V Raid ATTA (2002)
Fazer turismo rodoviário, ou touring, constitui uma oportunidade interessante seja em viatura própria, seja alugada no regime de rent-a-car, e utilizando-a conjuntamente com um pacote de viagem aérea, e alojamento combinado. Mas, com um grupo de amigos, todos em jeep, em viagem com troços todo o terreno, com percursos de deserto, areia, pistas e estradões, constitui uma solução ainda mais interessante no caso de Marrocos.
No caso concreto, integrados no V Raid da ATTA, Amigos do todo o terreno de Alenquer, com o alto patrocínio do ACP, e do Circulo de Amizade Portugal Marrocos (integrado no Instituto Luso Árabe para a Cooperação), a nossa viagem a Marrocos em 2002, por ocasião das férais da Páscoa, constituiu uma experiência positiva, que se recomenda.
Note-se que se tratou de um Raid, ou seja de um passeio, e não de uma prova desportiva competitiva, por isso não interessava ter dotes de navegador, de acelera, ou estar super equipado com uma máquina artilhada. Claro que no grupo de 11 viaturas havia quatro com GPS e ajudas radio, e duas viaturas com guincho, equipamento que se mostrou útil, e até necessário para quem era responsável pela organização.
Para o comum dos participantes, como era o nosso caso, bastou ter alguma prática de todo o terreno, uma viatura adequada, no caso um Jeep Korando, para ajuizar das ocasiões de entrada das mudanças curtas ou longas, nos casos em que o piso o tornava indispensável, e conduzir a ambas as mãos, e á velocidade adequada, não para perder de vista o primeiro da coluna, mas sim para não deixar de perder de contacto o veículo que nos seguia.
Assim, o grupo que testou a sua homogeneidade e coesão num chuvoso e lamacento sábado no paúl da Ota, em Alenquer, e nos corta fogos que circundam a A1 em Alenquer, manteve-se sempre em boa ordem de marcha e sem grandes contratempos. Os pequenos problemas que sempre surgem, foram resolvidos pela equipa, ou em garagem, por mecânicos marroquinos polivalentes e experimentados no desenrascanço, como aconteceu em Marrakech para soldar um ponderal de direcção partido, e reparar um alternador que teimava não querer carregar a bateria.
Este ano, o circuito do Raid levou-nos a atravessar o alto Atlas, o Baixo Atlas e até a percorrer parte do anti Atlas, ou seja percursos montanhosos, e também os areais das dunas a sul de Erfourt, até ao deserto circundante de Merzouga, e obviamente alcatrão, e até autoestradas, em especial a partir de Casablanca, ou entre Tanger e Midelt.
Quanto ao alojamento e refeições, o sistema adoptado mostrou-se adequado a um mix de conforto e de aventura. Para além dos hotéis de quatro estrelas, normalmente com piscina, onde por regra se tomaram os pequenos almoços e os jantares, também houve noites mais espartanas, em especial o campismo livre num oásis, junto ao posto militar fronteiriço com a Argélia, em Azkham, e a pernoita no acampamento berbere turístico de Merzouga. Por outro lado, os almoços em pic nic resultaram em cheio devido aos abastecimentos trazidos de Portugal, desde enlatados a vinho, ou cerveja e refrigerantes.
Merece referência o cuidado posto na preparação da viagem. Todos tinham um road book, com os percursos diários em croquis, com as indicações kilométricas, e demais informação indispensável, como por exemplo as moradas e telefones dos hotéis, e os contactos com todos os membros do grupo, pois o recurso ao telemóvel, para quem não dispunha de rádio mostrou-se útil, e o roaming funciona para todos os operadores portugueses.
Individualmente, os equipamentos levados também se mostraram adequados em função do check lis oportunamente distribuído...mas acrescentamos como sugestão para quem queira repetir esta experiência...que deva levar também uma loção solar, um baton de cieiro, e um termos ou um cantil isotérmico, para ter sempre à mão, conforme gosto ou café quente, ou agua fresca.
Para além disto, levámos no nosso jeep uma geleira eléctrica ou ”arca frigorífica”, e um fogão camping gaz, e uma inútil caixa de ferramentas, e um cabo de aço (porque o carro vassoura e outros mais equipados duplicavam em qualidade e quantidade o que tínhamos).
Mais útil revelou-se o kit farmacêutico com máscara para pó, e diversos adesivos, comprimidos e solutos para prevenir conjuntivites, ou inconvenientes de digestão, bem como a documentação turística:
Fazer turismo rodoviário, ou touring, constitui uma oportunidade interessante seja em viatura própria, seja alugada no regime de rent-a-car, e utilizando-a conjuntamente com um pacote de viagem aérea, e alojamento combinado. Mas, com um grupo de amigos, todos em jeep, em viagem com troços todo o terreno, com percursos de deserto, areia, pistas e estradões, constitui uma solução ainda mais interessante no caso de Marrocos.
No caso concreto, integrados no V Raid da ATTA, Amigos do todo o terreno de Alenquer, com o alto patrocínio do ACP, e do Circulo de Amizade Portugal Marrocos (integrado no Instituto Luso Árabe para a Cooperação), a nossa viagem a Marrocos em 2002, por ocasião das férais da Páscoa, constituiu uma experiência positiva, que se recomenda.
Note-se que se tratou de um Raid, ou seja de um passeio, e não de uma prova desportiva competitiva, por isso não interessava ter dotes de navegador, de acelera, ou estar super equipado com uma máquina artilhada. Claro que no grupo de 11 viaturas havia quatro com GPS e ajudas radio, e duas viaturas com guincho, equipamento que se mostrou útil, e até necessário para quem era responsável pela organização.
Para o comum dos participantes, como era o nosso caso, bastou ter alguma prática de todo o terreno, uma viatura adequada, no caso um Jeep Korando, para ajuizar das ocasiões de entrada das mudanças curtas ou longas, nos casos em que o piso o tornava indispensável, e conduzir a ambas as mãos, e á velocidade adequada, não para perder de vista o primeiro da coluna, mas sim para não deixar de perder de contacto o veículo que nos seguia.
Assim, o grupo que testou a sua homogeneidade e coesão num chuvoso e lamacento sábado no paúl da Ota, em Alenquer, e nos corta fogos que circundam a A1 em Alenquer, manteve-se sempre em boa ordem de marcha e sem grandes contratempos. Os pequenos problemas que sempre surgem, foram resolvidos pela equipa, ou em garagem, por mecânicos marroquinos polivalentes e experimentados no desenrascanço, como aconteceu em Marrakech para soldar um ponderal de direcção partido, e reparar um alternador que teimava não querer carregar a bateria.
Este ano, o circuito do Raid levou-nos a atravessar o alto Atlas, o Baixo Atlas e até a percorrer parte do anti Atlas, ou seja percursos montanhosos, e também os areais das dunas a sul de Erfourt, até ao deserto circundante de Merzouga, e obviamente alcatrão, e até autoestradas, em especial a partir de Casablanca, ou entre Tanger e Midelt.
Quanto ao alojamento e refeições, o sistema adoptado mostrou-se adequado a um mix de conforto e de aventura. Para além dos hotéis de quatro estrelas, normalmente com piscina, onde por regra se tomaram os pequenos almoços e os jantares, também houve noites mais espartanas, em especial o campismo livre num oásis, junto ao posto militar fronteiriço com a Argélia, em Azkham, e a pernoita no acampamento berbere turístico de Merzouga. Por outro lado, os almoços em pic nic resultaram em cheio devido aos abastecimentos trazidos de Portugal, desde enlatados a vinho, ou cerveja e refrigerantes.
Merece referência o cuidado posto na preparação da viagem. Todos tinham um road book, com os percursos diários em croquis, com as indicações kilométricas, e demais informação indispensável, como por exemplo as moradas e telefones dos hotéis, e os contactos com todos os membros do grupo, pois o recurso ao telemóvel, para quem não dispunha de rádio mostrou-se útil, e o roaming funciona para todos os operadores portugueses.
Individualmente, os equipamentos levados também se mostraram adequados em função do check lis oportunamente distribuído...mas acrescentamos como sugestão para quem queira repetir esta experiência...que deva levar também uma loção solar, um baton de cieiro, e um termos ou um cantil isotérmico, para ter sempre à mão, conforme gosto ou café quente, ou agua fresca.
Para além disto, levámos no nosso jeep uma geleira eléctrica ou ”arca frigorífica”, e um fogão camping gaz, e uma inútil caixa de ferramentas, e um cabo de aço (porque o carro vassoura e outros mais equipados duplicavam em qualidade e quantidade o que tínhamos).
Mais útil revelou-se o kit farmacêutico com máscara para pó, e diversos adesivos, comprimidos e solutos para prevenir conjuntivites, ou inconvenientes de digestão, bem como a documentação turística:
- o mapa das estradas de Marrocos da Turinta/Halwag, o Guia Neos de Marrocos, o Guia Michelin verde, O Guia Essencial Marrocos da Abril Controljornal, e ainda, mais histórico e cultural, o Maroc Guide et Histoire de Nina Banon. Finalmente, para os que se querem preparar mais a sério...podem ler o Manual de Viagens para Amantes da Natureza, de Dominique Le Brun e François Le Guern, editado pelas Publicações Europa América.
Assim preparados, foi maior o rendimento desta viagem que decorreu desde as margens do Rio de Alenquer, na madrugada de dia 20 sábado, de Abril, até á noite de terça feira dia 30 do mesmo mês, no mesmo local, depois de um périplo que nos levou através do Alentejo (Beja e Serpa) e Andaluzia (Sevilha e Tarifa) até ao porto de Algeciras, e depois da travessia de ferry boat do estreito de Gibraltar, a partir de Tanger para Alcácer –Quibir, Meknes apenas circundada, Azrou, Midelt, Erfoud, Merzouga, Tinerghir, Ourazate, Marrakech, Casablanca, Rabat e novamente Tanger.
Não houve problemas de abastecimento de combustível, pois a rede marroquina é suficiente em todo o percurso, embora a regra seja a ter sempre o deposito atestado, tanto quanto e quando possível; também não houve problema de câmbio de moeda, porque o multibanco funciona, e os euros valem como “oros”, em especial nos centros urbanos, e ainda, porque finalmente ao gosto árabe, é sempre possível negociar kif kif, ou seja por troca, ao menos parcial...e foi assim que trouxemos uma Tajine (pote de barro vidrado para cozinhar a vapor carne e legumes) por permuta de um par luvas de trabalho em carneira.
De resto, as pessoas, as paisagens e até a fauna, só podem ser consideradas como gratificantes, pela beleza que a Natureza não poluída proporciona, e que quantas vezes relembra cenários de filmes, ou descrições bíblicas e medievais. A temperatura ambiente, máximo 27º, e a altitude fresca, máximo registado 2 600 metros, com neve à vista, ficam na pele, e não se gravam em imagens, nem em palavras, tal como a poeira da areia dourada e finíssima das dunas.
São fascinantes as medinas, os bazares, os souks (mercados), os ksar (fortificações) ou os Kasbah (povoações muradas), os oueds (rios temporários) os oásis, os camelos, os rebanhos de cabras e de ovelhas e seus pastores, os burricos sobrecarregados de carga ou de cavaleiros, os miúdos com as suas saudações de beira de estrada, e os vestuários desde os kaftans, ás djilabas e aos boubous, para não falar nos turbantes multicolores e de múltiplas formas de os armar. São também interessantes, as especiarias e os animais á venda, vivos...o lagarto uromix comestível, camaleões, tartarugas, esquilos, ouriços cacheiros, cobras e até, no meio das dunas, apareceu quem quisesse vender uma raposa branca do deserto, bem jovem.
As rosas olorosas, e tudo que com elas se faz desde sabão a perfumes, as pedras fosseis, as cerâmicas com a sua decoração geométrica, os tapetes, as cestas e vimes, os barros, as peças de vestuário, as babuchas (chinelos), a marroquinaria desde chapéus a coletes, cintos, carteiras, os metais de cobre, de prata marroquina, os punhais, jóias, braceletes, pulseiras, e colares de contas e filigranas, candeeiros de vidros coloridos, até os azulejos, as jarras, as esculturas e objectos de osso de camelo, e as peças de madeira artesanal como portas, e janelas trabalhadas, são tentações de shopping constantes.
Fomos resistindo QB. Mas sempre regressámos a pretexto de recordações para os amigos, com algumas cruzes do sul (que há quem sustente que dão sorte e servem de astrolábio terrestre para orientação), um prato especial porque figurativo, com peixes dispostos geometricamente, diversos fosseis, para pisa papeis, e um inevitável turbante típico dos chamados homens azuis. Mais não veio, porque já em outras ocasiões tínhamos estado em Marrocos e já tínhamos dessas vezes comprado o chapéu estilo Indiana Jones, em pele de camelo, um ferro de engomar em latão, um albornoz, um porta moedas em pele de cabra, e sei lá que mais...
A solução é mesmo registar em vídeo e fotografia aquilo que os olhos vêm, embora, os cheiros e odores, a luz do sol nascente nas dunas, a música marroquina, os falares para nós algarviados, os sabores e a ambiência não tenham tradução possível senão na memória de cada um, e por isso mesmo são de difícil descrição. É mesmo indispensável ir ao local para se perceber a magia e encantamento de Marrocos.
Ficam pois as sugestões...ir ver com os próprios olhos, ir viajar a Marrocos em “quatre quatre”, ou seja em TT, em grupo, com amigos conhecedores já do território, e com alguns dirhams ou euros no bolso, e não perder:
- O Túnel do Legionário dito de Foum Zaabal
- A mesquita de Hassan II em Cásá (Casablanca)
- A Praça de Jmaa El Fna em Marrakech (a partir do entardecer)
- O nascer do sol nas dunas de Merzouga
- O desfiladeiro das gargantas do Todra
- Um Oásis, ou pelo menos um vale verdejante com palmeiras
- O campo de batalha de Ksar el Kebir (Alcacer-Quibir)
- Um souk de beira de estrada de cerâmicas
- A travessia de um oued (ribeiro intermitente)
- Uma loja de mobiliário e decoração (medina de Tanger)
Assim preparados, foi maior o rendimento desta viagem que decorreu desde as margens do Rio de Alenquer, na madrugada de dia 20 sábado, de Abril, até á noite de terça feira dia 30 do mesmo mês, no mesmo local, depois de um périplo que nos levou através do Alentejo (Beja e Serpa) e Andaluzia (Sevilha e Tarifa) até ao porto de Algeciras, e depois da travessia de ferry boat do estreito de Gibraltar, a partir de Tanger para Alcácer –Quibir, Meknes apenas circundada, Azrou, Midelt, Erfoud, Merzouga, Tinerghir, Ourazate, Marrakech, Casablanca, Rabat e novamente Tanger.
Não houve problemas de abastecimento de combustível, pois a rede marroquina é suficiente em todo o percurso, embora a regra seja a ter sempre o deposito atestado, tanto quanto e quando possível; também não houve problema de câmbio de moeda, porque o multibanco funciona, e os euros valem como “oros”, em especial nos centros urbanos, e ainda, porque finalmente ao gosto árabe, é sempre possível negociar kif kif, ou seja por troca, ao menos parcial...e foi assim que trouxemos uma Tajine (pote de barro vidrado para cozinhar a vapor carne e legumes) por permuta de um par luvas de trabalho em carneira.
De resto, as pessoas, as paisagens e até a fauna, só podem ser consideradas como gratificantes, pela beleza que a Natureza não poluída proporciona, e que quantas vezes relembra cenários de filmes, ou descrições bíblicas e medievais. A temperatura ambiente, máximo 27º, e a altitude fresca, máximo registado 2 600 metros, com neve à vista, ficam na pele, e não se gravam em imagens, nem em palavras, tal como a poeira da areia dourada e finíssima das dunas.
São fascinantes as medinas, os bazares, os souks (mercados), os ksar (fortificações) ou os Kasbah (povoações muradas), os oueds (rios temporários) os oásis, os camelos, os rebanhos de cabras e de ovelhas e seus pastores, os burricos sobrecarregados de carga ou de cavaleiros, os miúdos com as suas saudações de beira de estrada, e os vestuários desde os kaftans, ás djilabas e aos boubous, para não falar nos turbantes multicolores e de múltiplas formas de os armar. São também interessantes, as especiarias e os animais á venda, vivos...o lagarto uromix comestível, camaleões, tartarugas, esquilos, ouriços cacheiros, cobras e até, no meio das dunas, apareceu quem quisesse vender uma raposa branca do deserto, bem jovem.
As rosas olorosas, e tudo que com elas se faz desde sabão a perfumes, as pedras fosseis, as cerâmicas com a sua decoração geométrica, os tapetes, as cestas e vimes, os barros, as peças de vestuário, as babuchas (chinelos), a marroquinaria desde chapéus a coletes, cintos, carteiras, os metais de cobre, de prata marroquina, os punhais, jóias, braceletes, pulseiras, e colares de contas e filigranas, candeeiros de vidros coloridos, até os azulejos, as jarras, as esculturas e objectos de osso de camelo, e as peças de madeira artesanal como portas, e janelas trabalhadas, são tentações de shopping constantes.
Fomos resistindo QB. Mas sempre regressámos a pretexto de recordações para os amigos, com algumas cruzes do sul (que há quem sustente que dão sorte e servem de astrolábio terrestre para orientação), um prato especial porque figurativo, com peixes dispostos geometricamente, diversos fosseis, para pisa papeis, e um inevitável turbante típico dos chamados homens azuis. Mais não veio, porque já em outras ocasiões tínhamos estado em Marrocos e já tínhamos dessas vezes comprado o chapéu estilo Indiana Jones, em pele de camelo, um ferro de engomar em latão, um albornoz, um porta moedas em pele de cabra, e sei lá que mais...
A solução é mesmo registar em vídeo e fotografia aquilo que os olhos vêm, embora, os cheiros e odores, a luz do sol nascente nas dunas, a música marroquina, os falares para nós algarviados, os sabores e a ambiência não tenham tradução possível senão na memória de cada um, e por isso mesmo são de difícil descrição. É mesmo indispensável ir ao local para se perceber a magia e encantamento de Marrocos.
Ficam pois as sugestões...ir ver com os próprios olhos, ir viajar a Marrocos em “quatre quatre”, ou seja em TT, em grupo, com amigos conhecedores já do território, e com alguns dirhams ou euros no bolso, e não perder:
- O Túnel do Legionário dito de Foum Zaabal
- A mesquita de Hassan II em Cásá (Casablanca)
- A Praça de Jmaa El Fna em Marrakech (a partir do entardecer)
- O nascer do sol nas dunas de Merzouga
- O desfiladeiro das gargantas do Todra
- Um Oásis, ou pelo menos um vale verdejante com palmeiras
- O campo de batalha de Ksar el Kebir (Alcacer-Quibir)
- Um souk de beira de estrada de cerâmicas
- A travessia de um oued (ribeiro intermitente)
- Uma loja de mobiliário e decoração (medina de Tanger)
Viajar até MArrocos II
De repente uma tenda de venda de tapetes no deserto !
A imensidão das areias finas e douradas, contrastam em dois tons com um céu azul, límpido e sem nuvens.
Nada no horizonte do mar de areia. Nada a voar ou flutuar no espaço, e só o ruído da caravana todo o terreno, a deixar atrás de si rolos de poeira de nuvens leves que logo se acamam, e aquietam, num solo onde fica o tracejado dos pneus.
De repente surge um ponto saliente à nossa frente, umas ruínas da cor do solo, feitas de tijolos de adobe amassado em bosta de animais, e cimentados por escassa água de chuvas raras.
Depois a pouco e pouco, divisa-se um ponto mais escuro que ao avanço dos jeeps vai tomando a forma de uma pirâmide irregular.
Mais próximo ainda, apercebemo-nos: É uma tenda berbere de serapilheira grossa, cor de alcatrão ou de óleo usado. Na frente, um berbere entre tapetes, uma cadeira de plástico vermelha, um bidon de água também em plástico, um fogareiro camping gás para o bule de chá, de hortelã pimenta.
Depois apercebemo-nos de outras tendas, de outros berberes comerciantes do deserto. É tempo de uma paragem!
Os cinco jeeps do VI Raid Alenquer Marrocos, alinham em paralelo, e todos saltamos fora da trepidação, para uma pausa dos km de pista já rodados.
Claro que tanto são motivo de atracção e curiosidade para nós, as tendas berberes, como são para estes os jeeps portugueses, que são cercados para satisfazer a curiosidade... o quê, portugueses? Pois então são dos “nossos” e isto, em pleno deserto significa futebol: Figo, Sérgio Conceição, Pauleta, têm ali admiradores!
Acresce a curiosidade pelo UMM, raro naquelas paragens, e pelo emblema do ACP com as quinas que continuam a ser o brasão da cidade de CEUTA, enfim pelo autocolante do Circulo de Amizade Portugal Marrocos escrito em português e em árabe, e com os emblemas verde rubro (comuns a Marrocos e a Portugal) um da estrela de cinco pontas, o outro, o das quinas.
Aumenta a curiosidade com a chegada de miúdos aparecidos como que do nada, e a pedinchar ... dirham (uma moeda) bonbon (um rebuçado) ou stylo (esferográfica) ou pura e simples a papaguearem sem fim, merci, merci, como antecipando o agradecimento por alguma oferta mais valiosa, e por isso mais ambicionada, por exemplo uma “casquete”... ou seja um boné.
O grupo dos Amigos Todo o Terreno de Alenquer, participantes neste raid de 18 a 30 de Abril, de 2003, por terras de Marrocos, de Tanger a Zagora, desta vez resistiu às compras de tapetes, de bijuteria e de tambores (tan-tans).
Foi mesmo uma pausa ligeira. O caminho esperava, e pouco depois todos rumamos areias afora no sentido Merzouga - Zagora pela pista militar, junto à fronteira da Argélia.
Nada do que vimos naquele deserto lembrava Tanger, o campo de batalha de Alcácer Quibir ou Ifrane. Nada do que vimos naquelas areias tinha algo em comum com os portos e praias de Mogador (Essaouira) ou Mazagão (El Jadida) que iríamos visitar no regresso.
Nada? Talvez afinal tudo tivesse a ver, a natureza, a presença humana resistente, a imensidão do universo afinal, é a mesma!
Decarvalho
Maio de 2003
A imensidão das areias finas e douradas, contrastam em dois tons com um céu azul, límpido e sem nuvens.
Nada no horizonte do mar de areia. Nada a voar ou flutuar no espaço, e só o ruído da caravana todo o terreno, a deixar atrás de si rolos de poeira de nuvens leves que logo se acamam, e aquietam, num solo onde fica o tracejado dos pneus.
De repente surge um ponto saliente à nossa frente, umas ruínas da cor do solo, feitas de tijolos de adobe amassado em bosta de animais, e cimentados por escassa água de chuvas raras.
Depois a pouco e pouco, divisa-se um ponto mais escuro que ao avanço dos jeeps vai tomando a forma de uma pirâmide irregular.
Mais próximo ainda, apercebemo-nos: É uma tenda berbere de serapilheira grossa, cor de alcatrão ou de óleo usado. Na frente, um berbere entre tapetes, uma cadeira de plástico vermelha, um bidon de água também em plástico, um fogareiro camping gás para o bule de chá, de hortelã pimenta.
Depois apercebemo-nos de outras tendas, de outros berberes comerciantes do deserto. É tempo de uma paragem!
Os cinco jeeps do VI Raid Alenquer Marrocos, alinham em paralelo, e todos saltamos fora da trepidação, para uma pausa dos km de pista já rodados.
Claro que tanto são motivo de atracção e curiosidade para nós, as tendas berberes, como são para estes os jeeps portugueses, que são cercados para satisfazer a curiosidade... o quê, portugueses? Pois então são dos “nossos” e isto, em pleno deserto significa futebol: Figo, Sérgio Conceição, Pauleta, têm ali admiradores!
Acresce a curiosidade pelo UMM, raro naquelas paragens, e pelo emblema do ACP com as quinas que continuam a ser o brasão da cidade de CEUTA, enfim pelo autocolante do Circulo de Amizade Portugal Marrocos escrito em português e em árabe, e com os emblemas verde rubro (comuns a Marrocos e a Portugal) um da estrela de cinco pontas, o outro, o das quinas.
Aumenta a curiosidade com a chegada de miúdos aparecidos como que do nada, e a pedinchar ... dirham (uma moeda) bonbon (um rebuçado) ou stylo (esferográfica) ou pura e simples a papaguearem sem fim, merci, merci, como antecipando o agradecimento por alguma oferta mais valiosa, e por isso mais ambicionada, por exemplo uma “casquete”... ou seja um boné.
O grupo dos Amigos Todo o Terreno de Alenquer, participantes neste raid de 18 a 30 de Abril, de 2003, por terras de Marrocos, de Tanger a Zagora, desta vez resistiu às compras de tapetes, de bijuteria e de tambores (tan-tans).
Foi mesmo uma pausa ligeira. O caminho esperava, e pouco depois todos rumamos areias afora no sentido Merzouga - Zagora pela pista militar, junto à fronteira da Argélia.
Nada do que vimos naquele deserto lembrava Tanger, o campo de batalha de Alcácer Quibir ou Ifrane. Nada do que vimos naquelas areias tinha algo em comum com os portos e praias de Mogador (Essaouira) ou Mazagão (El Jadida) que iríamos visitar no regresso.
Nada? Talvez afinal tudo tivesse a ver, a natureza, a presença humana resistente, a imensidão do universo afinal, é a mesma!
Decarvalho
Maio de 2003
DICIONÁRIO E VOCABULÁRIO PARA MARROCOS
Os participantes do V Raid TT Alenquer Marrocos organizado pela ATTA, não tiveram dificuldades de comunicação, a não ser os anglófonos ou os afónicos.
De facto, a linguagem gestual resolve muitas situações, logo de seguida acompanhada pela linguagem gutural – por exemplo, para encomendar carne, basta emitir os sons de méé – para significar borrego, ou múú – para identificar a carne de vaca!
Para além disso é conveniente usar palavras portuguesas de origem árabe, e que têm por isso mesmo o mesmo significado nas duas línguas. Assim por exemplo: Sopa é sopa ou chorba, batata é batata, fruta é frouta, salada é chalada, e farinha é farina.
Quanto ao espanhol, ou “portinhol” tem alguma utilidade em Tanger, como por exemplo os “oros” para euros. No resto do país convém recordar algumas palavras em francês tais como:
Bonjour – bom dia (e em geral serve de cumprimento como olá),
Merci, que tanto pode significar obrigado (agradecimento) como por favor (pedido).
Monsieur, (messieu) para senhor,
Bonbon e caramel para rebuçado,
Vetements para tudo, desde tee shirts, sapatos, bonés,
Casquette para boné,
Stylo – caneta, esferográfica e por extensão caderno.
Cadeau – presente,
Change – troca,
Cigarette – cigarro,
Gazelle – rapariga bonita,
El froumage – queijo,
Finalmente em árabe convém fixar,
Dirham – dinheiro,
Salam – olá, bom dia,
Choucrane – obrigado,
Kif – kif – troca, permuta,
Naam – sim,
La – não,
Maa assalama – Adeus,
Méziane – bom,
Kebir – grande,
Seghir – pequeno,
Araft – compreendido,
Chhal – quanto?
Ghadda – amanhã, mais tarde,
Sidi – senhor,
Lalla – senhora,
Nous – metade (pronuncia-se nousse, e é ideal para negociar, oferecendo-se portanto metade do preço, ou melhor ainda toulout (um terço) ou até, se o preço pedido for muito alto logo no início, é oferecer um quarto – roubou ou robb – como quem diz... isso é um roubo!