sábado, março 31, 2012

Mais um documento para a triste historia do autocaravanismo em Portugal, sem comentários



Fonte: CPA- Clube Portugês de Autocaravanas


Assembleia Geral da

FEDERAÇÃO DE CAMPISMO E MONTANHISMO DE PORTUGAL

Exmo. Senhor

Presidente da Mesa da Assembleia Geral da

Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal

Companheiro,

Em nosso poder as Convocatórias para a Assembleia Geral extraordinária e ordinária da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, datadas de 6 de Março de 2011.

Como não ignora consta de Regulamentação (que não dos Estatutos) que a representação das filiadas nas Assembleias Gerais obriga a que os Delegados tenham Licença Desportiva passada pela associada respetiva.

Esta questão mereceu forte contestação por parte do Delegado do Clube Português de Autocaravanas na Assembleia Geral de 18 de Dezembro de 2010 e foi, posteriormente, objeto de um protesto formal da Direção do CPA.

Porque a memória dos homens é curta e pode não constar da ata da referida Assembleia Geral passamos a informar o que ocorreu:

“A Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) convocou para o dia dezoito de Dezembro de dois mil e dez duas Assembleias Gerais. ---------------------------------------------------------

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O Clube Português de Autocaravanas esteve presente em ambas as Assembleias representado pelo Presidente da Direcção. --------------------------------------------------------------------------------------------

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Na primeira Assembleia Geral o Presidente da Direcção do CPA entregou na Mesa da Assembleia a respectiva credencial (que foi aceite) e assinou o livro de presenças. -------------------------------------

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Os quatro Pontos da Ordem de Trabalhos desta Assembleia Geral (Renúncia do Presidente da Mesa da Assembleia Geral, ratificação da Vice-Presidência, Deliberação sobre o coeficiente de razoabilidade previsto na formula de calculo na quota de filiação a que se reporta o n.º quatro do artigo vigésimo quarto do Estatuto, Comissão de revisão do Estatuto e Regulamento eleitoral e Ratificação de nomeações em substituição) foram aprovados e mereceram o voto favorável do representante do CPA. ----------------------------------------------------------------------------------------------------

 
Após um breve intervalo deu-se inicio à segunda Assembleia Geral, tendo o representante do CPA sido dispensado de apresentar nova credencial e assinado o livro de presenças. ----------------

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Os dois pontos da Ordem de Trabalhos referiam-se a (um) Análise, discussão e votação do Plano de Actividade e Orçamento para dois mil e onze e (dois) Trinta minutos para tratar de assuntos com interesse para a vida associativa. -------------------------------------------------------------------------------

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Relativamente ao ponto um da Ordem de Trabalhos e após a intervenção do Presidente e do Tesoureiro da Federação, o Presidente do CPA solicitou a palavra que lhe foi concedida. ------------

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No uso da palavra o representante do CPA expos as questões que preocupavam os autocaravanistas e alertou para a necessidade de, na Proposta do Plano de Actividades para dois mil e onze, ser feito um aditamento a inserir entre os dois parágrafos em que se abordava o tema autocaravanismo. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Na proposta do Plano de Actividades os dois parágrafos referentes ao Autocaravanismo eram os seguintes: ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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“Hoje é tão profunda a alteração do conceito de “Camping” que, nos acampamentos desportivos, o material mais utilizado é a autocaravana. ----------------------------------------------------------------------------

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O autocaravanismo, modalidade afim do campismo, que se encontra em exponencial desenvolvimento, impõe por parte da Federação uma especial atenção. Daí que se vá concretizar no decurso da “Nauticampo” o dia do autocaravanista, evento que se espera vir a ter uma ampla e consensual participação do Movimento.” ----------------------------------------------------------------------------

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A proposta de aditamento, apresentada pelo Presidente da Direcção do CPA, a inserir entre estes dois, atrás citados parágrafos, foi a seguinte: ----------------------------------------------------------------------

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“É, no prosseguimento de especial atenção da Federação, que se torna indispensável continuar a desenvolver acções que levem ao enraizamento da definição do que é estacionar e do que é acampar em autocaravana, para impedir a discriminação e defender os sócios das nossas associadas.” -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Ainda o representante do CPA não tinha terminado a intervenção quando foi interrompido pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral que o informou ter chegado ao conhecimento da Mesa da Assembleia que o Companheiro Rui Narciso não podia continuar no uso da palavra, nem ser o representante do CPA naquela Assembleia, porquanto não tinha Carta Desportiva (vulgo Carta Campista) passada pela associada que ali representava, ou seja, passada pelo CPA. Mais concretamente: mesmo que o Companheiro Rui Narciso tivesse Carta Desportiva a mesma tinha que ser passada por intermédio do CPA. ----------------------------------------------------------------------------

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O Presidente da Direcção do CPA contestou de imediato estas regras afirmando que competia exclusivamente ao CPA delegar no cidadão que entendesse que melhor defenderia os interesses do Clube, podendo, inclusive, fazê-lo em quem nem sequer fosse sócio do CPA. Por outro lado, continuou a afirmar o representante do CPA, ao aceitarem a credencial e a assinatura no livro de presenças, tinham legitimado a presença do representante do CPA. Terminou, afirmando que este tipo de regras não fazia sentido e tinham que ser alteradas. ---------------------------------------------------

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Seguiram-se algumas intervenções por parte de alguns dos presentes sobre o assunto e ao representante do CPA foi retirada a palavra e impedido de apresentar a Proposta de Aditamento que acima está transcrita. ------------------------------------------------------------------------------------------------

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No imediato, o Presidente da Federação, numa atitude de realçar, subscreveu a Proposta de Aditamento apresentada pelo Presidente da Direcção do CPA e remeteu-a para Mesa da Assembleia Geral. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Na continuação da discussão deste ponto da Ordem de Trabalhos quase todos os presentes que intervieram, se não todos, referiram a questão que tinha suscitado que o representante de uma associada fosse impedido de intervir devido a uma regra que não consta dos Estatutos ainda em vigor. Duas dessas intervenções foram ao extremo de afirmarem que o Companheiro Rui Narciso ao invés de pedir desculpas, inclusive por ter afrontado a Assembleia, exigiu que as regras fossem alteradas. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Na chamada “defesa da honra” o representante do CPA exigiu que lhe dessem a palavra, o que foi feito, e informou a Assembleia Geral que, nem ele pessoalmente, nem o CPA, pediriam desculpa por usarem da liberdade de emitirem uma opinião e porque nunca houve a intenção de afrontar a Assembleia. ----------------------------------------------------------------------------------------------------


Seguiram-se outras intervenções em que o CPA e a sua política autocaravanista continuaram a ser o principal tema das intervenções. E as intervenções foram de tal intensidade que o Presidente da Direcção do CPA sentiu-se na necessidade de dar algumas explicações para o que pediu ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral que o deixasse prestar os esclarecimentos que se justificavam. O Presidente anuiu e alguns minutos após o representante do CPA ter iniciado os esclarecimentos foi (pasme-se!!!) interrompido pelo Presidente da Mesa que lhe retirou a palavra alegando que o orador não podia intervir. ---------------------------------------------------------------------------


E foi, então, que o Presidente da Direcção do CPA invectivou a Mesa da Assembleia Geral bradando, indignado, contra a forma pouco séria como o estavam a tratar um representante do CPA. Tendo-lhe sido concedida novamente a palavra era-lhe, quase de seguida, retirada evocando, de novo, os mesmos motivos. Nesse caso, logicamente, não lhe deveriam ter autorizado intervir. Atreveu-se, ainda, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, de forma paternal, a informar que estava a ser condescendente. Perante esta caricata situação o Presidente do CPA regressou ao seu lugar retorquindo que nem ele, nem o CPA precisavam ou queriam condescendência e manifestando o seu descontentamento ao proferir em alto e bom som que não era sério o que ali se estava a verificar. ------------------------------------------------------------------


Após mais algumas intervenções e quando o Presidente da Mesa da Assembleia Geral se preparava para por o Plano de Actividades e Orçamento para dois mil e onze à votação, o representante do CPA alertou para a necessidade de o Presidente da Mesa da Assembleia Geral confirmar se todos os presentes se encontravam em condições de poder votar. De novo a Assembleia entrou em efervescência, com alguns dos presentes a tirarem das carteiras e exibirem as respectivas Cartas Desportivas e o Presidente da Mesa a não dar uma resposta cabal ao pedido. Por fim, um dos presentes levantou-se, dirigiu-se à Mesa da Assembleia e, sem uma única palavra audível pela assistência, devolveu o cartão de voto, num sinal inequívoco de que também não tinha sido controlada a respectiva acreditação pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------


Feita a votação (em que não participou, obviamente, o representante do CPA) o Plano de Actividades e o Orçamento, incluindo a Proposta de Aditamento, foram aprovados, salvo erro por maioria, com quatro abstenções. ---------------------------------------------------------------------------------------


Seguiu-se o Ponto dois da Ordem de Trabalhos (Trinta minutos para tratar de assuntos com interesse para a vida associativa) em que, de novo, quase todos os intervenientes continuaram a abordar as questões do autocaravanismo e do CPA como se não houvesse nada mais importante.

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Um dos intervenientes foi mesmo ao ponto de se dirigir directamente ao Presidente da Direcção do CPA solicitando, para poder continuar a sua exposição, que respondesse a duas ou três questões. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Verificou-se, então, um silêncio estranho em que as atenções ficaram viradas para o representante do CPA. Passado algum tempo o representante do CPA informou que não podia responder porque estava impedido pelo Presidente da Mesa da Assembleia de o fazer, mas que se o Presidente da Mesa o autorizasse e se comprometesse a lhe não retirar posteriormente a palavra que responderia a todas as questões. ---------------------------------------------------------------------

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O Presidente da Mesa da Assembleia não autorizou e as perguntas ficaram sem resposta, tendo, no entanto, o representante do CPA disponibilizado para esclarecer todas as dúvidas após o encerramento da Assembleia. ------------------------------------------------------------------------------------------

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4

A forma pouco correcta como a Assembleia decorreu e que nem sequer a existência de regras obsoletas justifica, não abona a favor de um órgão em que apenas estavam presentes dezassete associadas das cerca de quinhentas e cinquenta que estão federadas, justificando-se uma tomada de posição não só da Direcção do CPA como da Assembleia Geral do Clube. ---------------------------

Após estes tristes acontecimentos tem a Direção do CPA vindo a protestar contra a existência de uma regulamentação que coarta o direito de as associadas se fazerem representar nas reuniões da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal por quem, no entender de cada uma das associadas, melhor o possa fazer consoante o tema de cada uma das reuniões.

Não ignoramos que os Regulamentos são aprovados nos órgãos próprios da Federação e que os membros desses órgãos tem a obrigação de os cumprir e fazer cumprir, mas, também não se pode ignorar que os regulamentos se tornam obsoletos (e não só) e que compete, também e sobretudo, aos membros dos órgãos da Federação a análise das questões e colocarem as mesmas à consideração de quem tem poder para as alterar.

Companheiro,

Uma vez mais, subordinado a uma regulamentação que não serve os interesses das filiadas e que, no nosso entender, é corporativa, pode o CPA ser impedido de se fazer representar através de pessoa que poderia melhor servir as posições da associação e dos respetivos associados e, consequentemente, também da Federação e do Movimento Campista e Autocaravanista de Portugal.

Contudo, uma eventual presença do CPA na Assembleia Geral não consubstancia uma concordância com regulamentação corporativa em vigor, mas antes uma postura participativa e critica, designadamente através da constatação da necessidade de uma alteração política de fundo da Federação que valorize essencialmente o turismo.

Permita-nos, ainda, que clarifiquemos a nossa posição ao afirmarmos que se estivermos presentes na Assembleia Geral votaremos contra o Relatório, não pelo que consta do mesmo, mas, pelo que não consta.

Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral,

Vamos dar conhecimento desta carta aos membros da Direção e às associadas da NOSSA Federação e, obviamente, aos nossos sócios, pelo que, na prática, embora não seja esse o nosso objetivo, esta carta será pública.

Com os nossos melhores cumprimentos, aceite

Saudações Autocaravanistas

CPA, 28 de Março de 2012

Pel’ A Direção

Presidente

rui.narciso@cpa-autocaravanas.com

sábado, março 24, 2012

Saida com a neta Inês (Inesita and Me) ao Alambre e a Pedrógão do Alentejo

Mesa de pic-nic dos autocaravanistas do Alenquer Camping


Primeira saída de autocaravana com a Inês Neta…Inesita and Me…
9-11 de Março 2012.

Em rigor não foi a primeira viagem de semovente com a Inesita. A anterior tinha sido também com o meu filho João e com a She and Me a Aljubarrota, para uma reunião do CAB- Círculo de Autocaravanistas da Blogo esfera que se mantém activo como se poderá confirmar em http://www.cab-circulo.blogspot.com/  


Mas esta saída a 9 de Março de 2012, 6F teve o maior relevo, pois foi a primeira após o espirito de She nos ter deixado no dia 1 de Março, vencido corpo por um maligno cancro, que a todos nos derrotou também. Em conselho de família ponderou-se que importava tentar facilitar a integração daneta amis nova, Inesita (5 anos) na nova situação, evitando um fim-de-semana em que a casa de família estava desoladoramente vazia da presença da sua avó Vera.


(Parque do Alambre)


Assim foi então acordado: sairmos 4…Avô ao volante, Inês neta na cadeira própria e alem do pai da miúda a irmã deste a Tia Joana da Inesita. Sexta- feira partimos da AC do Estoril, ao fim de tarde, já depois das 18h, que entretanto foi levantada do Alenquer Camping, e partimos rumo ao Sul.

Quem viaja com crianças tem quase sempre a preocupação de não fazer etapas muito longas nem demasiado tempo depois de anoitecer. Assim, foi logo acordado não ultrapassar em muito o por do sol o que significou optar pelo Parque do Alambre, explorado pela YMCA/ACM, quer para jantar, quer para pernoita, em pleno Parque Natural da Arrábida.
(Tia Joana na cama da mesa, e Inesita na cama dos bancos da frente)




A rota nada teve de especial…A5, ponte sobre o Tejo, AE e depois saída em Setúbal. Chegados ao local (já referenciado em outras crónicas este blogue), foi escolher livremente pois éramos a única AC, um posicionamento frontal aos sanitários do parque e caminhar para o restaurante.

Mais duas mesas estavam ocupadas e sem ter de esperar fomos aos que interessava…bitoque com ovo estrelado, arroz e batata frita que a Inesita devorou, um pica-pau de molho a pedir pão, bem condimentado e abundante para o João e para o autor destas linhas, enquanto a Joana atacou as amêijoas com proveito, e um jarrinho de branco. A rematar, o descafeinado, a mousse da jovem companhia… tudo por junto, cerca d e 17,50€

Noite estrelada com céu limpo, abluções nocturnas nos sanitários e dormida de seguida com cobertores suficientes a prever noite fresca. Cmas feitas sobre a mesa rebatida, e tudo em paz e tranquilidade como se desejara.
(Portinho da Arrábida)


A noite decorreu sem história, e sábado de manhã, o sol irrompeu luminoso para um despertar simpático e energético, à mesa recuperada da versão de cama nocturna…Fomo-nos ao trivial, mas a miúda ao iogurte com morangos, mais pão, mais queijo, mais leite achocolatado… para depois espairecer pelo bosque contíguo aos bungalows do parque do Alambre apanhar pinhas…

Palas 9 e pouco despedimo-nos do guarda (Sr. Albino) e lá seguimos pelo caminho da Serra e do convento por cima do Portinho da Arrábida, fabrica de cimento, vistas de Tróia, ate Setúbal, com a criança interessada pela novidade das paisagens e das vistas diversificadas. Apanhámos parte da AE, mas com saída para a nacional em Venda Nova, para seguidamente atravessar Montemor-o-Novo, devagar, sem pressas, contornando Évora, e depois ate à Vidigueira…explicando pelo caminho o que eram muralhas… oliveiras, vinha, ovelhas, cabras, etc. que parecia ser a primeira vez estarem a ser avistadas tão de perto pela Inesita.

Uma paragem técnica na Vidigueira permitiu comprar pão e bolachas, e sem demoras em breve estávamos, mais uma vez sós, no Alqueva Camping-Car Park em Pedrógão, e com a chave do autocaravanista, foi só abrir o cadeado do porão de entrada, e estacionar com vista para a albufeira do Guadiana formada pela Barragem de Pedrógão.
( Ao fundo o Guadiana e em primeiro plano o barbecue)


O almoço foi numa das duas mesas de pedra debaixo de um Chaparro de onde também se avista o Guadiana…temperatura amena, céu limpo, sol brilhante, apetite devorador…. Depois, aberto o toldo (sim, é possível e legal faze-lo num parque de autocaravanas) colocada no exterior cadeiras e mesa (sim, também é legal e permitido) criou-se um espaço sombreado para os desenhos da Inesita.




Tarde repousante e calma…na apanha de lírios do campo, ecolocaçao nuamjarra improvisada no banco de She and Me, na passeata até à rede do vizinho para ver as ovelhas de perto, cães, pastores e os cavalos, ate mesmo um passeio ate ao Rio e à ponte… Mas tarde e antes de entardecer uma deslocação de AC ate Pedrógão… a consulta de mails, a leitura de jornais, revistas e das páginas de um livro, e descanso físico e mental. Ainda a propósito o acompanhamento das obras em curso de nivelamento do terreno em curso, contíguo ao Parque onde se vai inserir a Ciclo via em memória de She, a Avó Vera

(Flores do campo para She)

Jantar na Semovente, após o sol-posto, e com entretenimento garantido de douradinhos para a miúda, mais massa mais arroz, e para os adultos carne assada, tomate, macedónia de legumes, sumos, pão, uvas, café…um banquete variado, e aquecido no barbecue do parque, com as suas chamas de fogo a dar um toque mágico à noite. Depois entretenimento adicional com pinturas nos livros de desenhos da Inês, e passeio a pé, já noite, sob um céu estreladíssimo, mas de lanterna em riste para se fechar novamente com a chave do autocaravanista os portões a cadeado, para evitar incomodar o guarda (Sr. Miguel tel. 934 722 436).

Noite serena e descansativa como a anterior a proporcionar um repouso pacífico, tendo só muito ao longe latidos de cães, cantares de galo e repicar do sino da Igreja de Pedrógão.

Domingo 11 de Março, a surpresa do denso nevoeiro ao acordar a tapar toda a linha do horizonte e a cobrir completamente o nascer do sol e o leito da albufeira do Guadiana. Tempo fresco. Deste modo não se justificava mais detença depois do pequeno-almoço. Desfazer camas, arrumar sacos de viagem, mata-bicho para todos, lavar louça, higiene, arrumar cadeiras e mesa exterior, e baixar o travão demão. Outra vez a chave do autocaravanista serviu para abrir e voltar a fechar o cadeado do portão…e rumo ao Alqueva…

Inês já ficar  com uma ideia da barragem de Pedrógão…mas depois de ver a Barragem do Alqueva (seguimos de Pedrógão para Marmelar e daqui para o Alqueva). O dia entretanto estava límpido e o sol reinava no azul celeste sem sombra de nuvens! A Inês ficou impressionada com a altura do muro da barragem e da imensidão de água…a lembrar o Mar.

Sorte tivemos todos, pois como factor de entretenimento (utilíssimo quando se viaja com miúdos) da margem esquerda da barragem estava prestes a partir um grande grupo de pescadores desportivos nos seus outboards para um campeonato de pesca … Lá aguardámos pelas 10h, e assistiu-se assim ao sinal de partida a conta gotas dos barcos dos participantes, nume espectáculo inédito de cor, movimento, e ruídos que para a Inesita constituíram também um primeira experiência!
(Marina da Amieira)


Do Alqueva foi um pequeno salto para a Marina da Amieira. O Sol continuava radiante e para a Inês neta, mais uma experiencia da vista para os barcos enquanto se tomou um gelado na esplanada fronteira à Marina e depois se espaireceram as vistas pelos arredores. Quanto ao passeio de barco…fica para mais idade…

(Velharias em Évora)

O tempo passou sem espaços mortos, e por isso agendou-se a deslocação a Évora, para um passeio pedestre a Praça do Giraldo o e suas arcadas. Fácil foi estacionar a semovente fora de muralhas, do lado da Igreja de São Francisco, nos seus amplos terreiros, onde estavam mais duas autocaravanas…e penetrar no burgo…com tanta sorte que estava a decorrer uma feira de velharias e antiguidades ao lado do mercado, nada interessante para uma miúda de 5 anos, mas todavia foi mais um pretexto para ver coisas diferentes do seu dia-a-dia.

Almoço no Cruz, na esplanada cá fora sob um toldo ali ao lado da Igreja de São Francisco e da sua Capela dos Ossos que nem pensar em ir visitar. Foi um excelente almoço! Com um dia primaveril! Entre outras coisas, marchou uma sopa de cação excelente…azeitonas, rissóis de camarão, bebidas, a tal mousse repetitiva para a Inesita e tudo por pouco mais de uma azulinha. Aceitável, para os 4 viajantes…
(Igreja de São Francisco)


Depois de almoço…programação simples do regresso a penates… sempre pelas nacionais…sempre em direcção a Vila Franca de Xira, sem trânsito, sem pressas, para cruzarmos o Tejo pela velha ponte Marechal Carmona, rumar a Alenquer, trocar a viatura semovente pela de todos os dias, e regressar no final aos Estoris. Missão cumprida! O primeiro fim-de-semana sem a Avó Vera estava conseguido sem traumas, sem perguntas inquietas ou inquietantes, sem a busca de respostas angustiadas. A Avó Vera está no Céu…diz a Inês, e vê-se bem de noite,

- Estás a ver Avô, é aquela estrela grande a brilhar, ali (e aponta o dedo)

- Sim, estou a ver Inês…

- E olha Inês, ela está também a ver-nos. Todas as noites.

(Que assim seja)

(Prontos para outra viagem?)








Nota: Foi detectado um cancro do pâncreas a She a 20 de Maio de 2011, e em Dezembro de 2011 parecia estar debelado. Porém, a viagem de  29 de Dezembro de 2011 foi insuspeitadamente a ultima antes de partir a 1 de Março de 2012, como se relata em:
 http://camping-caravanismo-e-autocaravanismo.blogspot.com/2011/12/e-de-repente-numa-curva-autocaravana.html
Fica a mensagem para quem padecer do mesmo mal: que ele não permita que se perca o gosto e o interesse pela vida como aconteceu com a Vera.