Não é normal aparecem publicadas nas publicações portuguesas análises de apreciação de autocaravanas. Nem test drives. Por um lado porque não existem publicações especializadas com dimensão para que o possam fazer. A versão (traduzida) em Portugal de Autocaravanas Camping y su Mundo...é incipiente, o Boletim do CPA não tem espaço, nem colaboradores disponiveis para todas as suas funções, na Revista do ACP, népias para o autocaravanismo, e as demais revistas do mundo automóvel, devem emtender que as autocaravanas são ovnis de outro planeta. Quanto aos fabricantes...não fazem relações públicas deste género junto dos jornalistas, não tem viaturas para test drives, nem sequer vaituras de serviço. A publicidade apenas é em globo ao produto "autocaravana" (como no recente suplemento da Visão).
A solução está nas revistas estrangeiras, nos fora (não é erro, é o plural de forum), nos sites pessoais (poucos em Portugal) e nos blogs (ainda menos em Portugal) que se dediquem a estes temas do autocaravanimo, que mesmo assim pelas almas mesquinhas e fundamentalistas são acusados de publicidade, quando por informação se divulgam aos interessados...Claro que assim a emulação positiva não funciona, e esta censura ainda mais empobrece o meio autocaravanista português...
Pois....e portanto...
Assim entendemos fazer uma análise do modelo perfilado da Knaus em referência...o TI, 700 UFB.
Porquê? simplesmente porque acábamos de permutar a viatura existente Knaus Eiffland Capucine 650, de 2003 em Fiat Ducato 2,8JTD de 127CV, por esta nova viatura, e porque entendemos que partilhar informação é um sentimento socialmente util e responsável para a tribo dos autocaravanistas.
Mais ainda, porque a audiência deste Blog (ver estatisticas) assim o impõe por consideração para com o seus visitantes.....E ainda, porque estando em vésperas de uma viagem a Dinamarca e a à Bélgica, mista de trabalho profissional e de lazer, havera condições para um completo test drive.
As primeiras fotos que ilustram este texto são da Revista Camping Car Magazine, nº 187 de Fevereiro de 2007, que não vamos traduzir nem adaptar, porque para tanto nos falta a imaginação, e porque o modelo em referência não é igual ao analisado, e não é só na cor, que tem um azulado bem simpático. Por um lado, tem extras diversos, o preço também é diferente (ver campanha da Primavera da Marcampo em www.marcampo.pt) e o motor, sendo Renault Master, não é nenhum dos novos 2500 DCI de 146CV, ou de 120V, mas o anterior 3.000 DCI de 140 CV, e daí custar menos 2.240€ de tabela (?!).
Ora bem, comecemos então pelas características principais:
Em movimento...no arranque...do Semovente.
A primeira sensação é de potencia de motor, e ao mesmo tempo de suavidade. Sentem-se os 3000CC e os 140 CV, sente-se ainda mais a capacidade de a baixo regime desenvolver potencia, e assim abaixo dos 80 Km/hora pode-se andar em 5 velocidade (ao contrario do motor Fiat Ducato 2.8JTD). Agradavel também é a facilidade de constatar como rapidamente se pode meter a 6 velocidade ( uma novidade) e mante-la a velocidades relativamente baixas...80/90 e ate a menos que as 2000 rpm. Para além do motor, decerto que por ser uma perfilada em vez da capucine a que estavamos habituados, a flexibilidade de andamento é evidente, e este factor conta na aerodinamica da viatura e do seu CX.
Estranha-se o travão de mão...que tem dois tempos... estranha-se também, a ausência de óculo traseiro...vamos cegos atrás... e o retrovisor serve só para a maquilhagem do co piloto...e o rádio instalado, Grundig dos básicos sem CD, é suficiente...Quanto a gavetas de arrumações, para mapas, guias e demais acessorios há-as com fartura. Positivo também são os comandos do banco com mais um manipulo que o do Fiat Ducato. Visibilidade boa...mas a adaptar, menor que o vidro do Fiat... o volante é identico, tamanho pizza familiar.
Primeiro passo, meter combustivel. O depósito tem 100 litros...pelo que como a proxima etape prevista é uma saida por Vilar Formoso, a caminho de França...com o gasóleo por lá a menos 10 centimos que aqui...só se encheu meio depósito, que esperemos dê para ir ate a fronteira, e ai encher...e ir até para lá da fronteira francesa...portanto, convirá atestar antes de cruzar aquela fronteira, para pelo menos chegar a Paris com gasoleo espanhol...
Os primeiros 40km sem historia. Arranque do parque da Marcampo no Colegio Militar, gasóleo na Galp da 2ª circular (claro com desconto de 5 Cents do talão Continente), auto-estrada até ao Alenquer Camping, boa nota para o motor na subida dos socalcos, e estacionamento. Aqui notam-se os mais 60/70 cms de comprimento que a Capucine, mas nada do outro mundo. A autocaravana é mais baixa (não precisa de degrau suplementar) tem o porte-a-faux longo...a ter em atenção em lombas e rampas...
Mas desta vez não deu para o parking test...a antena e a televisao parecem funcionais, o toldo Fiamma tambem (extras), a verificação do painel de controle de electricidades e aguas está mais simplificado, a cassete do WC é de menor dimensões que no modelo capucine...e a alavanca da agua cinzenta para escoamento nao levanta problema, o pneu sobressalente...esta lá para o meio da viatura...nem sei como de lá o tirar...a mesa por detrás da condução é funcional e basculante, facilitando a circulação cabine/habitáculo e para transformação em cama estreita...para dois miudos(?) ou um adulto. Note-se que o livrete português permite 4 lugares. O frigorifico é inteligente na selecção das fontes de energia, e gigante...150L.
Ah!...falta acrescentar que para fechar ou abrir os vidros, usa-se o comando electrico, e que o fecho de portas é de comando na chave, coisas inexistentes na mais espartana Fiat Ducato da Capucine Knaus de 6,50.