 6ª etapa.Acordado pelo despertador do telemóvel as 7h e qualquer coisa. Higiene, comer, vestir casaco, camisa branca, gravata, sapato de cabedal, calça a condizer, …e sob chuva ligeira, sozinho (consorte ficou in house para mais tarde sair ao shopping, e para a balade nos grands boulevards) lá fui de autocarro, e metro, para um dia inteiro de trabalho, incluindo a hora de almoço, para uma reunião trabalhosa, sempre em inglês e em francês, e até por vezes em espanhol, participar nuam assembleia geral e num symposium de que aqui não se trata, mas que correu bem. E logo pelo portátil e por mail, seguiu o relatório para Lisboa. Missão comprida e cumprida.
Estava tudo terminado pelas 18h. E como previamente combinado, era tempo de acertar o jantar dos primos direitos. Uma prima que vive e trabalha em Paris, e outro primo e mulher que foram Bruxelas em missão empresarial, e que articularam os tempos para um jantar familiar em Paris, apesar das dificuldades de ligações de comboios (pelo desastre recente na Bélgica).
Tudo bem e a horas. Encontro em Montparnasse, e jantar no legendário Coupole, uma brasserie parisiense, de referência, instalada num armazém de carvão de 1927, e com 33 colunatas e arte Deco e contemporânea. Que dizer? Tudo bem tudo sereno, tudo familiar.
Um momento sólido para todos recordarmos um dia em que as viagens sejam só possíveis ás memórias. E que estas sejam sempre as boas, e merecedoras da sua reminiscência. E tudo está Bom quando acaba Bem. Em empatia e simpatia. No fim, beijinhos e abraços e cada qual ao seu destino. De Metro claro…nós até a porte Maillot, e dai, do Palais des Congrés, por 14€ de Taxi para o Camping pois às horas de então já não havia autocarro.
Informação sobre o restaurante:
http://www.flobrasseries.com/coupoleparisSábado, dia 27, 7ª etapa.Acordados já pelas 7.30h.tempo bonito, seco e frio. Tempo de regresso e de rota batida em duas tiradas: Paris Biarritz, e Biarritz Alenquer, e depois ate São João do Estoril. Portanto quase em contra relógio… outros trabalhos, deveres e devoções esperam-nos em Lisboa, e não nos deixaram fazer mais do que cinco dias úteis na estranja.
Então lá fomos: -a toilette completa da semovente na estação de serviço…meter agua, despejar águas sujas, e cassete. Sair do Camping, e por ser sábado (sem trânsito) uma travessia de Paris…ate ao Arco de Triunfo, descer os Champs Elysées, a Concorde, passar pelos Invalides, a torre Eiffel etc…ate o rumo da estrada mostrar as placas de Chartres.
CHARTES, a única excepção ainda de turismo cultural. Parámos junto ao Rio facilmente, e a pé entrados pela ruína da porta Guillaume, subimos ao plateau da catedral penetrámos pelo excepcional portal do transepto (lateral) e vimos virias, colunas, tectos, quadros, imagens, atmosferas e o púlpito do altar, saímos depois pela porta principal. Por ser dia de mercado de rua, lá passamos também pelo mercado coberto e pelas convidativas e animadas bancas coloridas.
Almoçamos já depois de passada Tours, em mais um restaurante simpático de camionistas, ao estilo, qualidade e preço dos anteriores, e depois começou o mau tempo, e notícias de ainda pior tempo já em Poitiers, sobre o Sudoeste francês, e o Pais Basco espanhol. E fomos sempre debaixo de chuva, França abaixo…passar por Bordéus e seguir para Biarritz…até a certa altura, virmos km e km de camiões TIR encostados por ordem da polícia à berma. Só mais tarde percebemos: fronteira espanhola fechada a veículos pesados…por risco da tempestade, que depois percebemos ser violenta e mortífera em varias zonas de Espanha, França e até Portugal.
Chegámos a Biarritz como a um porto de abrigo, na área de autocaravanas de Ilbarritz junto a praia Milady (cheia, a abarrotar) muitas vezes referenciada em anteriores relatos de viagens deste blog. O Jantar foi na Autocaravana (queijos, patés, vinho e pão) e depois uma passeata sob um céu claro e uma estranha temperatura quente, cerca de 20º!
A noite foi a de chegada da tempestade…chuva fustigante e ventos (ditos que podiam atingir 160Km/h) que fez balançar a autocaravana, e mais do que embalar o nosso sono, enquanto o mar desenrolava nas rochas da praia ondas hiantes, ao longe. Mas estávamos sem segurança, afastados de árvores, de águas e de trânsitos.
Domingo, dia 28, 8ª etapaAcordámos com um concerto polifónico da passarada. Era a Bonança depois da Tempestade. A fronteira estava aberta, o dia clareava positivo. Pequeno-almoço habitual e…saída para a Ibéria e Lusitânia. Média da véspera 11,5L/100km antes de reabastecer na fronteira espanhola…depois foi tomar a nova auto-estrada dos túneis, San Sebastian para Burgos (inaugurada em Maio de 2009), bonita, rápida e segura.
E foi sempre a deslizar com o ponteiro a sobrepor-se aos 120/130. Almoço depois de Salamanca no Hotel de Estrada RAD, e sempre e sem parar com chuva diluviana a partir da Guarda e até Alenquer, com enxurradas na zona de Santarém. Nada mais a assinalar e por isso, depois de Alenquer a troca de carro, e finalmente a chegada a casa, ao banho quente, ao jantar ligeiro, aos telefonemas para a família, ao arrumar de malas e roupas, pois 2f era já dali a algumas horas, e como se disse, trabalhos, deveres e devoções esperavam-nos em fica pé.
Resta a nota final do custo estimado desta viagem. Tudo influído cerca de 1.100 euros, mais portanto do que a media diária de anos anteriores dos 100 euros, devido ao percurso pesado de ida e volta em tão pouco tempo. Mas que valeu a pena, valeu!
E agora a próxima viagem? Provavelmente será em Portugal, e depois a seguir logo se vê, Bruxelas já está no horizonte para final de Maio, e com o mesmo pretexto, para aproveitar mais uma reunião de trabalho para juntar uns dez dias ou mais de lazer….e o livro Michelin da Córsega ameaça saltar da estante… a ver vamos o que se arranja então!