(em vila nova de Mil Fontes
Circuito de autocaravana de 3 noites: Alenquer, Vila Nova de Mil Fontes, ZMAR (Odemira), Portimão, Silves, Vilamoura, Pego do Altar.
Domingo de eleições legislativas de 2009, 27 de Setembro. Dominical e familiar almoço também, e uma semana de trabalho pela frente não excessivamente sobrecarregada, e por isso, pretexto para mais uma sortida curta de AC.
Domingo, 27/09/09
Saída portanto de São João do Estoril para Alenquer, pelas 15h, depois votar, e a essa hora a percepção do valor da abstenção que se veio a registar, e logo de seguida aparelhada a semovente, lá saímos para uma volta de cerca de 850Km, como sempre com o objectivo de rever amigos, e de conhecer coisas novas, e desta vez forma: ZMAR, SILVES e PEGO DO ALTAR.
Seguimos pois e sempre serenamente pelas nacionais, com travessia da ponte de Vila Franca de Xira, driver e co-piloto, sem pressas e com o depósito ainda com KM a fazer com inocente gasóleo espanhol, e a noite foi caindo até afogar o sol no mar, lá para as 19.30h, quando chegávamos às beiras de Vila Nova de Mil Fontes, sempre com pouco trânsito e escassas noticias sobre as eleições. Mas na paragem num super, para complementar o jantar em casa da amiga Isabel, chegou o telefonema revelador da sondagem da Católica com a estimativa de resultados, que mais ou menos foram os finais.
Pois lá jantámos de TV ligada, e por lá ficamos até estar tudo esclarecido pelas 23.30, e seguimos para a deita na AC estacionada (bem) numa rua sem saída, perpendicular à principal e já velha conhecida.
2F, dia 28/09/09
Registo no caderno de viagem moleskine de capa preta: - acordar pelas 8.45h, compra de leite em falta, e desta vez de um jornal diário, e depois o pequeno-almoço. Depois de vagar rumo a sul, e pouco depois no painel de sinalização para Zambujeira e Cabo Sardão, uns escassos 4K antes de Odemira, viragem à direita…e logo adiante viragem à esquerda para o perímetro ZMAR.
Porquê o ZMAR? Ora, porque este verão foi precedido de noticias publicitárias do arranque de um camping e parque hotel de caravanas, ecológico, inédito e com espaço para autocaravanas, e depois após a inauguração a quase unanimidade de que se tratava de um estaleiro de obras! Basta ler os fóruns do CPA e do CCP.
Ora por aqui, na Newsletter é ver para crer, e divulgar o que foi visto, e daí a visita de alto a baixo no local. Quem prefere a Web e a visita virtual pois ela está aqui para todos:
http://www.zmar.eu/Comecemos desde já pela conclusão que tirámos ao fim de quase duas horas de vista guiada, e em carrinho de golfe, pela simpática bióloga Rita Bataglia: ZMAR é um aldeamento turístico com características de Resort internacional, com aspectos inovadores no domínio ambiental, instalado em 80 hectares, e em plena concretização do seu master plan, embora já em funcionamento.
Não é, nem um hotel de caravanas, nem um parque de campismo, nem uma área de serviço para autocaravanas, embora contenha no seu perímetro também um espaço para campismo, bem infra-estruturado, e onde se pode acampar de autocaravana, de caravana e obviamente de tenda. Pela importante dimensão o investimento foi seleccionado para co-financiamento ao abrigo do programa PIN, veja-se:
http://sao-teotonio.blogspot.com/2009/02/zmar-um-empreendimento-beira-mar.htmlOs aspectos positivos são vários:
Dispõe de área bastante, urbanizada com preocupações ambientais, tem um sistema de etar próprio, de tratamento de residuos e de reciclagem de águas, a ocupação do solo está bastante dispersa, tem equipamentos lúdicos e desportivos diversos e com alguma inovação, tem capacidade de crescimento significativa, e está localizado fora da pressão da orla costeira.
Por outro lado, a oferta de gama superior contempla um espectro alargado da população portuguesa e reúne também potencialidades para atrair turismo de países do norte da Europa, e todo o ano, pelas estruturas cobertas de que dispõe
.
Aspectos negativos também há, o principal estará na denominação enganadora eco-camping resort. Porquê o Camping? E a inclusão da expressão Mar na designação Porquê Mar? Se este está a mais de uma dezena de km de distância. Bem pode dizer-se que as características positivas do projecto dispensavam estes dois artifícios…só para inglês ver, tanto mais que os preços se situam numa faixa supra camping.
Falta então responder a uma pergunta: Que pode levar um campista, caravanista ou autocaravanista ao ZMAR?
Em primeiro lugar pode frequentar o resort adquirindo um cartão de 10€ convertíveis em consumo, como visitante (e não para acampar) por exemplo, para almoçar (custo em self service na faixa dos 12/15€), ou para se abastecer no excelente supermercado…e seguir viagem, e se ingressar no clube ZMAR (em constituição) poderá até utilizar a piscina de ondas coberta durante todo o ano, ou os salões de desporto , campos de jogos de paddel, ou mesmo o spa, banho turco, massagens, ou os vários ginásios de fitness.
Em segundo lugar - em especial se tiver filhos - poderá fazer um acampamento no local próprio e usufruir em família dos equipamentos do resort (incluindo a casa da criança) que suplantam os de qualquer parque de campismo de luxo. Evidentemente que um casal de autocaravanistas, não itinerante compulsivo, bem poderá descansar na sua AC na zona de camping se tiver, na estação alta 50€ diarios durante o período mínimo de 5 noites…
Actualmente, na época baixa (Outubro a Março) pode o AC, caravanista ou campista, só lá ficar uma noite e agora então por 20€…com direito a electricidade, entrada nos ginásios, internet em wifi, piscinas etc.
Portanto, balanço positivo, e esperemos que o empreendimento deixe as muletas (de que não precisa do MAR e do Camping) para vingar como aposta turística positiva mas sempre com risco, embora calculado.
Quem não é campista tem bungalows de madeira e enquadramento de interesse variável, e de dimensões também variáveis bem equipados, desde wifi, frigorifico, micro ondas, TV plasma, telefone, ar condicionado etc. por preços que oscilam entre os 80€ diários até os 240€ na estação alta.
Feita a visita, tirados apontamentos e fotos, ficam estas e os links à disposição de quem se queira aventurar a uma experiência no ZMAR que cada vez mais está ajardinado e com relva verde!
Por nós, desta vez fomos visitantes, quem sabe quando voltaremos como utentes, e de AC?
De seguida, prosseguimos para sul com o objectivo de almoçar em Vila do Bispo. No bolso duas sugestões: A Adega do Careca e o Correia. Começamos pelo primeiro, sentamos e tentamos encomendar pela lista…Esforço inglório, e ao fim de três tentativas foi levantar e sair porta fora, tal a insipiência do atendimento.
Felizmente o Correia estava aberto (só fecha aos sábados…e nesses dia é ir ao Mexilhão ou à Eira do Marisco, mas não, e nunca, à tasca do Careca) que fica de quarentena por 40 meses.
Pois o Correia (fica ao lado do Correio) mesmo junto à Igreja e à praça principal merece o registo positivos e a recomendação: excelente atendimento, excelente confecção (ensopado de lulas recheadas e outro de coelho), queijo e vinho da casa, Borba branco de eleição, e preço final 30€ o casal.
A viagem prosseguiu reconfortada, serena e tranquila com travessia de Lagos ( a marginal continua em obras) e depois uma paragem na Meia Praia num restaurante no areal para beber um café, e ficar em descanso a ler um livro (Diários de Viagem de Eduardo Salavisa), de muito interesse para quem escreve os seus blogs, tira as suas fotos e escrevinha os seus apontamentos.
Depois deste coffee break, de sequência, a ida levou-nos até a Praia da Rocha para rever os amigos Rui e Berta, e estar numa esplanada a volta de uns copos a trocar impressões sobre tudo e nada, até serem horas de jantar com familiares no Carvoeiro… com o seu centro mais beneficiado para peões e todas as lojas abertas em grande animação turística com muitos estrangeiros.
A AC lá ficou estacionada sem grande problema durante o tempo do jantar, e acabado este, foi o regresso à praia da Rocha para o estacionamento de pernoita já recenseado neste blog, e que fica na avenida principal, fronteiro ao estabelecimento LUAR, numa zona expectante de urbanizações de apartamentos….por lá várias autocaravanas, holandesas, francesas e alemãs mas só a nossa, portuguesa.
3F, 29/09/09
Alvorada com gaivotas em terra a grasnar, céu inconsistente a choramingar pingos de chuva, sol a intrometer-se entre nuvens cinzas.
As torradas ficaram adiadas porque o gás esgotara-se durante a noite, silenciosamente, por isso foi de seguir viagem até a estação de serviço da marca espanhola (por acaso) e só depois do reabastecimento de gasóleo e de restabelecimento do nível do depósito de agua na estação da marca portuguesa (intencional).
E foi logo seguir caminho até ao destino desta mini etapa: Silves uma das mais arabizadas cidades portuguesas! O pequeno-almoço foi pois já no novo, excelente e amplo parque de estacionamento frente ao Clube de Futebol, onde aliás pernoitara outra autocaravana.
Passos seguintes sob chuvinha até ao posto de turismo, para recolher informação e depois pedestres, ao longo do Rio Arade até ao Mercado, travessia do interior do Mercado e subida de encostas…até ao Museu Arqueológico ( e visita que vale a pena) depois até a Igreja da Misericórdia, depois à Sé (em obras mas visitável em parte), depois ainda mais acima ao Castelo, com volta completa pelas bem conservadas ameias e torres de vigia, até que, ufa…paragem para beber café e pausa num dos vários estabelecimentos em honra de D. Sancho…com empregada brasileira.
Era tempo de descer para a Fábrica do Inglês e visitar o Museu da Cortiça, curioso espaço, para finalmente, outra vez ao longo do Rio, com mais detença na Ponte Romana e nos barcos que trazem os turistas fluviais Arade acima, a partir de Portimão, recuperarmos a semovente e regressamos a Portimão.
A ideia foi para almoçar sardinhas assadas quase debaixo da ponte, no amplo terreiro modernizado e com restaurantes agora em banda contínua, todos iguais, todos de chapa 1 modelo ASAE a perderem tipicismo e fumo de carvão, quiçá a ganharem em higiene e cumprimento de normas.
Pois foi aí mesmo, na zona ribeirinha entre-pontes, num deles – Ú Venâncio - 8 sardinhas, salada, batata 5,50€…pois foram então no pedido 16 sardinhas, mais o vinho, o queijinho, o pão o café etc. Tudo por escassos 25€.
Depois o passeio ao longo dos cais a esmoer, a espreitar estátuas modernas em exibição e depois as perguntas as bancas de barcas de visita às grutas e passeio pelos mares…preços variáveis mas o tempo nebuloso como um discurso presidencial, desaconselhou. Ficará para a próxima.
A seguir foi aprontar o resto do dia para mais um outro jantar familiar, desta vez em Vilamoura. Calmamente, rumo a oriente... de Portimão a Quarteira e Vilamoura. Aqui a AC ficou estacionada, onde sempre ficamos, num parque quase privativo das urbanizações da marina, local oculto a profanos, para darmos uma volta a pé que nos levou a esplanada no areal da praia dita de Porto Galinhas (do grupo D. Pedro, com café a 2,20€) depois ao Casino, onde a consorte resolveu alimentar a moedas as máquinas esfomeadas e super coloridas que têm vindo a substituir as velhas slot machines.
Entretanto, mais chuvinha, e por isso nos intervalos íamos progredindo ate encontrar a florista para levar para o jantar a flor devida à Flor de tia, nossa convidada nesta noite.
Eram entradas no relógio as horas aprazadas, tempo de muda de roupa, de after shave, e depois da audição do monólogo presidencial, foi esperar pelos primos, e de carro rumar à catedral gastronómica da Quarteira que dá pelo nome de Marisqueira Jacinto, na Av. Principal (Sá Carneiro) … não há superlativos que cheguem! Serviço 5*, qualidade 5* , preço 5*.ambiente da sala interior para quem fuma, 5*. Tudo bem numa refeição digna de quem a mereceu.
Mas não ficámos por aqui. Mais um café para uns, águas para outros e irish coffee para quem quis, e a conversa prolongou-se sobre a galeria ATT, de obras de arte (pintura principalmente) que se inaugura este próximo fim-de-semana na Meca dos artistas, que é São Lourenço.
Só depois, já a noite encostada na madrugada, é que regressamos a AC, para uma noite encalorada e tranquila.
4F, 30/09/09
Sol a jorros (mas durou pouco tempo) azul límpido) mas depois desapareceu turvo) e temperatura em alta amena. Isto às 8.30h.
Era dia de regresso, e por isso depois do pequeno-almoço atafulharam-se as malas e sacos com roupas e outros pertences para levar para casa, e feita a limpeza, rumo ao Norte. Sempre pelas nacionais, sempre ligeiros e sem pressas.
Em Alcácer do Sal, a viragem para Pego do Altar. Era tempo de conhecer esta barragem e este local tradicional entre autocaravanistas, mas onde nunca tínhamos ido.
O percurso é simpático, muitas vezes ao longo do canal de rega dos arrozais. O local estava bastante completo com vários autocaravanistas em auto campismo (isto é, toldos e cadeiras fora das AC e roupa a secar) maioritariamente estrangeiros, com ar de longa duração residencial…perante um dia outra vez de sol, e face a uma barragem muito vazia.
Compreende-se porquê. O local fica fora das rotas turísticas habituais, no local há um restaurante (que estava fechado) mas há também sanitários com chuveiro, e portanto possibilidade de abastecimento de agua às AC, e de despejos, tudo gratuito…e quem sabe se a pesca no local é compensadora!
Fizemos as fotos que ilustram a zona, e regressamos ao eixo principal rodoviário para um almoço em Aguas de Moura, no Chaparral com doses a 5€… uma de frango grelhado e outra de costeletas panadas, e assim, com vinho, sobremesa, pão e azeitonas a festa ficou e bem, por 15 euros.
O resto não tem história, sempre para Norte, direcção a Pegões, Vila Franca de Xira e Alenquer. Aqui, troca de viatura, e regresso a penates, a São João do Estoril. Regresso aos mails, ao computador e à preparação de uma reunião profissional para 5F e seguintes…a tempo de assistir a mais uma deliciosa sessão dos Gato Fedorentos!