(Semovente em Bray-S/-Seine, area Ac com estaçao de serviço)
She and Me em autocaravana, de Alenquer a Paris e volta em Fevereiro de 2011
Antes de mais a resposta a pergunta iminente!
Porquê em pleno inverno, no final do mês de Fevereiro uma deslocação de autocaravana a Paris? A resposta é simples: Por motivo de uma reunião profissional, em que foi possível reconverter os respectivos custos em gasóleo e outras despesas da viagem rodoviária, optou-se pela junção de uns curtos dias de férias para se juntar o útil ao agradável sem grande sobrecarga orçamental. Claro, somos (She and Me) autocaravanistas por razão e por emoção.
Dia 1, domingo, etapa Alenquer - Saint Jean de Luz.
Na véspera tinha decorrido com grande interesse a tertulia 1 café e 1 autocaravana, com janta ad hoc organizada pelas co-pilotos, e depois no bar, baladas à viola, que quem canta encanta. Eram entretanto minutos antes das 8h de domingo 20 de Fevereiro. Alguns já com invasões luminosas escassas, por entre frinchas de cortinados. Tempo de levantar e olhar pela janela levantada a persiana. Um mar, um lago de névoa espessa cobria a meia encosta e todo o vale de Pancas. Nem se via a contra encosta.
Bonito.
Arrumos, abluções matinais, café no gás, torrada. Depois dessa ordem, saltar fora do habitáculo, desligar a electricidade, e dar a chave. O motor pegou logo, e autocaravana arrancou, da plataforma, desceu a encosta do Alenquer Camping e, portões abertos, saiu-se para a estrada. Rumo a A1, e depois A23, paragem breve de entretanto para café e jornais, e ao fim de um terno e horas e pouco, fronteira imaginária cruzada e caminho adelante.
A primeira paragem foi para repor gasóleo. Preço 1,242 euro-pesetas, (média, pouco mais de 12L/100Km) e a seguir, pelo meridiano de Simancas almoço para dois a 23.10…com entradas, prato principal, vinho, sobremesa e café. Próprio para camionistas e autocaravanistas. Tempo escurecido de luto aligeirado, só levantado com tons claros depois de Burgos.
Depois nada a assinalar, pois foi sempre a seguir a 120/130Km/H, pelas auto-estradas e auto-pistas, pagas ou não pagas, até a fronteira outra vez só perceptível pela portagem de entrada em euro-francos. 10h após a saída de Alenquer (incluindo dois abastecimentos de gasóleo, o segundo a 1,246 €/litro, e almoço) estávamos a entrar no parque de estacionamento exclusivo de AC, em ST. Jean de Luz. Claro, devidamente sinalizado, identificado e regulamentado com duração limitada a 48h de estadia. Coisa inconcebível para alguns autocaravanistas portugueses (ainda).
Havia lugares livres. E lá ficámos, mais uma vez gratos à Municipalidade, que assim atrai todo o ano turistas de autocaravana em espaço próprio em cima da ponte e junto à estação de comboios. Resta dizer, gratuitamente e ainda com acesso à estação de serviço. Desta vez, almoço tinha sido fora, jantar então in house, depois de longo passeio pedestre, antes e depois. Pelo passeio marítimo, pela Igreja, pela esplanada e pérgola do Casino, pelas lojas ainda abertas e em saldos. Antes da deita, lançamento de notas ao moleskine, leitura de jornais e contabilidade das AC não francesas: 1 suíça, 1 sueca, 2 belgas e a nossa PT.
Fica aqui mais um alerta aos autocaravanistas portugueses que insistem que não é preciso nem legislação nem sinaliazação para o autocaravanismo: Ponham os olhos, a cabeça e o coração nos sinais que se reproduzem. Será um acto de inteligência defender a sua introdução em Portugal, e uam resilência terceiro mundista continuar obstinadamente a negar o óbvio da sua vantagem e necessidade social, no quadro de um Estado-.membro da UE!
Dia 2, segunda, etapa Saint Jean de Luz – Sarlat
O despertador cedo, foi a chuva fustigante às 6.30h locais, mais uma hora que em Portugal, e por isso, regresso a vale de lençóis polares, e até às 8h a chuva não mais afugentou Morfeu. Então depois do ritual matutino incursão à fronteira espanhola, a sul para localizar as grutas míticas de Zagarramurdi próximas de Sare.
Seguiu-se o caminho sereno em ritmo de passeio e económico, isto é…com o conta RPM sempre a rasar as 1.800, velocidade ao nível dos 90Km/h máximo, o que permite um consumo final ligeiramente inferior aos 10.5L/100km para o motor Renault 3000 da Semovente Knaus 700UFB.
A Rota levou-nos sempre pelas nacionais, e por vezes departamentais, e municipais para Dax, e Mont Marsans. O Almoço foi num restaurante do tipo Routier (sempre é mais elegante do que dizer camionistas). Os dois 29€. O menu incluiu sopa, entradas buffet, prato principal, vinho, sobremesa e café. Ambiente familiar sob o comando da patrone estilo matrona, que fazia as contas ao bar e aceitava cartão de crédito.
A seguir à procura do Castelo e burgo de Bonaguil. Sempre debaixo de chuva, sempre sob céu fechado em abóbada cinza escuríssima. Por isso as fotos reflectem alguma falta de majestade que porém se compensa com o link oficial:
Depois de breve paragem para algumas fotos (o Castelo encerrava portas as 16h, e já eram) o destino e rumo foi fixado para Sarlat-la-Caneda, entre outros motivos pelo seu encanto medievo bem nosso conhecido, e porque dispunha de uma área de estacionamento a 10 minutos do centro, vedada e paga (5€ por 24h) e ainda com serviços de água e despejos. Fácil de localizar pois fica na via principal, e ao lado do cemitério com identificação de sinalização e que consta em todos os guias de áreas de serviço em França.
Lá seguimos, agradados e nada constrangidos por estarmos a ser remetidos para um parque de autocaravanas, solução que em Portugal é estigmatizada e por vezes parece inaceitável para alguns fundamentalistas das autocaravanas (não confundir com autocaravanistas responsáveis). Por lá pernoitaram mais quatro AC. Antes e depois de jantar foi tempo de fazer footing pela Rua Gambetta (fechada automóveis em dias de feira), e passear pelo casco do quarteirão medieval. Jantar frugal na semovente, e continuação de leituras de jornais precederam o sono reparador embalado pela chuva.
Dia 3, terça feira, etapa Sarlat- Bourges
Novamente acordar, agora já pelo relógio biológico automaticamente regulado às 8h. pela janela tempo cinza, e a visão estimulante da boulangerie aberta. Fui-me aos croissants fresquíssimos e à baguette da ordem. Pequeno-almoço pois com o novo rito francês. Mapas espalhados na mesa e esmiuçada a rota para norte rumo final a Paris por caminho e localidades que não se conhecessem. Ponto de ordem, chegar a Paris pela hora de almoço de 5F a tempo das obrigações profissionais de 6F.
Então… optou-se por Lascaux, no GPS com referência a Montignac, depois Uzerche.. depois Planalto das 1000 vacas, Lago de Vassiviére, Aubusson, e Bourges, tudo já pensado em casa antes da partida.
Assim foi, primeira paragem para as grutas de Lascaux… mas estas só abriam as 11h, pelo que as fotos são dos exteriores… Mais tempo então para Uzerche, Medieval e imponente. Foi muito fácil o estacionamento para a visita, na descida sobranceira ao rio. Vale a pena. Valem as fotos como cartão de visita…a Abadia é imponente, curiosa a torre do Príncipe Negro do século XII, as ameias, as escadarias, as ruelas e a ambiência.
Depois o GPS pregou uma partida com um bem imaginativo percurso através de estreitas estradas florestais que nos levaram a um itinerário ecológico inesperado. Perdemos de vista a RN 120 e a RN 89, Tulle e Meymac, e acabámos por ter o apetite aberto às escancaras, quando avistámos o Relais Saint-Jacques em Gimel-Les-Cascades, depois de Angles, capital do nada em nenhures, quase no centro da França! Almoço Q.B. por 28€ para a equipagem.
Retomamos o caminho pelo maciço central. Atravessámos o plateau das Mil Vaches (e algumas posaram para a foto, da raça Limousin) e circundámos a margem sul do Lago de Vassiviére, integrado no respectivo parque natural, verdade seja dita, com escassa chuva e ausência total de trânsito.
Finalmente Aubusson, capital da tapeçaria! Estacionamento muito fácil ao pé do Museu, amplo parque fronteiro ao rio. Mas mais uma vez o objectivo turístico e cultural fiou por atingir completamente, pois era dia de fecho semanal! Pouco mais do que um azulejo de Lurçat ficou nas fotos, e a imagem de um tear tradicional.
Chegados a Bourges, (fizemos grande parte do caminho em auto-estrada nova e paga) era já noite e sem problema chegámos ao estacionamento das AC, junto ao estádio, pernoita com serviço gratuito. A cerca de 10m do centro, lá fomos ao habitual percurso de reconhecimento sob alguma friagem, percorrer os arredores da imponente catedral e ruas de comércio de portas fechadas. Jantar na semovente uma excelente sopa de peixe comprada entretanto em supermercado de caminho, e mais outras iguarias.
Dia 4, quarta-feira, etapa Bourges - Bray-s/-Seine
Pontuais, as 8h despertar, pontual também, ao nosso reencontro o Sol enfarruscado e embutido em nuvens pretas e consistentes, qual burka islâmica. Tempo para com calma seguir os rituais matinais incluindo da semovente com toilette nova completa, cassete, aguas cinzentas fora e aguas limpas novas.
O caminho que nos esperava estava bordado a geada branca. E mais uma vez, consultados os guias, um dos objectivos ficou adiado pois só abre portas em Março. Era o Museu da Sorcelerie. Parámos pois em Sancerre, embora sem lhe reconhecer grande interesse. Mais simpático foi o caminho ladeado pelos canais do Loire, e do próprio Loire. Tempo de reabastecer de gasóleo, no hyper Auchan preço por litro 2,95€, embora já tivesse passado por bombas da marca ELF (amarelas) com preços inferiores ao do supermercado. Mas a viagem não teve grande história (não, não fica para a historieta do autocaravanismo) sendo de salientar todavia a beleza paisagística. Parou-se então em Montargis com facilidade, e onde a pé cruzamos algumas da suas pontes, e pouco depois seguiu-se um almoço no Flunch do Leclerc, em self service, com uns mexilhões que não deixaram saudades. Preço frugal de 18.60€.
Paragens seguintes por Nemours, bonita a catedral ao pé do rio, e Fontainebleau! Aqui tivemos a sorte dos audazes… depois de passarmos como 7,14M da semovente frente ao Palácio, demos meia volta onde foi possível, e no regresso, mesmo em frente do dito não era que havia entretanto, um estacionamento acabado de se libertar de ocupantes? E com entrada sem manobras? Nem de câmara de recuo, nem de gesticulações da co-piloto?! Moedinha no poste come níqueis do estacionamento, e ala que se faz tarde… pelos jardins adentro, pelos pátios reais, pela loja dos souvenirs, pelo lago… Tudo imponente tudo de dourados resplandecentes!
O dia terminou sempre debaixo de chuva numa área para autocaravanas mais uma vez dotada de estação de serviço, não vedada, gratuita e que consta de todo os guias de autocaravanismo. Fica frente ao rio em Bray-s/-Seine, um pequeno porto fluvial mesmo ao lado de uma pequena mas simpática povoação com comércio diversificado. Desta vez dormimos sem companhia de outros autocaravanistas, mas em completa segurança. Um bom poiso para quem queira parar antes de Paris! Jantar na semovente, como habitual passeio digestivo antes de novas leituras a preceder a deita.
5º dia, quinta-feira, etapa Bray-Paris
Movimento no porto com cargas e descargas de granel de areias ajudam a despertar, e a antecipar de meia hora o início da manhã, sob chuva molha tolos. Mapas na mesa outra vez e redefinição de trajectos para Paris…via leste, pela medieval Provins, a 20Km que tem também uma excelente área de serviço de AC, já utilizada em anterior viagem e que merece uma visita ate porque é património mundial classificado pela Unesco: www.provins.net
Ora depois de Provins seguiu-se o caminho para ocidente para visitar Vaux le Vicomte, o Palácio de Fouquet, Ministro das Finanças do século XVII. Porém estava fechado e só abre em Março. Fica pois a foto dos portões fechados e a pista do web site: http://www.vaux-le-vicomte.com/
Então que nos resta senão rolar para Paris? Embora ainda relativamente cedo pois apanhou-se a rush hour ao longo de horas… de cruzamentos de auto-estradas e de periféricos ate chegar ao Bois de Bologne e ao Camping. De imediato e após o check in, lavagens da semovente e restabelecimento dos níveis de agua… a fim de a deixar aprontada para a viagem de regresso e a seguir o almoço com janelas abertas sob uma claridade solar já esquecida, e quase frente ao Sena.
A opção seguinte foi fazer a mala, e rumar ao Hotel á zona dos Invalides, onde se desenrolava o encontro profissional que foi a razão determinante desta deslocação a Paris. Tudo simples, casaco, gravata de fatiota e os vários etc. sem esquecer o portátil e a documentação e lá fomos primeiro no bus 244, depois no Metro. Aqui uma surpresa…a inovação da existência de barreiras de vidro nas estações a entrada das composições que só se abrem em simultâneo com a abertura das portas do Metro. Para quê? Para evitar suicídios, acidentes e até roubos por esticão? O certo é que tal sistema já começou a espalhar-se pró varais redes de Metro.
Ora bem. Chegados ao Hotel (mais uma heresia para os fundamentalistas das autocaravanas) foi tempo de preparar uma visita pedestre aos locais de eleição da cidade da Luz, ali a uma distância pedestre…a Ponte Alexandre III, o Grande e o Petit Palais, os Campos Elísios, a Concorde com a sua nova Roda Gigante, a praça Vendôme, a Rua Rivoli, a vista para as Tulherias, a Opera, a antiga praça Mercado de St. Honoré, agora com um elegante edifício de vidro, enfim a praça da estátua Joana D´Arc, belíssima com o seu recém restauro dourado a folha de ouro. No fim uma tosta e um café numa esplanada a ver o Mundo circular em forma bípede, antes do regresso pelo Palácio Bourbon.
Jantar com amigos, o casal luso-francês Antonio e Marie Anne depois de um aperitivo chez eux de flute de champagne e a troca de presentes, tinto de Alenquer DOC, e conservas portuguesas retro, por queijos franceses afinados pela casa Cantin, e a matar saudades de conversas antigas e do quotidiano em que a Líbia dominava as atenções e as manifestações de rua, mesmo junto a Assembleia Nacional. O local da refeição foi uma brasserie de referência do 7éme, o Terrasse, quase sob a torre Eiffel opulentamente iluminada, onde se acabou na esplanada aquecida com ar condicionado de aquecimento, no exterior. Excelente fim de viagem, de dia e de vivências e convívio. A noite no Hotel chegou com a televisão ligada, a dar continuamente notícias do Magreb em convulsão em todos os canais.
6º dia, Sexta-feira, etapa fixa de Paris
Acordar no Hotel, leitura e resposta a emails mais urgentes, petit dejeuner decroissants, pain au chocolat e os etc. da ordem. Depois cada um para seu lado. She, Co-piloto ao turismo cultural e ao shooping, e Me, o condutor de semovente passa a encarnar outro personagem, de gravata, pasta de documentos e expressão bilingue durante uma reunião de dia inteiro que não cabe aqui referir.
She and Me só se reencontram ao fim do dia, para um jantar com familiares. Local escolhido por quem vive em Paris, o Restaurant Chez Francoise, ali mesmo debaixo da Gare des Invalides. Local aprazível e ponto de encontro habitual de parlamentares, deputados e senadores, pessoal politico , Ministros e assessores, jornalistas e tutti il mondo. Este restaurante até tem um privado com uma porta sempre fechada e a inscrição reservé aux premiers ministres. A gastronomia (menu parlementaire) é de relevo, a qualidade de serviço e decoração também, e os preços a este nível, bem menos especulativos e pretensiosos do que os de Lisboa. Resta acrescentar a excelente ambiência de convívio à mesa no que já começa a ser uma tradição familiar iniciada no ano passado na Coupole em Montparnasse.
7º dia, sábado, etapa Paris - St. Savin
Saída do Hotel de malas aviadas para o pequeno-almoço pelas 8.30h, após uma imprevista irrupção do serviço de quartos não solicitada e que antecipou a alvorada. Lá fora chovia, e o percurso metro até a porte Maillot e depois o bus 244 fez-se a seco e sem pressão por não ser dia de trabalho. Eram pois 10h e já ao volante da semovente, trocado o casaco pela camisola saímos do Camping rumo a sul…só as 13.30h paragem no Auchan de Orleans para compras menores e almoço na autocaravana.
Desfilou a paisagem sempre pelas nacionais: Blois, Amboise, sob céu cinza aberto e o rio Loire ao lado, e depois melhor tempo ainda por Tours, Poitiers e Angoulême aqui com prospecção de local de pernoita junto aos cais do rio, mas que por menos aprazível e isolados, se deixaram para nova tentativa de experiência lá mais para o verão. Boa oportunidade porém, para atestar gasóleo no Intermarché ao preço convidativo de 1,261. Dos mais baixos nesta viagem, em França.
Pelas 20h parámos em St. Savin, a norte de Bordéus, onde também já anteriormente tínhamos pernoitado. Área municipal completa com estação de serviço e gratuita, bem situada e sinalizada junto a um supermercado Intermarché. O jantar foi na autocaravana e a noite passou se silenciosa na companhia próxima de um casal autocaravanista francês a bordo de uma integral.
8º dia, domingo, etapa St. Savin - Aranda do Douro
Acordámos a hora de Domingo, 9h! Com tempo para prosseguir a descida para casa… e por isso ultimas compras no Intermarché que nesta zona abre ao domingo, o que não acontece por toda a França. O rumo adoptado foi confiar no GPS e aceitar a sua orientação passando a sul de Bordéus. Seguimos pois um itinerário bis, sem pressas em ritmo de passeio, que atravessou as Landes e cruzou Marquéze, que visitámos no ano passado, e nos levou ao Centre Routier de Castets precisamente À hora de almoço, pelas 13h!
Almoço portanto neste excelente restaurante Routier pejado de camiões internacionais no seu parque de estacionamento e com menu completo de 12 euros, tudo incluído…buffet de entradas, prato principal em escolha ampla, com acompanhamentos a seleccionar, vinho a discrição, sobremesa, e queijos, em plateau de 4/5 variedades à vontade.
Coma calma devida a viagem prosseguiu utilizando parcialmente auto-estrada para sair em Bayonne e daí, pelo GPS nos aproximarmos das grutas das bruxas de Zugarramurdi, já em Espanha, Pais basco, Província de Navarra. Por aqui novo atestar de gasóleo para a travessia de Espanha ao preço de 1,245 euros.
Aqui visitou-se o Museu…Museo de las Brujas ou, em basco Sorginen Museoa. Opinião pessoal? Fraco, muito fraco com excesso de filmes (3) excesso de referências concentradas em estreito período histórico e de base regional e com peças museológicas aquém de expectativas. Fica a dúvida de um dia poder comparar com o Museu Francês, único em França em Jonchére a nordeste de Bourges. http://www.musee-sorcellerie.fr/
Na realidade, havendo em Espanha na Galiza uma tradição de Meigas ou Magas, as bruxinhas boas, ou fadas nocturnas, bem seria de esperar algo mais englobante do que aqui se vê. Se vale a visita? Pois talvez sim, pelo parque das grutas adjacente.
Aqui sim, o parque natural tem formações rochosas espectaculares que independentemente de todas as lendas serviu certamente ao longo dos séculos de apoio a fixação humana, ao comércio de contrabandistas, a refúgio de batalhas e de perseguições religiosas ou outras. Paga-se a entrada, (3,5€) e percorre-se a gosto os circuitos demarcados num mapa guia que é distribuído com o bilhete. Em cerca de meia hora fica-se com uma ideia e as fotos adequadas.
Veja-se o link: http://www.turismo.navarra.es/esp/organice-viaje/recurso.aspx?o=4040
O dia de viagem prosseguiu retomando a auto-estrada França –Espanha a boa velocidade até Burgos e depois aqui inflectindo para Aranda do Douro. Entretanto cruzamo-nos com inúmeros limpa neves e na última portagem, inquirido o cobrado ele explicou-se: espera-se neve para esta noite!
Encontra a área de serviço para Autocaravanas não foi à primeira vez! Acredita-se que não existe uma única placa de identificação com a sua sinalização? Acredita-se que as placas que se encontram no local estão todas voltadas para seu interior e portanto invisíveis e ilegíveis por quem passa na estrada? Quase que nos julgávamos em Portugal!
Então aqui ficam as coordenadas:
41º, 66856 – N e 3º, 69539- O
Ou então:
40,º 39,´18, 54´´ N e 4,º 42, 16,70´´ O´
Para lá chegar, a referência é o Hospital de los Reyes, e a estação de Comboios, por detrás de uma nova urbanização. O local tem estação de serviço e espaço suficiente para varais AC. Dormimos lá na companhia de um inglês bisonho que nem pôs o nariz fora da sua autocaravana.
9º dia, segunda –feira, etapa final Aranda do Douro-Alenquer
Acordar debaixo de neve, tudo branco com farrapos a caírem! Depois dos essenciais rituais arrancamos suavemente, por receio do gelo e da neve que embora leve, continuava a cair em flocos e nos acompanhou até Segóvia.
Aqui paramos próximos do aqueduto e toca de subir até à Praça Mayor, à catedral e aos bairros mais antigos, para beber um café quente, que fazia frio. Passeio final sob as arcadas romanas do aqueduto já com o sola romper!
A seguir a Segóvia, apontados para Ávila. Nunca lá tínhamos ido, e por isso esta volta tinha essa justificação e em boa hora foi assim decidida! E recomendamos vivamente este destino turístico cultural a quem nos ler. A viagem agora já se fez sem neve e com sol rompante. Em Ávila circundámos de autocaravana toda a zona de muralhas para depois nos acolhermos a um estacionamento de ocasião (nem proibido, nem pago) junto à porta Sta. Teresa.
O interior, onde circulam ligeiros que não sejam veículos M1, do gabarito das AC, é pejado de edifícios interessantes e históricos em especial a Escola Militar, a Basílica de Sta. Teresa e a Catedral de S. Salvador. Existem inúmeros restaurantes com uma política de preços curiosa. Todos eles têm 3 menus…de 11,90€,d e 18.50€ e de 23,50€, variam, apenas em função da qualidade do prato principal pois todos eles oferecem entradas, pão, vinho, sobremesa. Optamos pelo Los Fogones, que ficou cheio…e onde pagamos pelo menu o valor afixado que com mais IVA deu 25,70€. Qualidade justa, preço decente, satisfação garantida.
Depois foi acelerar um pouco: Plasencia, e as suas longas circulares, o Vale de Jerte e as suas curvas tipo Marão da estrada antiga, Barco de Ávila, a sugerir uma paragem curiosa, que não foi feita, e depois Badajoz, com novo pleno na GLAP de fronteira para atestar de combustível para as próximas voltas e reviravoltas em portugal. De facto, logo após termos entrado no Caia a radio noticiava…a GALP aumentou o preço do gasóleo para 1,402 e nós agora com ele a menos de 1,299 ao longo de toda a viagem?
Enfim, She and Me chegaram a Alenquer pelas 20.30h horas locais. Foi só o tempo de transferir bagagens e trocar de viatura, e quase a tanger as 21,30h já estávamos em São João do Estoril para um jantar ligeiro. Tinham sido 10 noites fora de casa, bem aproveitadas e agora, para se legitimarem com o trabalho a desenvolver até a próxima sortida de semovente!