quinta-feira, novembro 03, 2011

She and Me e mais 12 autocaravanistas e suas co-pilotos no 2º teste do Alqueva Camping-car Park de Pedrógão do Alentejo

(nacser do sol na plataforma a Oriente do parque de autocaravanas)

She and Me no segundo teste ao Alqueva Campingcarpark

de Pedrógão do Alentejo

Ora bem.

Sexta-feira dia 28 de Outubro, de 2011, início de uma das duas últimas pontes do ano de 2011, e quiçá das nossas vidas “post-troika”.

Tempo de She and Me nos associarmos a mais seis casais de amigos autocaravanistas (na ocasião os presumidos sete magníficos) e partir para sul, a pretexto do segundo teste ao primeiro (?) parque de autocaravanas privado construído ao abrigo da portaria 1320/2008, ou seja da legislação que veio permitir em Portugal parques de campismo exclusivamente para autocaravanas. Ou dito de outra forma, parques exclusivamente para autocaravanas poderem fazer campismo, ou seja…abrir toldos, fazer churrascos, e usufruírem da segurança de vedação e de estação de serviço.



É essa a natureza do Alqueva Camping-car Park (marca registada da empresa familiar que gere o Alenquer Camping, a sua plataforma de autocaravanas e respectiva estação de serviço. Situado em Pedrógão do Alentejo e aprovado pela CCRDA, pelas Estradas de Portugal e pela CM da Vidigueira com licença de construção já paga.

Depois da primeira sessão de teste já aqui relatada neste Blog Newsletter, e que envolveu 3 casais, aqui:


Desta vez, além de She and Me, o casal Manuel, o Zeca, o Filipe, o João, o Marcelino, o Leonel, 14 AC e respectivas co-pilotos, portanto. Gente de bem, e pessoal amigo. Que se associaram esta jornada pró autocaravanismo. Dos previstos, faltou o Casal Vitor, por efeitos colaterais de vacina contra a gripe.

Nós fomos na dianteira de sexta-feira, ao fim da manhã saímos de Alenquer, a tempo de almoçar pausada e tranquilamente nas Vendas Novas, no Pastor, já recenseado em anteriores sortidas de semovente. Fomo-nos a dose e meia de migas com espargos verdes e plumas. Mais o queijo, pão, azeitonas e ainda duas empadas de galinha, para mais tarde por uma azulinha e uma cinzenta. Foi a refeição mais cara deste raid.

Chegámos pois a Pedrógão a tempo de acompanhar o enchimento do reservatório de águas impas pelos Bombeiros de Pedrógão (a pagar claro) e de acompanhar a azáfama de algumas outras tarefas no terreno, incluindo a sua vedação com rede ovelheira, e o descarregar de 30T de gravilha, para melhoria das vias internas de circulação, para além do plantio de flores entre elas alecrim, loendros e lantanas.

Deixámos depois os trabalhos em bom ritmo, e seguimos para Pedrógão, Aldeia Ribeirinha do Guadiana para uma curta entrevista com a entusiasta Presidente da Junta de Freguesia, que teve então oportunidade de ver por dentro uma autocaravana. Tudo a tempo de rumar a Serpa, e mais uma vez sermos acolhidos no respectivo parque de campismo municipal (que não tem estação de serviço para AC), onde também pernoitaram mais 4 AC, todas estrangeiras, como também eram estrangeiras mais duas caravanas.

Poucas mercas no próximo Intermarché, que oferece combustíveis mais em conta, e depois o passeio por ruas e ruelas, ate nos acercarmos do Molho o Bico, para uma estreia gastronómica de jantar. Da outra vez (está por aqui o relato, fomos ao Lebrinha)

( De uma anta se fez uma casa com uma parede mestra de pedra,em Pedrógão)



A experiência foi satisfatória, o casal de sexagenários deu conta de uma dose de maminha de vitela, sericaia com ameixa, e de entrada, pão com azeite e azeitonas mas as águas e vinho da casa…imagine-se que bem, e por 3 cinzentinhas. Valem bem a experiência. E depois de esmoer ruas acima até ao camping, coma digestão feita, foi o sono reparador com a consorte.

Sábado. Como sempre o acordar foi cedo. Céu calmo, sol ridente e só…pois mais vale Sol, que mal acompanhado, com nuvens ausentes, vento desconhecido em parte incerta, e temperatura amena, melhor do que outonal. Após os rituais matutinos, seguimos para Beja, directos ao Mercado, para comprar pão (de Santana da Serra) queijo de cabra, requeijão, tomate, melão e orégãos para o “pic-nic” aprazado do almoço de domingo. Impressionante a bancada do peixe com “Axgãs” ( ou achigãs) e bogas fresquíssimos e vivos, aos saltos de cauda. e com meneios de cabeças. Claro, e foi também necessário dar de beber a semovente no melhor preço, da BP.

De seguida via Selmes chegamos a Pedrógão, mais do que a tempo do almoço no Vermelhudo, com os juniores idos de Lisboa para um almoço em família, e depois, curta vista à barragem, e depois às obras do Camping-car Park e aos detalhes do projecto do Alqueva Camping Resort, ainda na prancheta.

( as pupias de Pedrógão da nova padaria do Charrua)

Entretanto chegavam os demais AC. E renovaram-se os turnos, uns partem, outros chegam, e nós She and Me, fazemos a ponte entre uns e outros. Aos recém chegados foi repetida a informação sobre o projecto e a execução em curso e recolhidas sugestões, todas anotadas. O teste “in locu” estava a dar frutos, e espera-se por isso que o resultado final, venha a saldar-se positivo! Até se fez uma assembleia deliberativa para análise do preçário a praticar, e da política de descontos para os autocaravanistas dos clubes, dos fóruns, e dos blogues do sector! Só faltou a acta…e a lista de presenças!

A tarde escoou-se fluida já sob um sol declinado para ocidente, na frente de Pedrógão, com os chaparros a afirmarem-se negros, na linha do horizonte rosa, em contraponto com o perfil da palmeira do jardim, da torre do relógio e da igreja de são Pedro.

Amigo não empata amigo, e à hora de janta quatro ficaram no parque, e em três autocaravanas dez seguiram para a Cantina da Mina, na Orada. Como já nos acontecera antes, no 1º teste, portas fechadas, mas nada a recear, entra-se pela taberna, vai-se a cozinha e convence-se Dona Bárbara a arranjar comida para 10. Até houve quem desse a uma ajuda a por a mesa…a ir buscar o vinho… as azeitonas, até chegar a encomenda: duas doses de febras e duas doses de vitela estufada para os 10. E não é que sobrou mesmo? Com o melão, cafés, pão queijo, ficou por casal, incluindo a gratificação por uma rosinha e uma moeda europeia. A conversa demorou o que teve de demorar e quando regressamos à base, a maioria na plataforma nascente, já os outros dormiam …

A noite excelente chegava ao encontro do sono, e assim se completou o dia de sábado, com uma despedida às luzes de Pedrógão, a ocidente, sob um luar pálido de um emergente e minguado luar crescente.

Domingo cedo, uns mais madrugadores assistiram ao romper do sol nascente, logo a iluminar a albufeira formada pela barragem de Pedrógão. Ruídos de civilização nenhuns, na estrada, escassas viaturas, mas presente o tilintar dos chocalhos de rebanhos de ovelhas, e trinados de pássaros assistentes. Um espectáculo deslumbrante, da bancada virada a Oriente, à Luz. O dia prometia mais excepção meteorológica neste dia de 25ª hora (da mudança da hora) em que todos vivemos duas vezes o mesmo ponteiro das horas e dos minutos, realinhados, das 2h horas da manhã.


(A Torre do Relógio de 1901)

Vistoria das plantas implantadas na véspera, e rega sobre a orvalhada para facilitar o enraizamento das cerca de 50. E enquanto se esperava que um a um todos os 14 terminassem os seus rituais, organizou-se a volta pedestre a Pedrógão e ao seu quarteirão de casas emblemáticas sobre as fragas, e as compra no mercado, que previamente estava garantido ter talho aberto até as 12h. Seguimos então em vagas: um casal de bicicleta eléctrica, um “sportsman” em “bike”, 6 em 2 autocaravanas, e os restantes em “pedibus calcantibus”. Ida e volta a pé cerca de 1.900 metros…Mas todos juntos lá percorremos o itinerário do casario, da Torre do relógio de 1901, ao lado da Igreja de S. Pedro, e no mercado a compra do que faltava, em especial a entremeada preparada à moda de manta saloia de Alenquer (com o courato junto, e a febra retalhada em quadrículos) e mais frescos das hortas.

Regresso para mais conversas sobre turismo, sobre viagens, sobre autocaravanismo e áreas de serviço, “campings, e parkings” de autocaravanas, no Pais e no estrangeiro, e sobre grupos e concentrações, clubes e fóruns, em que o TCA (Touring Clube de Co-pilotos e Autocaravanistas) ficou bem na fotografia dos seus 14 membros presentes.

Chegou a hora dos finalmentes, e estreada a churrasqueira ou a barbecue, com o carvão vegetal dos fornos do Sr. Miguel, colocadas as mesas e cadeiras de cada um junto a poltrona de pedra de “She and Me”, sob a sombra de um chaparro, foi espalhar o que cada um levou de seu para comer de tudo, como é timbre de marca das tertúlias presenciais grupo facebook 1 AC e 1 CAFE, e que decorreram de Janeiro Maio deste ano. Havia de tudo: - croquetes, pasteis, salsichas, farinheira, entremeada (a tal da manta saloia) febras, saladas, batatas doces e fritas, vinhos de Alenquer, da Ermelinda e até de Bordéus, pão, queijos diversos, sumos e águas, pitéus até dizer chega, e por isso todos gostaram e até do preço da comparticipação de cada um para as carnes comuns…um euro por cabeça!
(preparativos para o por de mesas sob o chaparro)

Só lá para o final da tarde, é que a debandada deixou na plataforma do Oriente apenas duas autocaravanas para o entardecer, a reconversão do barbecue em lareira com galhos mortos de zambujeiro, jantar frugal, a audição da charla do Prof Marcelo, na TVI, e a pernoita de domingo, depois do piar do mocho. Até então, temperatura sempre óptima a requisitar simples camisolas leves.

Segunda-feira dia 31 de Outubro, e dia de trabalho. Levantar, mais umas falas para actualização da “to do list” para a semana, com o empreiteiro, que às 8.30h, já metia mãos a obra com a sua equipa. Saída para a Vidigueira e enquanto uns seguiam para a Pastelaria Estrela (a rainha do pão de rala) fronteira às bombas da CEPSA/ELF, com estacionamento das AC, fácil por baixo da Cascata, e foram aos bolos e ao café matinal, mas houve quem rumasse a CMV para delongas administrativas, mas logo depois, seguiu-se em coluna, para Évora.

“Pic-nic” a caminho de Montemor nas AC, refeição leve de restos de véspera, e depois sempre pelas nacionais, sempre a menos de 2000 RPM e abaixo dos 90KM seguimos, as duas ultimas autocaravanas, em viagem serena e tranquila, por Vendas Novas, Pegões, Vila Franca de Xira, ate ao Alenquer Camping. Depois da “toilette” da Ac na estação de serviço, e escolhidos nos socalcos os lugares com vista para a Quinta de Pancas, por cima da ruas dos bungalows, das caravanas e de um casal d ingleses, foi tempo de por a leitura em dia de jornais, as notas de escrita do “moleskine”, a consulta de “emails”, e de visionar em boas condições a televisão digital de que Alenquer foi pioneira.

À hora de jantar, mais uma ceia frugal, (canja, torradas, pão de mistura de Alenquer e Alentejano com manteiga e presunto) chegou sem pressas, com uma chuva de gotas tímidas e envergonhadas por assim anunciarem o fim da ponte.

Terça-feira. Sono sossegado, acordar no feriado de Todos os Santos de 1 de Novembro, com um tempo a virar para o farrusco, mas ainda aceitável e a uma hora matutina, pelas 7.30h, já a pé. Sacos cheios de roupa suja, jornais e os habituais etc. e sem acordar ninguém, rumo a casa na viatura comum-de-todos-os-dias.

Em breve será feito o terceiro teste ao Alqueva Campingcarpark. Ele fica à nossa espera, e mais dia menos dia, também a vossa espera! Talvez a 8/9 de Dezembro se o tempo o permitir, mas apenas com inscrições prévias, confirmadas e limitadas.

N: 38º 06´ 58,93´´

0: 07º 38´ .09,60´´

Ora, até lá, boas voltas e reviravoltas.

2 comentários:

Jj disse...

Com tanta degustação, ficaram-me as "gustativas" assolapadas por terem tido oportunidade e não terem estado presentes... Paciência, como dizia o outro do anúncio,não há mais,estas são para mim...

seco disse...

Relato fiel que no entanto não consegue traduzir duas realidades que felizmente vivenciámos:
- A paz e o silencio que o alentejo nos proporciona numa paisagem simples mas bela e cheia de motivos que a cada passo nos chamam a atenção.
- A camaradagem e amizade dum grupo de autocaravanistas que se sabem respeitar e que gostam de ser autocaravanistas.
Esperemos poder fazer masi um ensaio e depois mesmo sem ensaio "usar à séria"