quinta-feira, agosto 16, 2012

15 de Agosto de 2012....viagem relampago a Ermida de NS de Guadalupe e procissão maritima ao Cabo São Vicente

cabo de S. Vicente

15 de Agosto um dia de lavar a alma em RAPOSEIRA, SAGRES e VILA DO BISPO
 
 
Há dias assim.
 
Entramos neles, não por nosso impulso ou pulsão, mas antes a convite de quem foi intermediário feliz da força, da beleza e da energia da Natureza contida no Grande Arquiteto do Universo.



Estava escrito, e não foi por acaso que a 15 de Agosto de 2012, o ano de todos os males e de todos os fins, me meteria a ir e voltar no mesmo dia à ponte de Sagres, ao Cabo de São Vicente e á Ermida de Nª Sra de Guadalupe. Estava nos desígnios da Associação inspirada AIDANRIQUE (associação Infante Don Henrique) que eu aceitaria o convite recebido para ser um dos escolhidos, a poder vivenciar a vista guiada a ERMIDA de N SRA de AGUDALUPE e a tomar assento numa traineira que integrou a procissão marítima de N Sra da GRAÇA Ao Cabo S. Vicente.


E assim foi.

-Valeu a pena?

-Estou com Pessoa: Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
Saímos cedo, regressámos tarde, e tudo valeu a pena.


Valeu a pena percorrer com detença a Ermida de Guadalupe da Comenda da Raposeira, em honra do Milagre de 1320, e guiados por quem foi seu conservador durante mais de uma quinzena de anos. O irmão Serra que a conhece como ninguém, mesmo quando exprime a dúvida do seu desconhecimento.

Percorrer e tocar as pedras ancestrais de grés regional, dos capiteis da capela-mor,  as mísula da nave do transepto, a pia de água benta, olhar a abobada e maravilharmo-nos com a obra do Homem a olhar os céus.


Influência gótica, nos dois lumes janelões da capela, no arco da entrada, fachada de segredos ocultos em que nem a porta nem o óculo, estão ao centro geométrico antes desfasados segundo a regra do terço, em que o terceiro, o espirito santo parece omnipresente.


Local de peregrinações seculares, inspiração de navegadores, e marinheiros afoitos, e proteção invocativa de aflitos e vítimas cativas de corsários e sarracenos. Certo é que nos arredores há menires e mais sinais de uma ocupação pagã muito antiga a cruzar-se com reaproveitamento cristão mais tardio, e próprios de uma cultura agro-pastoril. Monumento Nacional desde 1910, a Ermida vale uma vista demorada com vontades de descodificação.


Quanto à procissão teve menos de esotérico e mais de exotérico. Barcos engalanados, entusiasmo popular, devoção tradicional a N. Sra da Graça com a imagem saída da capela do mesmo nome datada dos seculos XV e XVI. Colorido, muita gente, e depois a prece em círculo com o Padre a soltar a sua invocação pelo megafone do barco da polícia marítima.  Saída do Porto de beliche em Sagres, ida e torna viagem  ate ao Cabo Sacro de São Vicente em cortejo de barcos, traineiras, iates e o mais flutuante.

 
Foi uma festa, uma celebração de mid summer na Encruzilhada com o pagão popular e o sagrado cristão, com a cor e alegrias próprias de gentes simples e de bem numa pausa merecida num ano de trabalho, de atribulações e de dificuldades.
 
Ficam as fotos para um registo partilhado por quem se interesse por estas coisas. Ou venha a interessar. E que assim seja!
 policia maritima fez parte da procissão....
 
PS.

1. Claro que houve dois ágapes, um ao almoço e outro ao jantar, almoço a entrada de Sagres e jantar na marina de Albufeira, discretos e satisfatórios. E Claro que havia autocaravanas, de pescadores e outros turistas, portugueses, espanhóis franceses e ingleses, também discretas e satisfatoriamente aparcadas sem excessos, quiçá para uma pernoita itinerante frente a baia do porto de Sagres...

2. Bibliografia flash: 

belissimos azuis que a fotografia do telemovel empalidece....

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