terça-feira, junho 29, 2010

Revista Mulher Moderna de Julho contem artigo favorável ao Autocaravanismo !


Esta é a imagem de capa da Revista Mulher Moderna. do mês de Julho de 2010 por 1,75€ e que inclui dois em um: o Número especial Viagens e Gastronomia, e a Revista Cozinha.

E que tem isso a ver com o Autocaravanismo?

Ora bem, no interior desta Revista do grupo Impala encontram-e duas páginas de um artigo positivo sobre autocaravanismo da autoria de Joana Sequeira Reis (pag 22 a 23)  favorável às viagens de autocaravana em termos de turismo interno, - ed e norte a sul do País, que só peca por tratar do tema quando a viagem comporta o recurso a parques de campismo, não mencioando portanto a hipotese de recurso ao estacionamneto e pernoitas livres, ou em parques adequados a autocaravanas.

Nas boas normas referem-se duas discutiveis:
- nunca viajar com o tanque de agua cheio (?)
- idem com o frigorifico a trablahar a gás- o que ja não se justifica com os modernos sistemas de segurança

domingo, junho 27, 2010

Assaltantes de autocaravanistas em França, presos e condenados a prisão efectiva


Ils pillaient les vacanciers sur les aires d'autoroute

Deux ressortissants roumains ont été condamnés hier à des peines de 2 et 3 ans de prison, pour des vols commis sur des aires d'autoroute, en Côte-d'Or..

Le lundi 27 juillet 2009, les gendarmes du peloton autoroute de Beaune observent, à bord d'une Citroën C3, deux individus, l'un de grande taille aux cheveux noirs, et son passager avant, un homme chauve, plutôt râblé. Ils se déplacent vers l'entrée de l'aire d'autoroute de Gevrey-Chambertin, où se trouve un camping-car belge. Le premier en force une porte, et sort avec un sac, pendant que l'autre fait le guet. Mais les malfaiteurs se retrouvent nez à nez avec les militaires. L'un fuit en direction de l'autoroute, l'autre escalade le grillage anti-gibier et se retrouve 2,50 m plus bas, pris au piège d'un massif de ronces. Il sera assez rapidement récupéré avec l'intervention d'un chien de pistage...

Placé en détention depuis cette date, Mitica Maricel Lefter, 31 ans, comparaissait détenu, hier, devant le tribunal correctionnel de Dijon.

« Vous avez présenté de faux papiers », déclarait au prévenu le président d'audience Jean-Pierre Suety, avec l'assistance d'une interprète. Et de préciser que divers objets (tournevis, lampe de poche...) avaient été découverts lors de sa fouille, pendant que la victime du vol venait signaler que sa carte bancaire, son portefeuille et ses lunettes avaient été dérobés. L'enquête avait permis d'établir que le véhicule Citroën C3, faussement immatriculé, provenait d'un vol le 8 juillet au préjudice d'un garagiste, aux Angles, dans le Vaucluse. Des cartes bleues, provenant de vols à la roulotte dans la nuit du 25 au 26 juillet 2009, sur l'aire d'autoroute de Brognon, y avaient été découvertes ; deux camping-cars y avaient été fracturés selon le même mode opératoire. Avec l'appui de l'Office central de lutte contre la délinquance itinérante, un rapprochement a été établi avec une série de 11 forfaits commis en juillet 2009 sur d'autres aires d'autoroutes, à Jugy en Saône-et-Loire, au Val-de-Meuse et à Leffonds, en Haute-Marne, ainsi que dans l'Ain...

A Saint-Ambreuil (71), le peloton autoroute avait mis en fuite les deux voleurs, ayant abandonné une Fiat Marea immatriculée en Italie, avec à l'intérieur un vélo de course volé... et des brosses à dents. L'analyse ADN d'un de ces objets de toilette correspondait à celui du prévenu présenté hier. L'autre a permis d'établir l'identité du complice, Romulus-Lucian Riti, 30 ans, un autre ressortissant roumain condamné deux fois pour vol. L'exploitation d'un téléphone avait en outre permis, par géolocalisation, de retrouver le passage des deux hommes, sur l'aire de Beaune-Mercueil où ils avaient été filmés.

Le procureur adjoint Bernadette Martin-Lecuyer a requis des peines de 3 et 5 ans de prison, à l'encontre de deux hommes. Me Eloise Fournier, pour la défense de Mitica Maricel Lefter, a soutenu que celui-ci n'avait jusqu'ici jamais été condamné. « Il a déjà purgé 8 mois de prison. Il souffre et veut revoir sa famille. »

Celui-ci a écopé de 2 ans de prison ferme. Son complice, qui fait l'objet d'un mandat d'arrêt, a été condamné à une peine de 3 ans. Anne-Françoise BAILLY

quinta-feira, junho 24, 2010

Apoio e incentivo ao Presidente da CM de PORTIMÃO para criar areas e sinalizaçao favoravel aos autocaravanistas em touring por Portimão e Praia da Rocha















Pois...

Fica aqui este Post-scriptum à carta subscrita em boa hora e colectivamente, por oito organizações de autocaravanistas endereçada ao presidente da CM de Portimão no passado dia 18 de junho, com vista a ser recebida atempadamente, antes  da reunião do executivo muncipal agendada para 28 de Junho de 2010.
Depois da desinformação maldosa sobre a iniciativa legislativa na AR, e sobre a legislação proposta relativa à sinalização, e de toda a polémica que se tem vindo a desenvolver sobre um projecto de deliberação da CM de Portimão que discriminaria negativamente as autocaravanas, esta Newsletter, o Blog de autocaravanismo com mais audiência em Portugal, cumpriu com as suas responsabilidades, mais uma vez, e assim subscreve publicamente a carta apelo do Movimento Autocaravanista, aos autarcas de Portimão, e apoia o conhecimento que dela se dá  a várias personalidades incluindo ao Deputado da AR, Mendes Bota.

 Espera-se que  aqueles autarcas portimonenses  ponderem, antes da definição de princípios que o Município poderá fazer, para adopção de uma política europeia (tendo em conta não apenas a situação espanhola, mas também a francesa e a italiana) relativa ao Autocaravanismo, como forma de Turismo rodoviário, de elevado significado económico-social, para o nosso Pais em geral, para a Região do Algarve em particular, e para o concelho de Portimão especialmente.

Mas mais do que isso, a Newsletter optou também por reforçar o pedido de suspensão do processo em curso, no que toca à questão das autocaravanas, e oferecer ao presidente da CM como presente, dois exemplares da Revista Viajar em Autocravana, e o livro de capa acima reproduzida, Autocaravanismo, Viagens e Ideias (publicado em Junho de 2009) e com enfase de sugestão de leitura dos seguintes capitulos e páginas:

pag 197. direito ao autocaravanismo itinerante
pag 241, parecer sobre a inconstitucionalidade dos POCC na discriminaçao das autocaravanas
pag 249, Projecto de lei nº 778, apresentado na Assembleia da Republica sobre Autocaravanismo pelos deputados Mendes Bota e CâmAra Pereira (2.009)

Além disso, chegou ainda ao presidente da CM a sugestão de visita ao Facebook, em que se proclama a necessidade de mais areas adequadas para estacionamento de autocaravanas (em geral) em:


Ora, logo na altura, e auge da discussão  a partir de uma intervenção do autarca de Portimão na TVI, e ecoada nos meios autocaravanistas sobre o projecto discriminatório da CM de PORTIMÃO,  e face á discussão do projecto de deliberação municpal, interviemos no forum de acesso livre:
e assumimos aqui uma posição construtiva clarissima, de mostrar um cartão vermelho aos abusos dos anti-autocaravanismo ( seja por parte de autoridades, seja por parte de automobilistas de autocaravanas, nos seguintes termos:


Protestar sim, pela positiva, mas sem envolver questões racicas ou étnicas!

Protestar sim, pela positiva, mas reinvindicando soluções para os problemas especificos dos autocaravanistas na senda do que se tem vindo a escrever sobre Filosofia e Doutrina Autocaravanista.


Protestar sim, positiva e civicamente, sem quaisquer manifestações de força, a força da razão é sempre superior a razão da força.

Protestar sim, e reinvindicando positivamente o fim da discriminação inconstitucicional das autocaravanas (não por serem veiculos ligeiros) mas por serem veiculos legais do tipo M1, que não dispoem (ainda) generalizadamente de parques de estacionamento adequados (tais como os veiculos pesados e de entrega de mercadorias, taxis etc) nem de sinalização que identifique tais locais!

Estamos persuadidos de que o sr. Presidente da CM de Portimão, com toda a informaçao positiva que lhe chegou entretanto ás mãos, de várias origens,  terá condições para inovar na política municipal de apoio ao autocaravanismo, e valorizar com isso a dimensão turistica do seu concelho, não apenas na estação alta, mas durante todo o ano.

Por esse motivo,  sugerimos que sejam criadas duas áreas (pelo menos) distintas, devidamente sinalizadas, para implantação de parques de estacionamento exclusivos para autocaravanas, eventualmente dotados de estações de serviço e pagas, para receita muncipal,  e com autorização de estacionamento e pernoita durante 72h:

- No porto de pesca e maritimo, na margem esquerda do Arade, ou junto ao cais da margem direita do Arade, e com o apoio da Administração portuária, de modo a permitir a visita cultural à cidade, ao shopping e consumo nos restaurantes e lojas de comércio de Portimão,

- Na marina, nos descampados adjacentes a montante, de modo  a permitir o acesso a este equipamento, e ao comércio e areais da Praia da Rocha que agora beneficia de uma requalificação moderna e bem sucedida

Como amigos e clientes desta zona (excepto em Julho e Agosto) e com a frequência que os leitores deste blog bem conhecem, pelo nossos relatos aqui publicados, esperemos que todos estes esforços de boa vontade, e de seriedade de participação cívica sejam recompensados! Portimão e os seus munícipes só têm a ganhar com a visita ao longo de todo o ano, dos turistas que se deslocam nas suas viagens em autocaravana, e que fazem touring pelo Algarve.

Assim se contribui sériamente para o Desenvolvimento do Autocaravanismo: - com as tomadas de posição públicas de assinatura colectiva de uma carta exposição dirigida ao Presidente da CM de Portimão, por oito organizações que integram o Movimento dos Autocaravanistas, e que está reproduzida nos web sites de várias destas organizações entre elas o CPA e o CCP, incluindo por exemplo o site do  CAB:

http://cab-circulo.blogspot.com/2010/06/cab-e-mais-7-organizacoes-que-integram.html

e do TCA:
http://touring-clube-autocaravanista.blogspot.com/2010/06/tca-touring-clube-autocaravanista.html

Esta intervenção pró activa, extremamente positiva, marca mais um passo decisivo na afirmação e estrturação de uma Doutrina, Filosofia e Ética Autocaravanista, com vista  a uma estruturação e institucionalizaçao consequente do Movimento Autocaravanista. Aliás, tudo na senda de um caminho que desde sempre preconizámos, e apoiámos nesta Newsletter, como quem de boa fé se quiser informar, aqui encontra com abundância documentada, um rasto significativo da via de progresso gradual.

Deste modo, fica a emergência da verdade do turismo autocaravanista, que resulta evidente aos olhos de todos: autocaravanistas já com passado de experiências de respeito, ou jovens autocaravanistas recém chegados, autarcas, politicos, e mais autoridades, incluindo a comunicação social advertida, que se contam entre os fieis leitores deste blog em número que já se aproxima dos 200.000 visitantes. Numero contado desde o inícío da sua edição (2006)  a que há a somar os leitores dos nossos posts no forum do CPA (até Maio de 2010) e do forum do CCP, ou ainda das nossa opiniões transcritas em outros blogs, seminários e encontros de autocaravanistas e publicações impressas.

O protagonista para nós, sem "salamaleques", foi sempre o Autocaravanismo, e a argumentação  inovadora e independente (economica, constitucional e de direito administrativo) a favor e pró autoacravanismo, e não como abutres erráticos e rasteiros (que julgam os outros à sua frustrada semelhança) insinuaram, que fosse a favor de qualquer entidade, fulanismo ou personalidade, como o uso de um simples e vulgar nick name Decarvalho claramente desmente.

Na realidade, hoje está claro para todo os autocaravanistas e autoridades esclarecidas,  bem formadas e melhor informadas, que há três situações distintas:

1) Grupo 1-
Há os autocaravanistas nos seus veículos M1, que hoje optam voluntariamente, sistemáticamente ou esporádicamente, por praticar campismo em parques de campismo quando a  estes se acolhem, seja por períodos inferiores ou superiores a 72h, e pelas mais diversas razões, desde por conveniência ocasional de reabastecimentos,  preocupações de segurança, ou maior comodidade de infra-estruturas para a familia, geralmente a companhia de filhos menores. Para estes, existe ja de forma crescente uma política de resposta especifica de proprietários de parques de campismo conscientes, e que até têm protocolo com Clubes de Autocaravanistas, permitindo por exemplo, o acesso aos serviços de saneamento e reabastecimento das  autocaravanas, sem exigir taxas de pernoita, ou que têm areas especiais para pernoita com preços especiais para os autocaravanistas, como acontece por exemplo com a Orbitur só desde 2010, e com os parques de campismo de Alenquer (particular) e de Pedrogão (municipal) desde 2007 com protocolos com o CPA- Clube Português de Autocaravanas. 

2) Grupo 2-
Há autocaravanistas que de forma mais sistemática e em viagem itinerante, no País e no estrangeiro, privilegiam etapas de duração inferior a 72h, com estacionamento e pernoita nas suas autocaravanas, na via pública, ou em parques públicos ou privados, e outras zonas adequadas que pelas suas condições de manobra, e de capacidade de estacionamento são sem limitações constrangedoras ao gabarito de autocaravanas (veiculos M1) . Estas áreas, gratuitas ou pagas, são muitas vezes de iniciativa municipal, ou privada, e até por vezes dotadas de estação de serviços, para reabastecimento de água e saneamento, onde os autocaravanistas se acolhem sem acampar, não recorrendo portanto a parques de campismo tradicionais, aliás por vezes inexistentes nas suas etapas de viagem, ou mesmo encerrados fora da estação alta, ou à hora em que estas terminam.

3) Grupo 3-
Há proprietários de autocaravanas e furgons (veiculos transformados) cujo comportamento anti-social, dito livre ou independente,  se baseia na contestação libertária e libertina da Sociedade, e do Estado de Direito, e que persistem em acampar ilegalmente fora de parques de campismo, numa aliança incestuosa entre o auto-campismo e o campismo selvagem, proclamando terem a liberdade ilimitada de estacionarem e pernoitarem onde querem, quando querem, e como querem. Este grupo marginal vive num ghetto, e está desacreditado junto da opinião pública esclarecida, pois constitui uma autêntica infecção  de desinformação,  que actua de má fé como campeões do quanto-pior-melhor, tornando-os aliados úteis dos proprietários fundamentalistas dos parques de campismo, que querem cegamente opor-se, e proibir o autocaravanismo itininerante.

Por estes motivos, claro que a central de desinformação anti autocaravanista adepta do 3º grupo, ficou mais desmascarada perante a opinião pública, face à iniciativa conjunta das oito estruturas autocaravanistas, e ainda mais se reduziu, em vias de extinção, num flop de cólica intestina odiosa, já não tendo mais margem para manipular o insulto pessoal, a insinuação injuriosa, e difamatória ao bom nome, agitados por fantasmas inexistentes de lobbies dos empresários dos parques de campismo. Tal resulta claro por exemplo, de mais um zig zag de um dos seus membros, agora lúcido,  como se pode ler aqui: 
http://espacoerrante.blogspot.com/2010/06/assim-sim-quero-aplaudir.html  

Mas, responsávelmente e representativamente, os Grupos 1 e 2 acima referenciados, e através da suas estruturas organizativas já aderiram, ou vão mais ainda aderir, à Carta Manifesto de 18 de Junho, com a exposição ao Presidente da CM de Portimão, inicialmente logo subscrita por oito organizações autocaravanistas, que naturalmente à excepção de pormenores de somenos  de redacção, merece também a nossa expressa adesão e divulgação, o que fazemos abaixo e na integra:

Exmo Sr.



Presidente da Câmara Municipal de Portimão


CC: Presidente Assembleia Municipal, Srs. Vereadores, Entidade Regional de Turismo do Algarve; CCDR ALGARVE; Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações - Secretaria Geral; Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC); IMTT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres IP; Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional; Ministério da Economia e Inovação; Secretário de Estado do Turismo; Secretária de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades; Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local; Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor; Ministro da Administração Interna; Presidente do Turismo de Portugal; Assembleia Municipal da Câmara Municipal de Portimão; Governo Cível de Faro; Provedoria de Justiça; Deputado Mendes Bota; Presidente da Comissão Parlamentar de Economia da AR; Agencia lusa.


Assunto: Autocaravanismo, no âmbito da proposta de novo Regulamento Municipal


Senhor Presidente,


É com agrado que tomámos conhecimento através dos meios de comunicação social que a Câmara Municipal de Portimão pretende implementar regras que eliminem situações de campismo na via pública, isto é, “qualquer prática de campismo fora dos locais legalmente consignados”. Note-se que estas situações são acauteladas pela Lei vigente, nos termos do nº1 do Artº 59º do Decreto-Regulamentar 38/80.


Por outro lado, mas com desagrado, constatamos o referido Regulamento deverá aplicar o mesmo princípio ao “aparcamento de viaturas com a finalidade de pernoitar”.


Consideramos mesmo que o Regulamento que Vª Exª pretende colocar em aprovação sobrepõe-se à Lei geral, pois esta não estabelece as diferenças entre estacionar e pernoitar. Por outro lado, a autocaravana na via pública rege-se pela regulamentação associada à circulação de veículos automóveis, não existindo qualquer Lei que a obrigue a estacionar durante a noite num parque de campismo ou área de serviço.


A autocaravana é um veículo da classe M1, homologado com base na Directiva 2001/116/CE DA COMISSÃO, de 20 de Dezembro de 2001, que adapta ao progresso técnico a Directiva 70/156/CEE do Conselho, relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes à homologação dos veículos a motor e seus reboques.


Não é plausível que a C.M. Portimão aplique limitações globais à circulação das autocaravanas, exclusivamente devido à sua construção/utilização como veículo, pois se assim for incorre numa atitude profundamente discriminatória, violando os princípios fundamentais da Constituição da República Portuguesa.


Destacamos que o Autocaravanismo é uma actividade turística constituída por dois ramos distintos, que apenas têm em comum a utilização do mesmo veículo, mas com objectivos e motivações bem diferentes.

Nesta perspectiva identificamos:


1. Um ramo puramente campista, em que os utilizadores da autocaravana têm como “porto de abrigo” os parques de campismo para a sua estadia, normalmente por períodos relativamente longos, visando um contacto directo com a natureza e o ar livre. Sob esta utilização, pensamos que os Parques de Campismo asseguram minimamente a sua função.


1. Um outro ramo, aquele que os autocaravanistas (nacionais e estrangeiros) geralmente designam como Turismo Itinerante. Esta vertente privilegia a viagem e, consequentemente, as paragens breves, sem a utilização do espaço exterior do veículo com qualquer utensílio, inclusive os tradicionalmente associados à actividade campista. Nesta vertente a motivação é a descoberta, a exploração de novas paragens e gentes, isto é, o turismo cultural. Este tipo de entendimento não é nosso, nem é particular ou restrito, e como prova disso temos a intervenção da Senadora Ana Maria Chacón (PSOE - Espanha), quando apresentou uma moção na Câmara Alta do Senado, para que o Governo espanhol adoptasse medidas para apoiar o desenvolvimento da actividade autocaravanista:






“(…)Cuando hablamos de autocaravana no estamos hablando de campismo --actividad distinta, regulada por leyes y normativa diferente, que cuenta con sus instalaciones y sus usuarios--, sino de un vehículo vivienda diseñado y homologado para viajar habitándolo, con unas obligaciones y derechos establecidos en la Ley de tráfico.(…)”


Reforçamos que esta moção foi aprovada por unanimidade em 9 de Maio de 2006.


O equívoco em que o executivo camarário de Portimão incorre com a proposta do novo Regulamento, deverá estar motivado pelo padrão comportamental dos turistas estrangeiros que frequentam o Algarve na época baixa. São pessoas que vêm em busca do sol e do clima ameno, que efectuam paragens prolongadas no mesmo local, utilizando o mesmo, de certa forma como o fariam num parque de campismo.


Não apadrinhamos esta situação, pois partindo do princípio que este tipo específico de turista pretende esta tipologia de visita, deverá dirigir-se aos parques de campismo da região, e, se não fizer, poderá sim incorrer nas penalizações previstas na Lei, a qual deverá ser aplicada sem tolerância. Desta forma evitar-se-á que o colectivo seja prejudicado pelos comportamentos menos próprios de alguns.

Se o objectivo é a circulação e a paragem breve (até 72 horas), utilizando só e apenas o equipamento (extremamente confortável) que a autocaravana disponibiliza no seu interior, então aí entra a filosofia de utilização das áreas de serviço e pernoita para autocaravanas, ou mesmo os espaços reservados ao seu estacionamento, ou outros locais da via pública, à imagem dos restantes veículos automóveis.

Quando falamos de autocaravanismo, no sentido em que é reconhecido no âmbito da UE, falamos da paragem limitada no tempo e do estacionamento habitado dos veículos, não passando essa actividade para o exterior (mesas, cadeiras, etc). Nesta perspectiva, esta actividade, nos termos referidos, não pode ser apelidada de “campismo”, a não ser por desconhecimento ou classificação errónea.

Esta definição é igualmente reconhecida na nossa vizinha Espanha, através da Instrucción 08/V-74 de la Dirección General de Tráfico, quando refere que:

Tendo em atenção ao acima exposto, propomos que Vª Exª considere os seguintes pontos:

1. Adie a apresentação do novo Regulamento à Assembleia Municipal.

2. Consulte as associações ligadas ao autocaravanismo, para que estas lhe possam transmitir algumas ideias associadas às melhores praticas europeias de gestão do Turismo Itinerante em Autocaravana, de modo que possa gerir este tipo de turismo com eficácia, tirando partido das suas vantagens e inibindo eventuais práticas menos adequadas, as quais não devem ser toleradas.


3. Apresente uma nova versão do texto do Regulamento, devidamente enquadrado com as situações que são desfavoráveis ao seu município, sem entrar numa política discriminatória e atentatória da liberdade dos cidadãos, a qual será, consequentemente, ilegal.


Desde já agradecemos a atenção de Vª Exª


Lisboa, 18 de Junho de 2010


Subscrevem:

Paulo Pimenta P’los Amigos do Centro Forumeiros
João Firmino P’lo Circulo de Autocaravanistas da Blogo-esfera
António Sousa P’lo Clube de Campismo e Caravanismo de Barcelos
Isolino Ferreira P’lo Clube Flaviense de Autocaravanismo
Diogo Ferreira P’lo Clube Português de Autocaravanas
Seco dos Santos P’lo Movimento Independente pelo Desenvolvimento do Autocaravanismo
Paulo Rosa P’lo Portal CampingCar Portugal
Luis de Carvalho P’lo Touring Clube Autocaravanista

terça-feira, junho 22, 2010

Regresso a Alenquer da viagem de She and Me de semovente de Nice, Junho de 2010

III Etapa
She and Me de semovente, no regresso a Alenquer vindos de Issambres na Corniche d´Or

Dia 7 de Junho, 2f

Acordar com idade maior, às 7h ao zumbido de mosquitos impertinentes em voos picados e perfurantes, e esperar pela oitava hora para pagar o parque e comprar a baguette ao Jacky tudo por por 11€. Apesar da hora matutina, desta vez havia mais movimento generalizado nas outras autocaravanas do que o habitual. O tempo fresco e cinza azulado, sem sol, mas com passaritos espevitados a ensaiar concertos filarmónicos nas árvores abundantes. O controlo do frigorífico detectou que este continuava meio aparvalhado, a fazer frio no congelador mas não no restante.

Saíamos pouco em cima das oito, directos a St Tropez para uma visita de saudade e um reforço de pequeno-almoço. Encontramos fácil na data hora da chegada com pouco trânsito, um estacionamento livre junto ao terminal das camionetas, e por 1 hora, foram-se 2,50€. Mas valeu a pena, pois no final de Agosto de 2009 foi impossível parar sequer.

Pois agradável a passeata ao porto velho, ao mercado do peixe, aos jardins centrais, às ruelas sob uma temperatura ideal da Côte d´Azur, berço do turismo ocidental no final do século XIX. Café e croissants e "pain au chocolat" na esplanada da boutique L´ami du pain.


Depois, rota batida e pela auto-estrada, umas vezes paga, outras não directos a Nimes. Aqui, saída à procura da cafetaria do Geant Casino, para um almoço de routier fora de restaurante de estrada, e compras no supermercado, espumoso Ritter para o jantar, e mais uns víveres e outras minudências de viajante em semovente.

Logo a seguir, rota e rumo para Perpignan e algures na auto-estrada para desentorpecer pernas, a escolha de uma estação de serviço Carrefour… que aqui pelo sul aparecem em concorrência às marcas tradicionais de combustíveis, e  já nas auto-estradas. De particularidade o facto de na loja haver muitíssimo material a 12 volts e a 24 (para os camionistas) e a preços convidativos, mas nada de tentações com gadegts provavelmente úteis, a não ser com uma espantosa ventoinha a pilhas sobre um depósito de água, que permite borrifar e refrescar! Um achado para viagens longas e quentes sem ar condicionado. Testada, funcionou!

O resto da viagem sem história com lady nokia a debitar informações de GPS desactualizadas logo após entrada em Espanha, por causa das novas vias. Passámos muito ao largo (norte) de Barcelona, depois Tarragona e finalmente a saída para Salou, também em obras, e depois mais um engano por falta da placa final de indicação do Camping Salou (à direita, a seguir à praceta (pequena, de Vénus).

Por telemóvel já a família estava alertada, e assim recebeu-nos ali mesmo, esbracejante de boas vindas. Feita a inscrição na recepção, recebida a documentação e entrámos com o guia do Camping Sanguli à frente, na procura do local previsto relativamente próximo dos bungalows do tipo Bali.

 Logo deu para perceber que estávamos numa espécie de aldeamento turístico de luxo, com 3 grupos de piscinas, 2 supermercados, cinema, campos de jogos, anfiteatro ao ar livre, parques infantis, 2 restaurantes etc. e um ajardinamento de eleição e cuidado.


Coordenadas? Aqui ficam:

N 41º, o4´, 507´´
E 01º, 07´, 053´´

Por todo o lado holandeses, alemães e belgas. Ingleses também, poucos espanhóis, alguns franceses, escassos italianos e portugueses… só olhando no espelho meu, e perguntando sem resposta: há por aqui mais portugueses de Autocaravana como eu?

Pois lá para as 9h, depois de banho e mudança de roupa, um jantar a cinco na piscina principal, diga-se excelente de serviço, e por um preço global aceitável- e depois das sobremesas, bolo de anos no bungalow bali com o espumoso já refrescado.

Fim de dia descansado em boa companhia, adeuses e cada uma aos seus quartéis.

Dia 8 de Junho, 3f

A natureza acolhia o despertar com um destacamento de rolas, melros e mais passarada anónima e animada. Dia cinza porém, temperatura amena. Fomos às compras inevitáveis para "Me": milho frito, cortezas que não existem em Portugal, nem nenhures na Europa, e para "She" os espargos.

Entretanto, a família também acordara no bungalow, mas só pelas 10h. Esclarecido que a recepção permitia a permanência da semovente até as 16h, delineou-se logo ali um meio dia de detente familiar: roteiro das piscinas..a do repuxo, e do jacuzzi (gelado) e a do bar com bancos dentro de agua… banhos sucessivos do mais velho e da mais nova do grupo (noblesse oblige). E divisão de tarefas para os outros encomendarem no take away do camping, as paellas e o frango assado. Mais as cervejas e o vinho, o pão, e o almoço ficou aprazado para o bungalow onde os cinco sempre se sentavam melhor do que na semovente.

À sobremesa, um disputado jogo do queijo (perguntas triviais por categorias de temas seleccionadas por dados) jogado entre todos, deu o sinal das despedidas. Antes das 15.30 já estávamos de saída em direcção a Valência, mas de modo a permitir um desvio para a antiga fenícia Sagunto.

Finalmente Valência, com entrada pela via marginal a norte e circundando o porto sempre rumo à parte nova que se situa a sul. A preparação de uma prova desportiva com muitas alterações de trânsito, baralhou mais uma vez o GPS de Lady Nokia. Mas chegámos e maravilhamo-nos. Difícil ao princípio detectar o estacionamento possível, mas ele apareceu a partir das 18.30h com naturalidade, e lá fomos ver a pé o arremedo da Expo (náutica da prova de vela de há uns amos perdida por Lisboa) e o traço do arquitecto Calatrava que tem a assinatura na Estação do Oriente entre nós.


Muito interessante!

A decisão seguinte sobre a pernoita foi unânime a favor de um parque de campismo a cerca de 5KM de distância em El Saler (zona de praia). O cansaço de fim de viagem (era a 17ª noite) e o desejo de não arriscar dormir em qualquer lugar (os guias não apontavam solução fácil) remeteram-nos sem qualquer frustração, para o Camping próximo, que todavia tem ao lado uma instalação policial dotada de um terreiro fronteiro, onde talvez fosse possível a pernoita. Porém não estva lá nenhuma outra autocaravana.

Jantar na vila próxima a 500 metros, em Ca Pepe, numa tarde suave, com vento rampante. Deita depois do footing de regresso, olhada nos mapas e guais para a ultima etapa seguinte, e sono pacifico e calmo num camping quase vazio, e ao mesmo preço do de Sanguli (26 euros) e sem metade da categoria, mas com piscina e sanitários limpíssimos.

Dia 9 de Junho, 4f

Largada depois do habitual restauro matinal e a seguir a um acordar de chuva tamborilante. nenhum piquete de passarada a cumprimentar-nos desta vez! Dia cinza mais uma vez, mas a ameaçar nuvens chorosas consistentes. Assim foi durante todo o dia, durante mais de seis horas consecutivas debaixo de chuva, e que nos acompanhou pelo caminho de Ciudad Real A3, A43, N430, com paragem para comer e reabastecer de gasóleo no El Pilar em Puebla Don Rodrigo. Raciones, Bocadillos e Cañas e Colas ao balcão, e foram-se 12€.

Travessadosiemnos e sucessivos campos de arroz, pujantes de verde, aproados a Portugal, ainda entrámos em Mérida, mas a opção de acelerar o regresso ao Alenquer Camping www.dosdin.pt/camping foi mais forte. E seguimos deslizando até Badajoz, para mais umas litradas de gasóleo na Galp (patriotismo claro) mas a preços de 1,07 contra os 1,19 lusos. E depois, sem História, auto-estrada ate ao desvio para Santarém, a seguir saída para a ponte velha de Vila Franca de Xira…e ai estava quase a vista o términus.

Foram um total com a última, 18 noites, 7.276 KM. A razão deste percurso só se compreende se for lido o conjunto das três etapas com a descrição dos porquês destas voltas e reviravoltas.

- Total Km 7.276, total noites 18: Mas valeu a pena. She and Me de semovente, revêm agora fotos e apontamentos de viagem. Para partilhar com família e amigos, e recolher dicas e sugestões que motivem para outras viagens e paragens, outros horizontes e experiências, incluindo a troca de opiniões no forum do http://www.campingcarportugal.com/  ou em mails directos dos nossos leitores, que se identificam, e  como tal tem sempre resposta garantida.

 A próxima viagem já sonhada há uns tempos (anos) é para a Sicília, lá para o fim de Agosto e inicio de Setembro. Quem sabe? Aqui ficam as ultimas fotos da Córsega e Sradenha...mote desta viagem e deste relato!


- Total de custos: cerca de 125€/dia incluindo ferries (4) e cerca de 90€/dia sem ferries.
- 16 Refeições na Autocaravana (além dos pequenos-almoços)
- 18 Refeições em restaurante
- 7 Dormidas livres, em estacionamento/parkings
- 6 Noites em parques de autocaravanas (só um, privado e pago 10€)
- 5 Noites em campings (mais caro 27€)
- Refeição menos dispendiosa 12€, e mais cara, 42.50€

sábado, junho 19, 2010

She and Me na semovente: 1 semana em Maio e Junho de 2010 na Córsega e Sardenha

Dia 30 de Maio, domingo

Saída logo cedinho do estacionamento dos PTT franceses para o Porto de Nice onde chegámos antes da 7.00, e logo na bilheteira aberta se decidiu do destino. Apanhar mesmo o barco das 7h, mais caro, um NGV, ou seja um navio de grande velocidade, (30 nós) na travessia Nice –Bastia em 4.30h e onde havia lugar, e cabia... a nossa semovente (que entrou todavia em marcha atrás).Vantagem, o ganho de meio dia de viagem, pois assim chegávamos a tempo de almoço já na Córsega, e tirava-se mais partido da viagem. Comprou-se pois o bilhete ida e vota com regresso dai a uma semana, e beneficiando dos descontos seniores (+ de 60 anos).

Viagem sem história, com passagem pelas brasas nos cadeirões tipo 1ª classe de avião, porém o balanço do mar encapelado não dava para trabalhar no computador. Avistaram-se vários golfinhos graciosos que acompanharam o navio, e desembarcados em Bastia, desde logo rumo ao caminho para St Florence (via Patrimonio) para descermos a costa poente, que apareceu entrecortado com desvios e paragens de uma prova ciclista, a primeira de várias que iríamos encontrar. Tempo desanuviado e com sol, e primeira impressão…parece a Ilha da Madeira de há uns muitos anos atrás… com zonas tipo Serra da Arrábida da península de Setúbal, ou do Cabo da Roca e Guincho.

Almoço na semovente ao lado de um francês, mesmo de chapa para o mar, sob o vento. De seguida rumo a Ilha Rousse. Estacionamento sem problema, e visita a feira do livro corso. Passeio pelas ruas medievais de peões, e compra do autocolante da cabeça de mouro, brasão da Córsega. Na Sardenha são 4 cabeças de mouro divididas por uma cruz vermelha. Mais uma diferença, na Córsega o mouro olha a esquerda, na Sardenha os 4 olham à direita…para Itália.

A seguir ainda para tempo de um banho na praia, surgiu Calvi. Bom estacionamento citado pelos guias de um parking frente aos supermercados Super U com espaço imenso, ao lado da pequena linha férrea, que basta atravessar para se ficar na praia da baia de Calvi, sob as muralhas do castelo e ao lado da marina. Um enquadramento recomendável, cercado de montanhas ainda com neve nos picos! Passeio pela cidade, e opção inspirada de um jantar num dos vários restaurantes da marina com oferta de bebidas borbulhantes de aperitivo. Tudo com entradas, prato principal e sobremesa, mais vinho etc. 42.00€. Justificados.

Depois à noite com o wi-fi ( com pen e roaming) a funcionar, trabalho de computador e expedição e leitura de mails profissionais, até o sono recomendar a noite de repouso.


31 de Maio, 2f

Acordar tardio (para os hábitos) mas repousado. Com movimentos de viaturas e grasnados de gaivotas pela oitava hora. Ventava, o que desarrumava constantemente as nuvens no céu cinzento. Noticia da rádio desesperançadas sobre o momento Europeu. Tempo para refazer consumos de mercearia no super, e depois as 9.20h, sol rompido, toma-se a rota para sul… com muitas curvas de estradas estreitas, e bordejando precipícios. Muitos motards, muitos biciclistas, muitos andarilhos.

Passamos ao longe sobre Porto. Muito bonito, mas de longe, pois a media horária andava abaixo dos 40km/hora, e pouco depois na zona de Piana e das calanches, o inevitável: estrada interrompida durante quase uma hora por impossibilidade de cruzamento de dois autocarros de turismo! Almoço na AC em Carghese.


A opção seguinte era ver os achados arqueológicos célebres da Filitosa, porém o caminho foi um autêntico tormento pois o GPS parecia desenraizado, e as tabuletas de sinalização pareciam ter sido colocadas propositadamente para desincentivar os turistas. Mas chegámos, sem problema em parquear, e fizemos a visita, que merece atenção interrogativa.

Mais em http://www.filitosa.fr/  Desde já se avança que na Sardenha o local de Su Nuraxi (classificado pela UNESCO) é muito superior, mas uns (Filitosa) seriam do alto neolítico (mais de 6000 anos AC, e os outros os (Nuraghi), mais recentes, da civilização das torres, já da época da era do bronze e seguintes, cerca de 1.800 AC.


Passo seguinte Ajjacio. Enorme! Movimentadíssima, com uma costa interessante, com uma população transbordante e impossível de estacionar a semovente, a não ser a mais de 3km antes do porto… Desistimos portanto, de pois de percorrermos a vai principal, a marginal e regressarmos pela via marginal.

Seguimos pois o passeio, sempre que possível marginando o Mediterrâneo: Propriano, Sagone e finalmente mais ao interior Sarténe considerada uma referencia típica corsa. Aqui num parking largo e fronteiro à cidade medieva, estacionámos mesmo antes de chegarem mais três autocaravanistas austríacos (simpáticos) que nos vieram logo brindar com aguardente (schnaps) num misto de inglês, alemão e palavras espanholadas… Mais tarde, chegaria um francês mais reservado e um italiano bisonho e distante.

Resolvemos visitar a vila e só jantar depois para aproveitar a luz do dia. Foi a escolha acertada! As ruelas por detrás da igreja têm um verdadeiro encanto e bem serviram de aperitivo ao jantar na semovente. Depois de mais umas tentativas de comunicação com os austríacos, bem sucedidas graças ao porto que oferecemos, e troca de impressões sobre os caminhos a seguir (viríamos a encontrar-nos em Bonifácio) foi dormir descansadamente.

Aqui ficam as coordenadas do parking:

N 41, 62012
E 8, 96956


1 de Junho, 3F

Saída de Sarténe após pequeno-almoço, e antes de mais ninguém, porque parece termos sido os únicos a despertar com as badaladas do sino local pelas 7.30h. Sol magnifico, céu azulíssimo, temperatura amena das melhores. Uma auspiciosa entrada no mês de Junho de 2010. Contratempo…o frigorifico começou a ser imaginativo…e a não fazer frio! Assim partida directa para Bonifácio a tentar uma oficina de reparação, o que se revelou impossível!

Então, plano B seguir para o Porto sob as muralhas imponentes acasteladas, e averiguar da ligação marítima para a Sardenha. Ok, barco às 12h para uma hora de travessia, e logo tomada de posição na fila de espera de embarque, logo autorizada, após o pagamento de quase 120€ (só uma viagem de ida).

Ficámos pois com tempo suficiente para subir a cidadela. Interessante! Espreitámos as escadas do Rei de Aragão, fotos feitas do mercado regional, da estátua ao legionário…e com a satisfação de tudo ser possível, sem as 3h de fila de espera que o guia do Routard previne para o mês de Agosto. Mas mesmo assim, gente por todo o lado! Na zona do porto debaixo da falésia e protegidos pela sombra, lá encontrámos no regresso os três autocaravanistas austríacos, que embarcavam só as 18h…. mas, esse era o único local gratuito e fácil de estacionar a AC para visitar a cidadela e os miradouros. Fica a dica.

Ainda comemos um croissant, comprámos queijo regional, calcorreamos ruelas e muralhas (algo a relembrar St Malo) e à hora, lá entramos no barco ferry rumo a Sardenha, para uma viagem rigorosa de 1h, até Sta Teresa da Gallura, deixando para trás as falésias de Bonifácio.


A chegada á Sardenha de imediato rumamos a costa poente, e logo ficaram as primeiras impressões distintivas da Córsega, em relação a mesma costa: melhores estradas, mais modernas, menos curvas e menos acidentadas. Mar batido, branco de espuma nas rochas, leitoso transparente em chão de fundo de areia, depois verde esmeraldino e a seguir em profundezas, lápis lazuli…

O almoço foi na primeira toca. Uma pizzaria que era restaurante e não servia pizzas (2 almoços 30€, com uma boa salada de marisco)…interessante a cerveja local, excelente, em conta e sempre servida em garrafas de 66cc (Ichnusa) normalmente pelo preço de 4€, e as águas com gás locais, de 1L em regra por 2€. A volta foi mostrando Castelsardo em bonita vista e com enorme estacionamento antes da vila, depois, mais para o interior Sassari, em que andamos pelo duomo (catedral) e Ruas de peões, a seguir Porto Torres, que não vale o desvio, e finalmente, a recomendada Alghero de influência catalã. Paisagem tipo sudoeste alentejano e áreas de Porto Covo.


Aqui optámos pelo parque de campismo, pois fica muito próximo da cidade ( outra vez a recordar St Malo) que visitámos de bus à ida, e a pé no regresso (1,5KM). O Camping estava praticamente cheio por dar directo para a praia, e para conseguirmos um lugar na primeira fila abdicámos de electricidade. Foi no Mariposa, por 26 € a noite, (banhos quentes, mas com 0.50€!) e onde jantamos e bem, na pizzaria do camping por 22,50€.

Bonita a cidade. Muitas ruas de peões, muitos traços medievais, excelente passeio marítimo amuralhado, muitos restaurantes muita gente animada. Visitamos a Igreja de São Miguel (cúpula bizantina) a duomo (neoclássica).

Noite calma, sob o marulhar das ondas ali ao lado!

2 de Junho, 4f

Depois do acordar e antes de sair toilette a AC, mudança de águas, despejo de cassete etc…e inesperadamente, registou-se a volta á vida do frigorifico, pois voltou a funcionar!

Rumamos então a Bosa, e pela estrada turística chegamos rapidamente a Oristano. Aqui ficamos surpreendidos pela cidade ampla sem trânsito, com estacionamento fácil em sítio central, e com o pouco movimento das ruas dada a hora! Lugar na esplanada do café Roma, junto à torre romana, até que….se percebe! era o dia nacional de Itália! 150 Anos da unidade italiana, feriado! Berlusconni em parada militar grandiosa e impante, em todas as televisões!

Ao circularmos a pé, damos de caras com a recepção municipal ao povo, com oferta de comes e bebes na esplanada da praça Eleanora…e somos arrastados para um copo e um espécie de pizza sandwich muito agradável, no meio de cívicos e militares que até posam para a foto!

Seguimos caminho pela auto-estrada gratuita para Cagliari, mas um importante desvio foi feito para Barumini, para ver o Su Nuraxi, ruínas espectaculares originariamente da idade do bronze mas depois sucessivamente aumentadas e modernizadas, pela ocupação posterior, e sob o domínio de uma colina distante do castelo da Rainha Eleanora (espécie de Joana d´Arc local), Vale a pena a visita com guia por mais de uma hora. Ora veja-se no próprio site da Unesco: http://whc.unesco.org/en/list/833  

Dois adjectivos: Incontornável e Indispensável.

Almoço no restaurante Cavalino, fronteiro ao estacionamento (que deve dar para pernoitar de Autocaravana também). Foi uma excelente experiência gastronómica sarda… petza imbinada (espécie de ensopado de porco com salada, e Sebada (doce em forma de pastel de massa tenra com queijo ricota dentro, limão e mel), Claro com pão local carasau (hóstia finas e estaladiças) e a inevitável litrada de cerveja regional sarda. Preço? 35,50€! Excelente. Recomenda-se!


Paragem e destino seguinte Cagliari, directos a um parque de estacionamento vigiado, próprio para autocaravanas, e para visitar a cidade. Preço 16€, perto da basilica de Sta Bonara, onde chegamos pelas 16.30h. Seguimos de imediato a pé para a cidade ( e regressámos de bus) e ai utilizamos o comboio turístico (trenino) para percorrer a a parte histórica confortavelmente: Câmara Muncipal, Bastione Remy, Torre de São Pancrácio, Bastione Stª Croce, Castelo, Porta dei Lione, e claro, a basílica de Sta Bonara onde decorria um baptizado teatralizado, em diálogo inquisitório aos pais da criança por um prelado convicto.

Jantar na semovente com um frigo hesitante no seu liga desliga, e antes de adormecer os acordes de uma banda de garagem em ensaios serviu de canção de embalar!


3 de Junho, 5f

Levantar tardio para She and Me! 8h! Sol quente, vento tímido esclarecido de nuvens durante o pequeno-almoço da ordem. Arranque logo para a costa nascente já subindo sempre por baos estradas, para o norte da Ilha italiana. Mas não vale a pena procurar a linha de costa como foi o caso de Muravera, ou mesmo de Nuoro, Olbia. Sim à costa Smeralda! Aliás o almoço na AC com vista para Costa, de mar azul lazúli e verde-esmeralda foi de eleição!

Entretanto e numa curva o GPS Tom Tom espalhou-se no chão, partiu o vidro táctil e finou-se tristemente. A partir daqui só pelo telemóvel e com a Lady Nokia GPS (telemovel) se teve alguma ajuda.

Fizemos lentamente toda a costa, sempre que possível seguindo a zoologia local: Cala de Volpe (raposa), porto Cervo (veado) Isola dei gabiani (Gaivotas) Porto Pollo (frango) até Palau. Tentámos ficar no camping da Isola, ligada com estreito istmo em ponte similar ao Baleal. Porém, estava cheio a transbordar o que é agravado pela desorganização italiana insular tipo prato de spagethi. Ficámos pelas vistas, e pela água do mar e pelo estacionamento público amplo.

Acabamos por seguir para Sta Teresa de Gallura, porto de chegada e de partida e arrumamos a semovente no anteporto. Não muito longe a pernoita de mais duas AC. Compras num supermercado ainda aberto, e a pergunta sobre o restaurante aconselhado…deram-nos dois, e felizmente que não agradando o primeiro, o segundo revelou-se uma solução providencial e gastronomicamente muito interessante. Foi o Azzurra, o escolhido -e outra vez marchou a sobremesa sarda, aqui com o nome de seada (e não sebada) com o queijo, o mel, o limão tudo dentro do pastel de massa… e também com um excelente pão carasau. Tudo a valer os 42.50€. Justificados.

4 de Junho, 6f

Acordados por corvos grasnantes as 7h num dia cinza, vento hesitante e fresco. Torradas de pão local de 5 cereais e soja, café, margarina, e pouco depois às 8h, estávamos a comprar os bilhetes de regresso com mais duas AC.

Travessia sem história, e mal chegados a Bonifácio, rumo directo a Porto Vecchio tendo entrado temerariamente em direcção ao centro da cidade de ruas estreitíssimas. Mas lá ultrapassamos com sangue e suores frios os obstáculos, e eis-nos no Porto de recreio e aqui, foi seguir directamente as recomendações de Jean Pierre Rossi…no fim do porto e marina…há um parque excelente e gratuito para se poder estacionar a AC.


Foi a partir daqui que voltamos a pé ao centro da cidade, bem simpática, e onde acabamos por almoçar numa esplanada com serviço bem correcto. E a seguir verificamos que num estacionamento de um supermercado próximo da marina teria sido também estacionar, e já fora da cidade no periférico, um outro hipermercado dispõe de um estacionamento mesmo adequado a autocaravanas… ao lado de outro vedado a estas (enfim, o que não se percebe nem se fazem Portugal!)

Passamos depois por Conca, e Aléria, apara aqui ver a importante zona de ruínas históricas de base romana, grega e fenícia. Mais uma vez vale a pena…. E com um parking que dará também para pernoitar!


Foi tempo então de seguir para o interior e depois da ponte velha do Tavignano, visitar a capital emocional da Córsega -Corte! Aqui fácil o estacionamento num parking (Porette) onde já estavam enfileiradas outras autocaravanas, incluindo uma espanhola (!). Lá subimos a cidadela, mesmo ate ao belvedere, e fomos beber um copo a praça do general Gaffori, visitar a estátua do General Paoli (herói da efémera independência Sarda) e demais ruelas e escadarias históricas.

Jantar na semovente, e dormida ali no parking nas coordenadas GPS seguintes (nokia dixit):

N 42º 18´, 02,50´´

E 9º 09´, 10 48´´


Dia 5 de Maio, sábado

Acordar no sopé de Corte as 8h e com Sol a jorros! Quente! Céu Azul límpido, e chilreios dispersos de passarada não identificada. O Frigorifico mantinha-se esperto e a fazer frio.

Saímos em direcção a Ponte Leccia, depois a lagoa de Biguglia e Bastia…ida ate ao porto para avaliar da hipótese de uma antecipação de regresso ao Continente. Nada afeito, barco cheio, Fica então a AC num estacionamento e passeio pela cidade. Interessante: Igreja de São roque, mercado ao ar livre, Igreja de Nª Sra da Conceição, Igreja de São João Baptista.


Regresso a praia a sul de Bastia em Arinella, onde existe um camping em obras. Paragem fácil da AC junto a um restaurante e bronze e banho de mar. Depois observância de mais um conselho de Jean Pierre Rossi…o Camping San Daminiano, mais a sul. Excelente, com acesso directo a paria, bons sanitários, restaurante associado também na praia, piscina, supermercado moderno, área de serviço para AC…sombreado e com locais disponíveis. Lá ficámos! E desta vez não se abriu o toldo (de facto despesa inútil, tem razão o Dematos, pelo menos para a Europa, e tem também razão o Haddock para Marrocos) mas sim senhor, mesa e cadeiras de fora, para uma mais agradável refeição de jantar numa temperatura outdoor convidativa.

Depois da janta volta a pé até ao restaurante com musica rock ao vivo e depois o sono dos justos com o prazer de dormir de janela aberta sob o pinhal sem mosquitos!

Dia 6 de Junho, domingo

As rolas desenrolaram o seu arrulhar para nos acordar pelas 7.30h. Sol outra vez a jorros. Céu azul sem nuvens, tempo de verão confirmadíssimo com o mar afazer-se ouvir.

Mais uma parte da manhã em praia, e banho, frente ao Camping! E depois, toilette da AC, águas, sujas trocadas por limpas, cassete despejada, etc.

Depois foram 15 minutos até ao Porto, entrada na fila de embarque conforme recomendação 2h antes da largada só às 13.30. Entrada no ferry NGV de frente, mas em ultimo lugar e depois saída em Nice às arrecuas….Viagem com mar chão, mas sem golfinhos, em dia límpido e com vistas soberbas sobre o Cap Corso e ao longe, a ilha de Elba.

Chegamos a Nice as 18h e rápidos fomos logo a Antibes reabastecer de gasóleo no Super Carrefour ao preço de 1,119. Retomou-se então a auto-estrada e foi de rumo seguido ate a saída para Frejus e daqui pela corniche d´or até Issambres, Chez Marcel (parque de autocaravanas já usado no ano de 2009). Excelente localização frente ao mar. Havia lugar no III anexo para onde na falta de Marcel nos levou o Jacky, pelo preço de 10€ com direitos a sanitários e serviços para a AC que não foram necessários.

Era tempo de encerrar a segunda etapa da nossa viagem com um jantar fora da AC, no restaurante Terrace, vizinho. Moules, pizza calzone, Vinho rosé, tudo excelente, excepto a invasão alada de mosquitada. Durante o jantar acertos telefónicos com a família, em Porto Salou a sul de Tarragona; ok, o dia de anos será celebrado amanhã!

E assim se foi o dia e a semana, com as boas recordações da Córsega e Sardenha levadas para debaixo dos lençóis.
proximo texto, III etapa ( o regresso)