sábado, setembro 10, 2011

24h, 200km, de Alenquer e volta, por Torres Vedras, dormida no Baleal, regresso pelas praias da Consolação e São Bernardino

( à antiga as notas de viagem no moleskine)
3 de Setembro, sábado. Depois de uma sessão de radioterapia, She and Me optam, por arejar em 24H e poucos KM. Saída de semovente de Alenquer já ao fim da manhã, e rumo pela nacional 9 rectos a Torres. Pretexto? A feira Rural Mensal, que termina no 1º sábado de Outubro.

No caminho depois da Merceana, e antes de Runa, parados nos destroços de um acidente de estrada motivado ao que parece por uma inversão de marcha suicidária. Atraso pequeno, e ao bater da meia depois do meio-dia, aí estávamos nós, semovente parada ao pé da biblioteca Municipal, a percorrer as ruas fechadas ao trânsito recheadas de tendinhas dos produtos regionais e similares. De facto, nada de chinesices, nem de panos indianos, incensos e outros cheiros orientais, mas sim, ervas e chás, bolos regionais, flores, plantas e vegetais das hortas da região, mel, tanoaria, etc. Ficam as fotos.

(O iníco da rua de peões da feira de Torres)A certa altura, passada a CM e um cortejo nupcial registado, apareceu a solução alimentícia estomacal: O Restaurante do Pólo Norte, e embora longe da Mealhada, sorriu a ideia de desafiar um leitão assado. Estava razoável excepto a pele que ficava aos mesmo KM de distância da Mealhada que os do mapa de Portugal. Findo o honesto repasto pelo preço de 21€, concluiu-se a volta pela Feira e seguiu-se ate à nova estação de serviço do Outeiro da Cabeça inaugurada na semana anterior por incitativa meritória do CAS (Clube Autocaravanista Saloio).



(parking com AC frente ao Baleal)

Seguimos viagem em direcção a Peniche… pela auto-estrada gratuita, quando eis senão quando surge a identificação do Carvalhal em placa…e o clic …pois se lá estão a almoçar O Rui, a Elsa, o Nuno e a Zita, sendo cedo ainda íamos a tempo do café. A inestimável telefonadela pelo móvel permitiu acertar rapidamente o endereço… sempre em frente, passar pelo santuário do Senhor Cristo, e numa curva à esquerda ficava o LAGAR, e á direita o estacionamento.

(Feira Mensal de Torres- tanoaria)

Chegámos sem enganar e seguiu-se uma boa cavaqueira e o tal café, e ainda a recolha de fruto ecológico, biológica e com brinde de genuíno bicho, oferta que também nos coube do dono do restaurante afamado e distinguido gastronomicamente há mais de 25 anos. Pausa no percurso para Peniche, portanto. Depois de visita guiada a AC… as despedidas, nós para a auto-estrada rumo a Peniche, eles para as Caldas.
(Outeiro da Cabeça: o lago inacessivel à autocaravana)


Chegados a Peniche a volta completa pela península começando a norte. Tarde de luz razoável e temperatura amena, Cabo Carvoeiro sem autocaravanas, entrada na cidade por cima do Forte, e travessia da zona do baluarte seguindo depois pela circular extra muros. Localizando facilmente, frente aos Bombeiros o local onde estacionamento e pernoita de autocaravanas é aceite e sem barras de altura.

Mas não era por ai que apeteceu ficar. O Baleal, já boa recordação de visita anterior, veio à baila, e assim, foi para o enorme estacionamento, ainda com muitos ligeiros “ civis” que a nossa semovente “ligeiro M1” se orientou. E logo que o parking se esvaziou de banhistas, vagaram lugares de primeira fila ao lado de surfistas maioritários, em furgões e autocaravanas. Excelente, melhor seria impossível, de chapa para o istmo linguarudo de areal, com vista para as praias gémeas por aquele separado a semovente ficou com o melhor panorama possível!

A leitura dos jornais do dia, Expresso e um diário, deu para o gozo de um por de sol lento e afiambrado entre nuvens densas e cinzentas, e que o vento das brisas marítimas não afastava. Espectáculo do Criador para de carregar baterias…

Ficámos de pousio entre nacionais e estrangeiros, entre campers, jeeps, furgões, carrinhas, e autocaravanas dos surfistas de fatos de borracha, negros, que se foram ficando nas ondas mansas ate quase pelas 21h, altura em que começaram a ser rendidos por pescadores apeados de canas em riste para fisgarem os sargos. Sentia-se lá fora o fresco setembrino a anunciar o equinócio do Outono.

O jantar foi simples no também já conhecido ALGMAR na praia. Cheio de estrangeiros jovens, com as mesas de cerveja de meio litro e apetites entre saladas e peixe fresco. Por nós fomos para as 6 sardinhas perfiladas (boas) e para um frango (encruado) e que apareceu na travessa quase a voar, -reclamado o estado do bicho, voltou para trás e voltou ainda ferido de sangue e a coxear, porque uma perna já tinha sido comida em boas condições. Então, definitivamente foi rechaçado e eliminado da parcela da conta, que se ficou por uma rosinha e uma cinzentinha juntas.

(Parking e pernoita em Baleal)

Noite pouco serena até as 2h, com ventania, chuva e som de rádios e batuques distantes, e ainda de carros a partir e a chegar de prováveis enamorados, pescadores e noctívagos. Depois sono solto interrompido pelas 6,30h, com uma recarga final que durou até as 8.30h. Higiene e pequeno-almoço ao ritmo habitual, pão de mistura de Alenquer em torradas, com manteiga e café. Tudo com as persianas abertas à vista de ontem, mais batida pelo Sol, enquanto este se mostrou, pois as nuvens derramaram-se na paisagem e escureceram o horizonte a ponto de caírem pingos de chuva no vidro frontal. No fim, lixo no lixo. E de tudo se deu conta e plantou no registo do “moleskine” coma esferográfica de serviço, para depois transvazar para o Blogue. Com fotos aditadas.

( Praia de São Bernardino)

Saídos do Baleal seguimos para a praia a sul de Peniche dita Super tubos… nem um por um canudo! E quanto a autocaravanas só uma, estacionada paralela a linha do horizonte. Depois foi a paria da Consolação com muitas autocaravanas na vila e outras tantas na arriba frente ao mar, e ao longo do estradão de terra batida que serpenteando e retomando o alcatrão nos levou até São Bernardino. Nenhuma autocaravana no estacionamento amplo de São Bernardino entre a praia de Vale de Frades e a deste Santo… talvez pela menor importância do burgo?

(São Bernardino)

O caminho por opção, logo a seguir à Areia Branca e à Lourinhã, foi pelo Vimeiro, onde nos cruzámos com imensas autocaravanas pesadas e mistas (com acomodações para cavalos e respectivas equipagens) de quem foi competir no Concurso de Saltos de Cavalo, que parecia bem concorrido…

Mas o nosso destino era ainda ir almoçar a São João do Estoril, e por isso nem se reentrou em Santa Cruz, mas repassamos por mais uma area de AC promovida pelo CAS, em A-dos-Cunhados....à cunha de viaturas de quem foi a missa, nem uma autocaravana para amostra, e portanto o  acesso à estaçao de serviço bloqueado.. seguimos então para o Ramalhal, e daqui por GPS, para Alenquer, atravessando Matacães, Aldeia Gavinha etc. No camping foi trocar de viatura: da AC M1 para a ligeira, civil, e depois pela CREL rumar ao destino. Pelas 13h estávamos de volta a penates para trocar a episódica itinerância pelo habitual residencialismo… e aqui sonhar com a próxima sortida em melhores dias...


(vista para o Baleal da AC)

 




 

1 comentário:

Joao disse...

Cada coisa no seu sítio. A mensagem pertence aqui.

É sempre com prazer que leio os relatos das suas viagens.
Continue a fazê-las e a publicá-las com essa sua maneira de escrever.

Talvez brevemente eu lhe peça conselhos para viagens, pois penso conseguir breve curar esta minha "doença" de há muitos anos.

Força e um Bem-Haja