domingo, março 12, 2006

Macau, viagem de Outubro/Novembro de 2005



Foi esta a minha quarta deslocação a Macau nos últimos 25 anos, o que permitiu avaliar muito especialmente a extraordinária evolução desde a primeira visita nos idos de 1980, pouco após a abertura da China ao ocidente, e com entrada em Macau de autocarro vindos de Cantão, e após atravessarmos em batelões e pontes rudimentares todo o delta, até a última vez já em 1997, dois anos antes do “handover”, ou seja da restituição da administração à China, em que aterrara no excelente aeroporto de Macau. Na terceira vez a chegada a Macau foi de “cacilheiro” a partir de Hong Kong, depois de aterrar no antigo aeroporto.

Agora, Novembro de 2005, a solução foi utilizar o aeroporto novo de Hong Kong (voo directo a partir de Londres), e depois o turbojet a partir do próprio cais do aeroporto, solução mais cómoda do que ir de autocarro para o terminal marítimo dos jetfoils em Kowloon.

Tempo de viagem? A saída de Lisboa a um Sábado foi pelas 14h da tarde e a chegada a Macau, ao final do dia de domingo, pelas 19h...a diferença horária são 8 horas...portanto cerca de 24h de viagem.

A primeira visão que se tem de Macau, chegados de mar, já noite, foi nova, letras vermelhas e garrafais, num edifício gigante? Que seria? Só no dia seguinte foi possível confirmar que se tratava de um dos maiores e novos casinos de Macau, o Sands, americano, um dos actuais 17 casinos após a esgotada situação de monopólio de Stanley Ho.

E desta vez nem por curiosidade entrei nas salas de jogo...a não ser, ter atravessado a do Casino Lisboa, que continua emblemático, mas submergido por prédios novos que o cercam, e em direcção ao coffee shop, passando pelo museu de esculturas riquíssimas de jade.

Foi possível revisitar, numa curta estadia por motivos profissionais, vários recantos de Macau, desde o antigo Leal Senado (hoje instituto de apoio às autarquias), ao palácio do ex governador, ao palácio de Dona Sancha, a marginal da Praia Grande, a Taipa, a Coloane só que...parece que se verificaram entretanto dois fenómenos simultâneos.

Um que o território classificado pela UNESCO de património mundial (com arquitectura lusa e também chinesa, caso dos templos...), encolheu, insularizou-se e embelezou-se, e outra, que nos terrenos conquistados ao mar, quais novos polders, se ergueu e continua a emergir uma cidade pujante, com visão e dimensão deste século XXI, e com dimensões em altura e volume que transcendem a métrica europeia.

Macau é pois um destino turístico cultural a vários títulos, pois se para nós portugueses nos atrai com saudosismo, o excelente museu de Macau, as placas toponímicas em português e inglês, o impecável das fachadas, das pinturas e dos interiores das igrejas e demais edifícios públicos da herança colonial, incluindo a Academia Militar (hoje restaurante), os passeios empedrados de pedra negra e branca a imitar o nosso calcário lisboeta com rigor, e ainda ocasionalmente um empregado dos correios ou da policia a expressar-se em português, por outro lado o pujante e moderno desenvolvimento, para os estrangeiros esses mesmos aspectos, a acrescer a um metrópole cosmopolita e os casinos, (que geram a receita de 70% do orçamento de Macau) são factor de igual valia. Assim o acham cerca de 18 milhões de turistas esperados ate final de 2005.


Falta falar do shopping? Não, já não é o que era. Por um lado acabou a pirataria e a contrafacção, isso só nas feiras do relógio, ou de Carcavelos, gracejou-me um macaense...escusado procurar dvd, cd ou electrónica a preços baixos ou tee shirts, tennis, etc. que sejam de marca....embora exista a marca crocodile, há anos estabelecida, e em concorrência com os da Lacoste. Por outro lado, câmeras de vídeo e máquinas fotográficas e demais artefactos da geração multimédia também não vale a pena...custam o mesmo que em Lisboa mesmo com o IVA a 21 que por cá se cobra.

Sugestões...pois é indispensável uma visita à Torre de Macau, pelo menos ao seu restaurante (Tromba Rija) que é giratório, que tem um buffet intra-nacional, isto é de todas as nações, e uma vista tão espectacular como do andar mais alto (bungee junping) e com o preço do elevador incluído na refeição. É indispensável também percorrer as três pontes de Macau (há uma quarta que conduz à China), visitar as ilhas que se estão a continentalizar, com terraplanagens, a cidade desportiva, as ruas do centro histórico, as emblemáticas ruínas de São Paulo, o jardim Lou Lim Leoc, o Forte do Monte, o Forte da Guia e o Farol, o Jardim Camões, a igreja de São Francisco em Coloane, o porto interior e o exterior, com as esplanadas, e claro o Museu Marítimo, e o templo de A-Ma...

Fica muito por dizer, muito que contar e muito que mostrar, mas estas linhas e estas fotos são o que o blog permite..., possa o leitor ir a Macau (ou RAEM Região Autónoma Especial de Macau) e depois completar estas notas!

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