quarta-feira, julho 05, 2006

overnight raid a Cabo Verde....(Sal e Praia)


Então é assim:
Afazeres profissionais em Lisboa determinaram a necessidade de uma viagem de trabalho relâmpago a Cabo Verde.
Preparação a mínima, (sem esquecer o visto, que apesar de tudo se faltasse, se obtinha à chegada, no aeroporto) pois o importante era mesmo o desenvolvimento in loco, pessoa a pessoa.
Lá fomos domingo a noite, para duas reuniões consecutivas na Praia, e depois com regresso agendado para madrugada de segunda, já na terça feira. Porém a odisseia teve mais horas que dias, e de turismo fica o magro resultado destas fotos que se anexam. (da praia, do artesanato, da piscina do hotel e de um restaurante)

O filme começou logo a ser a preto e branco, à partida de Lisboa. O avião escalado dos TACV avariou. Portanto saída atrasada e em avião fretado, mas a surpresa maior estava na chegada ao Sal. Não, não seguimos, como programado, no mesmo avião para a Praia. Ficamos a aguardar o transfer em avião a hélice...e só na terceira viagem de ida e volta Sal/Praia é que voamos para a Praia... eram 7.30h, pelo fuso GMT que estava a cama à vista no Hotel Trópico do Grupo Pestana.
Tempo de exasperação no Sal...cerca de 6 horas...um tormento! O aeroporto moderno e cómodo não deixa de ter capacidade insuficiente para responder às necessidades pressionantes do turismo...apenas três exemplos, a máquina automática de dinheiro, estava esgotada, ( e a loja de câmbios fechada) , a menina dos gelados insistia que o preço dava direito a duas bolas, mas do mesmo paladar, foi impossivel convence-la a vender duas bolas de paladares diferentes....com mais turistas, mesmo sem formação vai certamente perceber que a regra administrativa vai ter que ser alterada...e finalmente, não se justifica que passageiros em trânsito, tivessem que fazer um duplo check in para seguir para a Praia, e na mesma fila que recebia os passageiros novos, sobrecarregados de malas.

A manhã de segunda ficou pois estragada, até a bruma e o vento desorientou qualquer mergulho na piscina, e os encontros previstos foram desencontrados e o almoço contrariamente ao previsto acabou por ser no Hotel....uma palavra de louvor ao Director Jorge Xavier, e ao nível da cozinha, onde comi a melhor sopa alentejana do século XXI, com bacalhau esfiado, e um arroz de marisco (de monte e mar) de cinco estrelas. Entre os comensais a nata do acaso permitiu identificar um presidente de um Banco de Cabo Verde, um administrador de um Banco Português, um deputado empresário de Angola, um ex- Secretário de Estado do Governo Português, etc, etc..

De tarde, o trabalho até as 17h e a confirmação de que Cabo Verde exporta pedra para a Gâmbia....como noticía a Revista Iniciativa, Abril de 2006, pag.68. (ver foto de uma pedreira).
A viagem à volta da cidade velha e seus arredores permitiu ver a explosão de construção habitacional popular, de blocos de cimento, de contornos clandestinos e inacabados (ver foto) Entretanto uma passagem pelo Hotel para mais um encontro remarcado, traz a segunda surpresa desagradavel. O voo de regresso directo Praia/Lisboa das 2.30h da manhã tinha sido adiado....para as 20.30h. Impossível aceitar essa solução face a compromissos em Lisboa, e então no clássico desenrasca, malas ao colo, rápido rumo ao aeroporto, e parlamentarização da crise no balcão da TACV. Lá se encontrou a solução....remarcação de bilhetes, imediato embarque no voo das 18h para o Sal (avião na pista a aguardar o check in de malas na mão) e depois, bilhetes para Lisboa no avião da TAP das 1.30h da madrugada! foi o melhor que se pode arranjar. Lá apanhamos o avião a hélice de 47 lugares, e com luz do dia voamos os 35 minutos entre a Praia e o Sal.

Mas o melhor mesmo, foi o jantar logo decidido à chegada ao Sal, perante a ameaça de mais outras 6 horas de espera no mesmo aeroporto num quadro de apenas 24h.
Quem decidiu o onde, foi um taxista de ocasião e decidiu bem, na zona do turismo explosivo do Sal, ....o Olho de Agua em Sta Maria (Odjo d´ Água Hotel e Restaurante tel. 422117), sobre o mar, com duas praias privativas , decoraçao a condizer com o ambiente marítimo...tubarão vigilante (ver foto).

O Ambiente excelente, sem janelas, em ampla varanda, mar ao fundo, música ambiente de tipo tropical afro-luso-brasileiro. Foi um festim...cracas, polvo, percebes, lagosta, peixe serra, atum fresco, cerveja, ananaz, banana flambé, e café, (só evitamos as lapas) e tudo por um preço sem rival em Portugal, talvez pela metade, pela qualidade e quantidade...foi a recarga de boa disposição adequada para a espera no aeroporto, o segundo check in, em fila indiana, apesar de só se ter bagagem de mão, e depois a espera final na zona free shop, com artesanato e produtos desinteressantes, à excepção da música local.

A viagem sem histtória, serena e eficaz, a sono solto, acabou pelas 8h na Portela e aqui, a chuva miudinha dos 8 graus sepultou os incidentes menos agradáveis deste raid. Esperemos que da próxima vez não haja atrasos de avião... e haja mesa no Odjo d´Agua!

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