sábado, agosto 16, 2008

Reportagem do Publico de 16 de Agosto de 2008: anti campismo selvagem

Veja-se o contraste ente a imprensa portuguesa...e a francesa:


1) Autocaravanas:


Invasão de área protegida na costa alentejana sem controlo

Mais um exemplo de mau e sensacionista jornalismo, por exemplo nao se respondem as questões prévias:

- Porque é que os autarcas não sabem o que fazer? por impreparação? falta de estudo? inexistencia de interlocutores?

- que lei esta a ser violada? em quê? Que meios faltam as autoridades? e porquê?

- porque é incidente um turista andar perdido? porque esta perdido? por falta de sinalização? por deficiente informação turistica?

- porque há lixo espalhado? por falta de recipientes? o lixo é só produzido pelos condutores de autocaravanas? Ha parques de repouso, e areas de pic nic preparadas?

- quem devia controlar o lixo e não o controla? que lei sobre lixos não é aplicada, e porquê?

- com quem protestam as autarquias? a quem compete o regulamento de estacionamento e circulaçao? que propostas forma feitas e a quem para resolver o porblema?

- quem é que acampa? autocaravanistas? ha campismo selvagem? Porque não é contido, fiscalizado e criadas alternativas?

- as autocravaans fazem campismo e caravanismo selvagem? o que distingue campismo, caravanismo e autocravanismo? As regras são comuns? ha ausência de regras?



por Carlos Dias
Estacionam para férias onde mais ninguém consegue. Os autarcas não sabem o que fazer e as autoridades queixam-se da falta de meios para evitar violações à lei.


Estrada que liga São Torpes a Porto Covo. Manhã da passada segunda-feira. Um ruidoso buzinão fazia-se ouvir contra uma autocaravana que seguia à frente de uma fila de viaturas com cerca de 50 metros. Logo atrás, um condutor esbracejava, carregava na buzina e dava murros no volante. À frente dos seus olhos, cobrindo toda a faixa de rodagem e metade da contrária, circulava, entre o devagar e o devagarinho, a casa motorizada com matrícula holandesa.A odisseia terminou quando um dos buzinadores meteu conversa em inglês com o turista, que, afinal, estava perdido.


Este género de incidente é o que tem dado mais alento aos que contestam o elevado número de autocaravanas que atrapalham o trânsito. Mas este é o mal menor. A invasão dos melhores miradouros naturais, de dunas e falésias e o lixo que é deixado um pouco por todo o lado deixam marcas bastante mais negativas. O fenómeno é nacional, mas onde se faz sentir com maior acutilância é nos grandes espaços abertos da costa alentejana, entre Sines e a ponta de Sagres. Um fenómeno que não pára de crescer e que ninguém controla, apesar da lei existente.


Indiferentes ao danos. É ao fim-de-semana e nos meses de Verão que este género de turismo ganha contornos de invasão. As autocaravanas posicionavam-se às centenas por tudo o que é falésia, parque de estacionamento no interior e exterior das zonas urbanas, nas dunas e nos locais à beira-mar. O espectáculo torna-se bastante agressivo do ponto de vista paisagístico e os protestos de um número crescente de autarquias fazem-se ouvir.


Contudo, as autocaravanas passam em todas as direcções, indiferentes aos danos que, muitas vezes, causam nos locais onde se instalam.


Este mal-estar é reconhecido por alguns autocaravanistas. Pedro Góis partiu de Guimarães há duas semanas para percorrer o que pudesse da costa portuguesa a partir de Tróia. Pelo que já viu, diz haver "degradação ambiental e paisagística em espaços naturais" e lamenta que haja comportamentos de algumas pessoas que revelam falta de cuidado com a "higiene e a limpeza dos locais onde acampam".


Autarcas preocupados. Num documento aprovado pela Câmara Municipal de Aljezur, está expresso o desconforto e o mal-estar pelo "aumento drástico do campismo e caravanismo selvagem, que diariamente destroem o litoral" alentejano. José Arsénio, presidente da Junta de Freguesia de Porto Covo, classifica mesmo de "preocupante" o comportamento dos autocaravanistas que "não agrada a ninguém".


O autocaravanismo "está associado à produção de muito lixo", refere o autarca, revelando que é frequente "despejarem" as águas residuais que produzem no sistema de águas pluviais da rede pública.A junta de freguesia nada pode fazer nas falésias quando são terrenos particulares e do domínio público marítimo, a não ser recolher o lixo que lá é deixado. Mas nesta altura do ano, quando a população de Porto Covo aumenta seis vezes mais em número, o sistema municipal de recolha de resíduos domésticos dificilmente pode ocorrer a este tipo de situações.


"Torna-se complicado suportar as necessidades dessas pessoas", acentua o autarca. "O que nos resta é vedar o acesso a estes locais, mas eles [autocaravanistas] arrancam as estacas de madeira" que são colocadas, denuncia.O seu colega autarca da Zambujeira do Mar António Viana enfrenta o mesmo problema. "É difícil controlar o estacionamento das autocaravanas" diz, frisando que a GNR " não dá conta do problema".Por outro lado, a lei permite que o estacionamento das autocaravanas se faça por um dia e uma noite. Acontece que boa parte vem para ficar mais tempo. "Colocam calços nas rodas e desde que as viaturas estejam fechadas e sem o proprietário à vista só com um mandado judicial é que podemos tirá-las do local", refere o autarca. A solução passa por impedir o acesso a determinados locais, mas mesmo esta solução está a revelar-se "complicada", admite António Viana.


Falésia invadida. Numa das falésias mais deslumbrantes de Porto Covo, cinco pessoas, três gerações da família de Nélio Marques (esposa, filho de um ano e pais), vindos de um meio rural do distrito de Coimbra, acomodavam-se sem problemas de maior no interior de uma autocaravana que custara 50.000 euros."É uma forma de fazer campismo melhor que nos parques de campismo", declara o patriarca da família, explicando que escolheram aquela falésia "por ter visto outros" no mesmo local. Procuram sempre juntar-se aos agrupamentos de autocaravanas. "É uma estratégia" que tem em vista a segurança da família, argumenta Nélio Marques. Esta forma de acampar oferece grande autonomia - a caravana tem água, instalações sanitárias, camas para todos e no exterior podem sem ser instaladas mesas, cadeiras e uma cozinha.Contudo, Nélio Marques não é alheio "à atitude anticaravanismo" que está em crescendo por todo o país.


A sul de Porto Covo todos os concelhos, sem excepção, aprovaram regulamentos municipais que proíbem o estacionamento de autocaravanas, mas de pouco valeu. Autarcas confirmam degradação ambiental em espaços naturais, mas dizem nada poder fazer.


2) Imprensa francesa (ouest france)


Depuis mi-juillet, les camping-caristes affluent à Conleau. Les nouvelles places semblent faire l'unanimité. Rencontre avec des camping-caristes qui ont choisi cette « liberté de voyager ».
L'été, les camping-cars pullulent sur les côtes bretonnes. Mode de vie à part en entière, le camping-car séduit en particulier les couples. À Vannes, depuis le 1er juillet, seize nouveaux emplacements ont été ouverts au camping de Conleau en plus des dix-huit déjà existants. À ces places s'ajoutent trente-trois autres mais sur une aire réservée équipée de bornes services : eau potable, recharge de batteries électriques, vidange des eaux usées.
Des services appréciés
Huguette et François Rebourg habitent à Tours. Depuis 25 ans, ils font le tour d'Europe à bord de leur camping-car : Grèce, Italie, Irlande, Angleterre, Allemagne. « C'est une tradition familiale, explique François. Mes parents déjà, après la guerre, ont fait le tour de l'Inde en passant par l'Iran et l'Afghanistan à bord de leur camping-car quand cela était encore possible dans la région ».
Aujourd'hui, ils voyagent à bord de leur troisième véhicule qu'ils ont choisi « petit pour stationner en ville et tout aménagé pour la retraite et le confort ». Eux, préfèrent « les campings plutôt que les places de parking qui ne sont pas très agréables. Ici, c'est plus reposant avec de la verdure ».
Au contraire, Alain et Christine Froment de Toulouse préfèrent les aires réservées. « On a choisi le camping parce qu'on est avec nos petits-enfants. C'est pour une question de sécurité et de confort ». Alain constate que « le camping est cher : on paye l'emplacement et le nombre de personnes, soit 30 ou 40 € la nuit alors que nous avons tout sur place dans notre camping-car. » Sur les places réservées, il en coûte 10 € en haute saison sans compter l'électricité et la taxe de séjour.
Totale autonomie
« J'ai besoin d'une totale autonomie ». Grâce à son camping-car Alain peut se « risquer à s'imaginer en Mauritanie ou au Maroc pendant six mois parce qu'avec le camping-car, nous avons toute notre liberté ! »
Depuis mi-juillet il y a un flux permanent de camping-caristes à Conleau. Parmi eux, des Anglais, des Espagnols, de nombreux Hollandais et Allemands et ces derniers jours des Italiens. « C'est plus leur culture », estime François. « Ce sont surtout les vacanciers étrangers qui viennent sur l'aire réservée », indique Elen Rio à l'accueil du camping de Conleau. La plupart restent une journée « voire deux s'ils décident d'aller sur les îles », remarque Dominique Goisnard, responsable de l'établissement municipal. La météo a bien évidemment une incidence sur la durée de leur séjour. « Ils sont moins dépendants du temps que les campeurs classiques mais il ne faut toutefois pas que le mauvais temps s'éternise au-delà de trois jours. »
Après un rapide sondage, ils apprécient particulièrement la grandeur des places dédiées aux camping-cars. « C'est autre chose que dans le sud où on est entassé les uns sur les autres », juge un adepte. Un autre souligne l'utilité des navettes qui relient le camping au centre-ville. « Ça évite de reprendre notre gros véhicule et de galérer pour trouver une place de stationnement. »
S'il faudra attendre encore la fin de la saison pour connaître les statistiques exactes de fréquentation touristique, celle des camping-caristes s'annonce déjà plutôt bonne et régulière à Vannes.

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