terça-feira, junho 20, 2006

A ponte em autocaravana dos três arcos de Junho de 2006

De Porto da Luz (Alenquer) a Alicante (Murcia) e volta

Para já uma pequena primeira explicação: O Alenquer Camping, ponto de partida, situa-se no dito concelho junto à povoação Porto da Luz (Km 94 da EN nº 9) e Alicante, é a cidade da Luz também (a Lucentum dos romanos)
Segunda explicação, os três arcos da ponte referem-se a segunda feira dia 12 (entre domingo 11, e dia 13 (feriado em Lisboa) dia 14, uma 4F, entre o dito feriado e o dia santo de 15, e finalmente o terceiro arco de 6F, dia 16 entre o dito santificado dia 15 e sábado...uma semana boa para os AC!
Explicado o simbolismo da Luz, e do significado do número três, desocultemos a viagem rumo ao oriente, até aos profanos!


Esta crónica de viagem por 9 dias (ou oito noites) entre Portugal e Espanha, mais concretamente entre o Algarve e a Andaluzia, indo até Múrcia, é desta feita apresentada de modo a responder às questões mais estatísticas e numéricas que alguns leitores deste Blog, e amigos em geral questionam a propósito de uma viagem em autocaravana, designadamente quanto a custos, programação de km diários, dormidas e comidas etc. Assim começamos por fornecer alguns dados quantitativos, sem prejuizo de um relato factual e de fotografias ilustrativas que se juntam em outro post, ou de respostas a questões directas concretas para o mail camping@dosdin.pt

Atenção: NÃO HÁ COPY RIGHT: textos e fotos são de reprodução antecipadamente autorizada, com a simples indicação da autoria, da fonte e do link para este blog!

Dos dados estatísticos


Assim e com a maior transparência e objectividade os dados ao dispor relativamente a este periplo são os seguintes:

- equipa: dois adultos

- equipagem: Knaus Eiffland, em motor Fiat Ducato 2,8JTD, matricula de 2003, e na partida com 37.334 Km.
- duração, 9 dias ou 8 noites, entre dia 8 de Junho (5F) e dia 16 (6F)
- total de Km 3.101, média 344Km/dia.
- despesa total, 840,97 euros, ou seja 93,44 euros/dia
- despesa em gazoleo, 327,93 euros, ou sej
a 36,43 euros/dia e 0,27 euros/km
- média variável, entre os 10,15L/100Km (povoações) aos 12L/100KM (autoestrada
a cerca de 100/110K/h, e em estrada, consumo de 11L/100k à média de 80/90K/h. Acima dos 120KM/h o consumo ultrapassa os 12,5 até aos 14L/100k a velocidades superiores).
- portagens, evitadas sempre que possível, e estacionamento pago idem, no custo total cerca de 10 euros.
- dormidas, sete noites em camping e duas noites em livre, total 136,75 euros, média por noite paga 19,53 euros, sendo de notar a aplicação de tabelas de estação alta, e o não consumo de electricidade senão em dois casos.
- refeições, a maior parte das vezes em restaurante, num total de 270,02 euros, preço médio por dia 30 euros em refeições/cafés. Todos os pequenos almoços foram tomados na autocaravana.

- natureza da viagem: passeio e vistas de panoramas, cidades e praias. Não foram feitos gastos de entradas de museus, transportes públicos ou circuitos.
- Critério de refeições, o normal em restaurantes de beira de estrada ou com menus turisticos. (foto do restaurante do centro comercial Eroski, Málaga/Velez)


Nota: Como resulta dos dados expostos, o custo diário depende fortemente das três componentes: kilometragem feita, refeições em restaurante, e dormidas em camping, todavia, a média diária minima da despesa de 40 euros para duas pessoas, apontada pelos autocaravanistas mais experientes, dificilmente se poderá reduzir sem grave sacrificio da qualidade do lazer/férias. Anota-se que não se contabilizou o custo de aluguer, prestações ou amortização do veículo, ou do seu recheio (sacos camas, pratos, stock de mercearias, etc) e demais despesas acessórias, como sendo as inspecções periódicas, revisões, seguros, para além dos consumos de desgaste, como gaz, pneus etc. No nosso caso, (autocaravana com 3 anos de idade) a título meramente indicativo assumimos esses valores em cerca de 100 euros/dia, para uma utilização média de 45 dias/ano.

Da viagem

Dia 1, 5F, 8 de Junho de 06

Saímos do Alenquer Camping como é hábito (www.dosdin.pt/agirdin), ao fim de manhã de 5f, dia 8 de Junho, para nos anteciparmos ao movimento de estrada em direcção ao sul que estava prometido pela sucessão de feriados e pontes. Pelas 11.45h saímos da autoestrada em Vila Franca de Xira, que enquanto durarem as obras da nova ponte e acessos de auoestrada na zona do Carregado é o itinerário que se recomenda para evitar as estradas de desvio. Seguimos depois sempre pelas estradas nacionais após cruzar a ponte de Vila Franca.

Primeira paragem para por gazóleo em Alcacer do Sal, no posto do Intermarché que se encontra seguindo a direcção camping, pela estrada velha. Atestamos ao preço de desconto de 1.02/L, e pouco depois de cruzar a velha ponte logo do lado direito no antigo restaurante Gino, paragem para reabastecer estomagos no actual Senhora de Santana (tel 265622344). A opção foi para uma sopa alentejana para dois, servida com bacalhau (16 euros), doce de pinhão, ½ vinho da casa, entradas de couvert...tudo, 33,40€.
Bom ambiente, bom serviço, boa qualidade, bom lugar de estacionamento, quem sabe até para pernoitar. Uma BTS em potência!

De seguida e sem história, o descer para o Alvor na mira de um mergulho, mas o levante estava forte e o vento não aconselhava o despe veste. Assim com a AC (o semovente) estacionada junto ao passeio marítimo, uma volta pela vila cada vez com mais restaurantes e um ar de verão omnipresente. Ainda se equacionou uma dormida em livre junto ao complexo desportivo, mas era cedo, não havia ninguem parado (embora houvesse AC estacionadas junto aos restaurantes de praia) e assim, seguiu-se o plano B, ir até ao Carvoeiro e fazer um jantar com familiares, mas antes, uma paragem na Praia da Rocha, para um café na esplanda irlandesa fronteira à praia e que está a ser objecto de grande revolução com implantação de passadeiras de madeira e demais mobiliário urbano..(ver foto)..lá para Julho deve estar tudo pronto.

Local de jantar? O restaurante do Chefe António, na Estrada do Farol, no Carvoeiro. Lá nos arranjamos em mesa para quatro, e por entre um jarro de sangria (11 euros) uma dourada de mar 1/2 kg, para dois (15 euros) mais uma espetada mista de carnes (11€), um bife pimenta (13€), e cerejas, ficamos ao preço per capita do almoço. Mais uma vez, bom ambiente, boa qualidade e bom serviço.

Depois de jantar uma hipótese de pernoita era logo ali, no Algar Seco, mas a ausência de companhia desaconselhou essa opção, e seguimos para a BTS de referência na Quarteira, na Praia do Forte Novo, (ver foto) onde estavam já instaladas variadissimas e carissimas AC, pelo menos duas com atrelados, uma de Smart e outra de Wolks Lupo, a comprovar que autocaravanismo livre não é opção de pé descalço, mas sim de opção e filosofia de vida. Noite tranquila, mas com acordar a gargarejo de galo e de toques inadvertidos de alarmes.

Dia 2, 6F, 9 de Junho de 06

Acordados, pequeno almoço da ordem, e pé na areia para percorrer o areal sem ninguém. O levante soprava e a água tinha as ondas eriçadas, logo pelo eriçado também, mas...a tentação era grande e lá fomos ao banho, que se recomenda. Café na esplanada, depois de almoço na AC, de frente para a praia, e rumo a Espanha. A ideia era descer sempre até onde fosse co
nveniente. Seguimos através de Sevilha (fica para uma próxima vez o pitoresco de atravessar o Guadalquivir abaixo de Sevilha em Coria del Rio, em barcaça, tomando a estrada em Bollulos), e depois em direcção a Cadiz (auto estrada pagante) e aqui já pela nova circular, direcção Chiclana de La Frontera, Algeciras.

Paramos em Zahara de los Atunes. Antes de Tarifa, optou-se pelo
camping Bahia de la Plata (tel 956439040) http://www.campingbahiadelaplata.com/ . Preço 21.61€, incluindo electricidade. Jantar no restaurante do parque com vinho caro e mau (8 euros), só bebível com Casera, mas com o resto razoável, um frito de peixes misto, com urtigas del mar (ouriços) por 10€, atum a la plancha 9€, mais sobremesa, cerveja, e ficamos pelos 35€. Talvez por isso eramos os únicos clientes. Quanto ao parque, bom, amplo, bem equipado, quanto ao restaurante, dentro da linha de um valor médio.

Dormida em paz.


Dia 3, Sábado, 10 de Junho de 06

Acordamos já pela hora espanhola, ou seja mais uma que a nossa patriótica hora, e até às 12h passeio pela praia até Zahara de los Atunes (povoação) num excelente percurso de cerca de 5km, areia fina, praia atlântica, àgua nem por isso convidativa, bom tempo.
Saimos do camping pouco depois e fomos até Tarifa, mesmo no porto, estacionamos e deu-se uma volta pela Vila. Ver o Castelo é que não, porque está em obras e por um ano, mas deu para deambular pelas ruelas, ir ao posto de turismo pedir papelada, e verificar que a maioria das lojas são de produtos de windsurf ou similares.

Por curisosidade recolheu-se informação sobre as viagens a Marrocos nos modernos barcos com ligações Tarifa/Tanger em 35 minutos (ver foto dos novos barcos) e com transporte de pessoas e autocaravanas, e até com excursões de três dias a Asilah (Arzila), imagine-se com duas noites em Hot
el e pequeno almoço, transporte de barco e transfer em autocarro...por 79 € por pessoa...quanto a uma travessia em autocaravana fica em 125€, e ida e volta em 225€...mais vale deixar do lado de cá a viatura e ir numa excursão de 2 noites, fica mais em conta, é mais seguro, e dá menos trabalho!

Quanto aos horários, uma agradável surpresa, ao contrário de há uns anos atrás, há 8 travessias por dia desde as 9h até às 23h cerca de 2 em 2.30h. Fica o registo para os interessados, incluindo o tel. (34) 956681830
http://www.frs.es/ .

Concluido o passeio por Tarifa, rota para Guadarranque (polígono industrial), e daqui para a costa para Carteya, ruinas romanas de povoação de pescadores especializada na secagem de peixe (como na península de Troia). Aqui há uma praia muito bem arranjada e conservada entre refinarias com excelente estacionamento, enfim uma BTS (ver foto). Aproveitamos para almoçar na AC e passear um pouco na praia com vista para Gibraltar.

Descanso feito, e outravez ao volante em direcção à Costa do Sol. Logo a seguir a Guadiaro, inflexão para a costa, passando por Estepona, São Pedro de Alcantara, Marbella, Fuengirola, Benalmádena, Torremolinos, e demais selva de cimento entrecortada esporádicamente por nesgas de praias e mar, até contornarmos Málaga.

O objectivo era ficar em Torres del Mar, onde entramos em obras que nos desviaram do primeiro acesso, logo à direita da entrada em direcção ao paseo marítimo....demos pois uma volta excessivamente longa, para regressramos ao ponto de partida a entrada na cidade, para enfim rumarmos até à linha de
praia e aqui, ao fundo e à direita encontrar o almejado camping, o propriamente dito Torres del Mar. Lugar fácil logo à entrada. Preço 19,63€ sem electricidade.

O tempo acentuou-se brumoso, e por isso ao fim de tarde nada de praia, mas sim fomos ao passeio marítimo empedrado e ao longo da praia. Depois a ronda pelos restaurantes, primeiro umas cañas de cerveja numa cervejaria, e depois, numa esplanada uma fritura de calamares e uns camarões a pil pil, com vinho branco na Marisqueria Fernando, por uns aceitaveis 20,30 euros. Mais uma passeata para fazer a digestão, e o sono dos justos.

Dia 4, Domingo,11 de Junho 06

Noite algo agitada...calor, mosquitos e foguetes festivos logo na madrugada. Banhos nos sanitários do camping, pequeno almoço, e pelas 10h, saída em direcção a Almeria, sempre pela costa, nota para Torrox praia, com autocaravanas em pernoita livre, e com boa praia, Burriana (de difícil acesso) Nerja, e antes de Almunecar, a praia da Ferradura (Herradura, em esp
anhol). Paramos aqui para um excelente banho, um bom almoço e um descanso. Ao fundo da praia, na areia e sob uma palmeira, uma autocaravana belga estacionada, lá deveria ter passado a noite. Mais uma BTS.

O restaurante em cima da praia de nome Bueno, era também bom, bem e belo, e não comendo peixe fresco deu a defesa para almoçar por 20,50€.

Termina a pausa, levantou-se vento e manteve-se a bruma. Tempo de prosseguir e aí entramos no mar de plástico das imensas estufas que se estendem até Alicante. Ao longe surpreende a superfície esbranquiçada (uma caspa industrial ?) que se chega a tomar por neve, ou por salinas, se junto ao mar, ou mesmo por água, quando os plásticos por vezes em vez de brancos são verdes. Porém chegados ao pé o horror é de mortalhas, de bairros sem janelas, como se fosssem de lata (plástica) esventrados pelo vento, altos de andares, ou rasteiros com meloas, uvas, morangos, tomates, abacates etc, a gerarem duas colheitas ao ano, e a permitirem rendimentos alternativos da especulação imobiliária.


São hectares e h
ectares em que a terra está coberta de plástico das estufas, nas encostas, nos vales, à beira mar, como uma imensa múmia, uma imensa ligadura a esconder feridas, uma autêntica mortalha da natureza. Repetimos, um horror, com direito a consagração turística de reflexos prateados, segundo o Guia Michelin da Andalucia, versão francesa, pag. 198, edição de 2003, sob a entrada Costa de Almeria. Trata-se todavia de uma preocupação séria e ecológica, bem tratada na edição do jornal ABC do dia 14 de Junho, pag.52, sob o alerta de que mais de 34% do solo está coberto artificialmente, impermeabilizado, e sem respirar. Um mar de plástico, que tem vindo a crescer (na orla mediterranica) á média de 3 hectares...por dia!

Só parámos adiante, debaixo de grande ventania no Cabo de Gata, parque natural, sem plásticos. Deviamos ter seguido para São José, mas cansados ficamo-nos pelo Camping do Cabo de Gata, ainda a tempo de um mergulho na piscina apesar do vento e da bruma, mas a àgua estava boa! Nessa noite jantámos na AC, e só depois para a sobremesa e café é que estivemos no bar do camping....sempre foi dia de futebol e do Portugal/Angola do Mundial, em que arrastadamente lá se registou a vitória de 1-0, a saber a pouco. Note-se ainda, um único casal de portugueses, também em autocaravana estava também no parque, o único com que nos cruzamos em AC em toda esta viagem!

Dia 5, 12 de Junho, 2F de Junho 06

Amanhecer sob vento e bruma. O ritual foi o habitual...higiene, pequeno almoço, pagar o camping 21,94€ (sem electricidade), e ala que se faz tarde para uma volta pela Cabo de Gata....San José, povoação simpática, com camping e estacionamentos para pernoita livre, e Isleta del Moro, tambem com parques para BTS, e uma povoação bem mais insignificante.

Entretanto feito um telefonema para o nosso amig
o José Manuel e Marisa (do grupo de CC luso-franco-espanhol), ficou assente um encontro em Gallardos, ao Km 540 da N 340. E assim foi, pelas 12.30h lá nos encontramos na estação de serviço aprazada e conversa puxa conversa....pois ficou assente, vamos lá almoçar.

Os anfitriões escolheram o local, não sinalizado, A Capela, magnifico turismo rural com um restaurante na casa senhorial ocupando parte de uma capela desafectada a
o culto, e tudo com arremetidas de loja de antiguidades com muita da decoração à venda. Um pouco kitsch, (ver foto, com vitaris recentes) dado o amaneirado do dono, mas...um requinte de refeição por exemplo, com postas de tamboril a la plancha com coentros, beringelas recheadas, vinho a condizer, nem sei de onde, espargos, patê, enfim um luxo de qualidade e de apresentação, enfim uma gentil oferta própria de cavaleiros da estrada, isto é de companheiro autocaravanista. Só pudemos retribuir com uma garrafa de vinho da região demarcada de Alenquer da Quinta do Carneiro que viajava na cave da AC. E até sempre!

Seguimos pois para Cartagena, sempre pela costa, por Mojacar, Villaricos, Águilas e bonito castelo e linha de praia, Mazarron, Isla Plana e as obras de remodelação da frente de mar, e finalmente Cartagena, também com o centro em obras...o que não deu para estacionar, mas só para percorrer algumas artérias principais. Daqui obliquamos para norte direcção a Los Alcazares, à busca do parque de campismo fronteiro ao Mar Menor. Antes porém, ida ao supermercado para algum reabastecimento.

Sempre entramos no Camping Cartago Nova (tel 968575100) amplo, com muito lugar e bons sanitários. Preço, o mais barato da viagem 14,90€ sem electricidade. Praia em frente mas escorraçados pelo vento forte e pela bruma nem pôr fato de banho! Jantamos num próximo restaurante, ali ao lado, de beira de estrada, Venta Simon, duas pessoas por 18 euros tudo incluido, p
rato de carne, vinho, cerveja, sobremesa e café.

Sono dos justos e com oportunidade para por alguma leitura em dia.

Dia 6, 3F, 13 de Junho 06

Grande ventania de noite até de manhã,
para acordarmos ao som de eucaliptos desgrenhados, e com o sol oculto pela bruma. Opção única esquecer a praia e ir até La Manga, e recordar uma anterior viagem de há uns 24 anos atrás, na altura em caravanismo. Lá tentámos recordar os trajectos mas estavam irreconheciveis, La Manga e toda a demais língua de areia estão bombardeadas por edificios de apartamentos, uma Brandoa ininterrupta, não se vendo nem o mar (mediterraneo) nem o mar (menor). Em vez de plástico, prédios, em vez de areia, prédios, em vez de paisagem, prédios. Para esquecer e recomendar: não a La Manga!

Apenas numa nesga junto ao restaurante Paquebote (em forma de navio) há uma praia visivel da estrada, do lado esquerdo (sentido sul norte) e a respectiva linha de àgua, e do lado direito um descampado, por enquanto, onde tambem se vislumbra a praia e o mar, tendo-se pois a sensação agradável de se estar entre dois mares e sobre areia...como há 24 anos atrás! Registou-se em foto tão extaordinário momento e até, imagine-se, algumas AC estacionadas no tal descampado....Depois, foi fazer meia volta e voltar atrás rápidamente.

Prosseguimos até Alicante, sempre pelo passe
io marítimo, ao longo da costa, por Torrevieja, Santa Pola (salinas imensas). Aqui não paramos, limitamo-nos a circular pelas vias mais largas à volta do centro, e depois rumámos a Elche (em castelhano) e Elx (em Catalão), património mundial classificado pela Unesco.

Aqui sim, estacionamos em zona azul, com ticket, quase junto ao imenso palmar que caracteriza a cidade, almoçamos num restaurante junto à praça principal, (17 euros) fomos ao turismo, fotografamos uma dama de Elche em flores, (ver foto) e percorremos as ruelas medievais para acorrer à Basílica de Santa Maria, ao Museu Arqueológico Municipal, passando pela Calahorra (torre medieval) e pela praça de Baix, onde está a Câmara, com as placas de visita do Rei Juan Carlos e Rainha Sodfia, e já também do Principe das Asturias e mulher.

Antes de regressar à AC fomos comprar o jantar: alcachofras, mexilhões, patê, azeitonas, e renovar o stock de Nescafé...solo. Seguimos de rota batida para Almeria, pelo interior, para El Ejido e Adra, povoação histórica (ultimo bastião arabe na peninsula ibérica) à busca, entre plásticos de estufas contiguas, depois da zona de Campo de Dalias, do camping La Habana, junto ao mar. Lá chegámos a par
tir de sinalização da N340.

O Camping La Habana com electricidade ficou por 17,20€, e estava cheio.
Só de residentes, que só não marcavam presença por ser dia de semana. Por isso ficamos numa rua transversal, sem problemas. O mar em frente revolto e com rochas não dava sequer para tentar o banho, este resolveu-se nos sanitários na companhia de mosquitos vorazes. Entretanto o vento amainava e a bruma ia-se dissipando. Bom ambiente para o jantar na AC com os mexilhões à marinheira e as alcachofras cozidas e molho de ervas, mais vinho,mais o queijo de azeitão e o resto de pão alentejano sobrevivente. Um luxo!

Dia 7, 4F, 14 de Junho 06

Durante a noite viveram-se as quatro estações do ano: verão quente, chuva e trovoada de inverno e outono e a calmaria da primavera. Pelas 8.30h o acordar definitivo, a rotina matinal e a saída em direcção ao centro de Adra e do seu porto de pescadores, e dpois foi seguir a N340 e a A7 sempre q
ue aquela se metaformoseava em via de duas pistas. Sempre pela marginal, outravez, com nota positiva para Calahonda, até Motril. Aqui paramos num estacionamento de terra batida junto ao serviço de proteccção civil, quase no centro, e deambulamos pelas simpáticas ruas de peões até à praça de Las Palmeras, Café Plaza para um café e um croissant manteiga (4€) e a compra do ABC (1€) para actualizarmos as notícias. (foto em Motril)

Seguimos depois para Motril porto e praia, e de seguida sempre pela costa já percorrida até Velez/Málaga para reabastecimento em hipermercado Eroski de gazóleo a 0,939...almoçar no restaurante Gambrinus do dito por 19,15€, e ainda fazer umas compras, entre elas uma garrafa de whisky Grants de litro, a convidativos 9,85€!

Depois duas tentativas frustradas de estacionar e dar uma volta a pé por Torremolinos e por Porto Banus. Impossível porém....o estacionamento público é em regra subterrâneo, e à superfície as dimensões da AC não eram compativeis com os escassos espaços possiveis. Por isso, sempre e
m frente até...tarifa onde chegamos pelas 20.30h ao Tarifa Camping (tel 956684778) http://www.camping-tarifa.com/ com acesso directo à praia. Excelente parque, preço 19,53€, sem electricidade. Jantar na AC depois de uma passeata pelas 21h na praia, sem vento para desespero dos windsurfers, com uma luminosidade de filme, com um mar chão, céu azul, sem núvens e a cidade de Tarifa ao fundo de uma baía, de postal.

A noite foi das mais descansadas desta viagem.

Dia 8, 5F 15 de Junho de 06

Excelente acordar e ala a la playa. Porém a maré vazia descobriu rochas a todo o lado e dificultou banhos. Ficou o tempo para o bronze até as 12.30h. Restou fazer o check out e regressar a penates, não sem antes fazer uma pausa para almoçar em Puerto de Santa Maria. Agora com o novo estacionamento (pago) é mais descansativo parquear a AC e ir a pé para a Ribera del Marisco. Claro que a opção recaiu no Romerijo...com o IVA a 7% em vez dos 12% em Portugal, sempre se
come mais marisco que imposto...

O Romerijo é uma empresa familiar que significa Romero Hijo (filho do Romeu? do Romeiro?) especialista no tratamento de marisco em duas vertentes...o frito...e o cozido. Tem dois estabelecimentos fronteiros, (ver foto) onde se compra a peso os comes...por exemplo do lado esquerdo, voltado para a R
ibeira...fica a freiduria (fritos) onde 600 gramas de peixe variado custa 10 euros, e as porções de 250 gramas pesadas a olho e sempre para mais peso...custam sempre e apenas a base, de camarão, galamares, ovas, lulas etc...e do lado direito fica o cocedero (marisco cozido) de gambas a lagostas, percebes etc...onde também cada um compra a peso o que entende (que lhe é entregue em imensos cones de papel) e depois senta-se na esplanada, e aqui encomenda as bebidas, as batatas fritas e mayonese etc...No nosso caso a festa ficou por 33,65€, mais um gelado e café na heladaria em frente, 3,70€.

Depois de almoçar e desmoer no paseo maritimo, retoma
do semovente e rumo à costa, passando próximo de San Lucar de Barrameda, e do parque natural Donaña, (ver foto) depois para Sevilha pela auto estrada, seguindo por Huelva até à fronteira sem problema, sem vento, sem bruma, sem chuva, e assim já a uns 50km de Vila Real telefonema para um familiar em Vilamoura. Têm compromisso para jantar? Não? Então vamos a qualquer lado juntos.

A surpresa aconteceu ao chegar a Vilamoura na EN 125....chuva torrencial tanta, e tão carregada de àgua, que pequenas inundações cresciam pelas bermas, eram quase 20h. Assim o jantar ficou em casa, com a partilha de iguarias como uma tapenade (patê de azeitonas) que tinhamos na AC, mais uma garrafa de vinho espanhol, e ainda as resteas do queijo de azeitão, mais umas salsichas especiais compradas no Apolónia, um carpaccio de bacalhau, uns bifes de lombo....pois uma delícia de companhia, de conversa, de jantar, e de fim de festa!

Foi a segunda noite em livre. No estacionamento do aldeamento turístico sem incomodar ninguém, e sem sermos por ninguém incomodados. De manhã, logo se veria.

Dia 9, 6F 16 de junho 06

Acordados pela chuva fraca comparada com a nocturna. Dia cinzento, e por isso, sempre pela velha nacional logo pelas 8.45h, saida de Vilamoura rumo ao norte, travessia de Vila Franca, chegada a Alenquer, compra no Brilha de almoço (frango assado, queijo, batata frita e favas com entrecosto 17€) para um último almoço na esplanada do Bar do Além do Alenquer Camping. Depois, a troca do semovente pela viatura de todos os dias, e o regresso final à residência, ao computador, ao Blog e aos sonhos de uma próxima viagem!

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