sumário: Voltas e reviravoltas das férias de Páscoa 2006 à procura da Comarca de Vera, da Rota de D. Quixote, de Cuenca, da nascente da Tejo, Teruel, Saragoça,e ainda do Encontro do Forum do Camping Car, em Vera de Moncayo, e regresso ao Alenquer Camping (
www.dosdin.pt/agirdin).
Dia 1, Alenquer-Jarandilla de La Vera.
Dia 7, sexta feira antes da semana da Páscoa, e depois de uma janta no Bichezas e uma dormida de véspera no Alenquer Camping, ala que se faz tarde, porque já começaram as férias escolares da época. Saída do camping, pela manhã, e rumo, via Vila Franca de Xira sempre pelas velhas estradas nacionais, até Elvas, (ver foto da motor home inglesa com smart a reboque) aqui, pequena inflexão para a autoestrada, para entrada em Espanha pela rede gratuita de autoestradas.
A tradição já não é o que era “de Espanha nem bom vento nem bom casamento”, agora já há melhores ventos face à invernia política portuguesa, até com falta de quorum na Assembleia da Republica!
Segue-se o atestar de depósito de gazóleo, com alguns litros também gratuitos face aos preços portugueses onde o litro estava pelos 1,026 e em Espanha, logo ali, a 0,96. Pelas horas de almoço, paragem no restaurante ao Km 325 para uma refeição parcialmente gratuita também, pois com o iva a 7% em vez dos 12%, sai mais barato pagar os impostos alimentares em Espanha. O que sobra em tributo, ganha-se em bife (aqui ternera, ou chuletas) ou em vino, o nosso vinho. Fica a nota: dois menús tudo incluido, entradas, prato principal, sobremesa, pão, vinho e agua, apenas pelos afixados 8 euros cada, ou seja os 16 euros no restaurante do sr. Porra, e ainda com café incluído!
Também não se viu nenhum polícia ou brigada à caça da multa na estrada. Polícias sim, salteadores de coimas não, sem carros descaracterizados, radares dissimulados, e escondidos atrás da curva da estrada à coca, não do infractor inconsiderado, mas do chefe de família momentaneamente descontraído e incauto.
Estava dada a receita para o bem estar de descontração do cidadão à procura de respirar um pouco de descanso: nem notícias sobre protelamento da idade da reforma e de diminuição do cálculo das ditas, ou do despedimento latente de funcionarios, ou de redução das comparticipções do Estado em remédios ou tratamentos hospitalares, porque as noticais das rádios lusas iam-se desvanecendo, nem preço de combustiveis mais elevados, nem iva nas refeições a 12%, nem polícias à espreita emboscada de intolerâncias zero. Enfim, cigarrilhas quase a metade do preço com caixas de 20 ao preço das caixas de 10 em Portugal..Ufa...
Rumo mais adiante, Navalmoral de la Mata a caminho perdido da Comarca de Vera, mas mais adiante em outro desvio, lá se retomou o norte, e chegou-se a Madrigal de La Vera, e todas as demais Veras, incluindo Passaron de La Vera, Jaraiz de La Vera, e Jarandilla de La Vera, entre outras. (ver foto do castelo) Opção pelo Camping la Jaranda, e escolha acertada. Sanitários suficientes, arborização também, de montanha, e cascata de àgua do degelo da Serra de Gredos. Jantar na vila de Jarandilla, que se vai bem a pé desde o camping até encontrar o restaurante Puta que te Parió II. Típico, com menús tudo incluído, a 8 euros. A meio da janta (cabrito cuchifrito) interrupção sonora de tambor e cornetim do desfile da semana santa, ou de pascoela.
Noite na autocaravana que só se dá por finda com os trinados da passarada.
Dia 2, Jarandilla de La Vera-Embalse de Alarcon.
Difícil ficar na cama com o sol crescente nas montanhas a derramar-se em luz, do topo para os vales. Saída directa, que já ontem ficaram pagos os 17.50€ da estadia, e rumo a Arenas de San Juan,
(ver foto da ponte) com algum interesse, e de seguida, a descida para outra Vera, a Tá lá...Vera de la Reina, Maqueda, Toledo. Aqui, estacionamento fácil da viatura, o “coche cama” como dizem alguns espanhóis, e gratuito (eram já 14h de sábado) por detrás da praça de touros. A pé a distância não é muita para uma das primcipais portas da cidade, e logo ali um almoço debaixo de chapéu de sol e ao ar livre, com menús já mais caros, tudo incluído, imagine-se, a 10€, por pessoa.
Depois o início da rota D. Quixote. De acordo com o folheto turístico há 10 “rutas D.Quixote”. Escolhemos uma eclética: Toledo, Mora de Toledo, Manzaneque, Consuegra, Madridejos, Puerto Lapice, Villa Franca de los Caballeros, Alcázar de San Juan, Campo de Criptana, Pedro Munoz, San Clemente...porém as novas auto estradas (gratuitas) nems equer vêm nos mapas. Foi necessário deitar fora o Mapa das Estradas Michelin de 2004, e tentar substitui-lo, mas nem o mapa da edição 2006 serviu pois está desactualizado, o que é imperdoável. A solução está no Atlas de Carreteras España e Portugal, da Geoplaneta, edição 2006, e mesmo assim, com a advertência de que estão a tracejado muitos troços de auto estrada já em funcionamento, e gratuito.
Os contratempos de utilização das estradas levaram a que nem tudo foi visto como se planeara, mas também serve para não recomendar especialmente as “rutas” D. Quixote, porque o essencial visual são os moinhos, sem velame, mas funcionais, mais altos, mais cilindricos que os nossos. Estes moinhos fazem grande contraste com os novos moinhos eólicos de produção de electricidade da Endesa, que em importância substituiu contemporaneamente a Dulcineia.
Sem grande problema, mas cansados, chegamos já noite ao embalse de Alarcon, ao respectivo Camping, sem história, sem recibo, sem restaurante, sem sequer bar a funcionar, mas com o preço de 17,50 euros, electricidade e espaço suficiente. Na zona, com as contravoltas das estradas foi a melhor solução, e além de nós um holandês solitário em “integral”, também achou o mesmo. Mas, no dia seguinte, quase combinados, saímos os dois turistas do parque, cada um ao seu destino. Média de consumo da AC, cerca de 10,50l/km, e a despesa ao jantar, comido na autocaravana ficou pelo preço dos mantimentos em reserva.
Dia 3, de Alarcon a Cuenca
Começamos pela fortaleza que é Alarcon, cidade do visogodo Alarico, e espctacular, aninhada num penhasco inacessivel, senão por um dos lados num istmo natural, ingreme, e entre arcos de portadas de entrada para o planalto medievo. O Parador actual está no Castelo, (ver foto abaixo)e o demais ao redor está bem conservado e vale a pena a viagem, e os percursos a pé, entre ruelas. logo à entrada da Cidadela há um estacionamento amplo, bom para os “autobuses” e autocaravanas.
Depois de Alárcon, rumo a sul, a Albacete para ver a catedral, (foto abaixo) fácil com estacionamento na avenida principal ajardinada, sem problema. De registo a interessante solução urbanística em volta da catedral, na mesma cor, sem garnde altura, e com distanciamento sem afectar o conjunto. Logo próximo das escadarias da igreja, o mercado de rua de antiguidades. O “snapshot” fotográfico, e a retoma da estrada.
Mapa desdobrado (ainda não há GPS) co-piloto atento, e rota para Alcalá de Jucar, nas margens deste rio. Estacionamento fácil para autocaravanas dos dois lados da ponte, e almoço também possível para duas pessoas entre os 17 e 20€, uma garrafa de vinho de Valdepenas incluido.Uma beleza de sítio, de constelação habitacional, com boas soluções de relação com o rio, com uma praia fluvial, restaurantes suficientes sobre as margens, planos de àgua ajardinados, e caminhos pedrestes ao longo das margens.
Bom “case study” para presidentes de câmara portugueses embiocados em promessas eleitorais subscritas por empreiteiros. Aqui, trogloditas, só em vestigios históricos de casas escavadas na rocha...
(ver as 2 fotos de Alcalá de Jucar)
De seguida, rumo a Cuenca e ás míticas casas “colgadas” e ao casco velho.
Junto ao estacionamento dos autocarros há arrumadores de automóveis que se cobram, e lá se arranja estacionamento para a AC. Depois é só subir uma rampa para ver a única casa colgada dos postais, (e da foto!) bem conservada de madeirame, impecável. É um restaurante. Quanto ás outras é mais a fama que o proveito. Deste ponto alto, bonitas vistas e possibilidade de visitar o casco velho que é relativamente pequeno, e que permite depois descer até novamente à zona do “parking”.
Esgotada Cuenca, segue-se ao longo do rio em direcção ao Vale de Cabras, e a cerca de 7km, o Camping de Cuenca aparece como um oásis. Bom relvado, sanitários monumentais (ver foto), recepção eficiente e prerrogativa aos forasteiros (isto é, não residentes) de escolherem lugares logo à entrada. Para quem não tenha auto alojamento, há bungalows de madeira para alugar. O jantar foi no restaurante do Camping, também aberto aos estradistas. Menú, mais uma vez tudo incluído, também com uma garrafa de vinho tinto, da Serra de Gredos, 10€ por pessoa, e com direito “caldereta de cordero”, a especialidade local. O sono dos justos foi precedido pelas notícias da televisão portátil, que até funcionou sem antena.
Dia 4, de Cuenca a Rubielos de Mora
Pequeno almoço de café e torradas, higiene nas majestáticas casas de banho, (foto ao lado) e pelas 9.45h a caminho do circuito Vale das Cabras, Cidade Encantada (labirinto de pedrugulhos erodidos) por 3€ por visitante, que poupámos, e depois a rota para o Mar de Castilla, e embalse de Entrepenas, e de Buendia, passando por Sacedon. Boas vistas, mas pouco ou nenhum aproveitamento turístico, embora com locais de estacionamento fartos, até para pernoitar junto às abandonadas construções de apoio à construção das barragens, por isso, nem para almoçar havia lugar onde.
(fotos de Buen dia e de Entrepenas)
Assim regressamos ao caminho para Cuenca, e passada Canaveras, obliquamos para Priego. Excelente escolha e magnifico restaurante com a clássica especialidade da região que são as migas com uvas. Seguiu-se a busca da nascente do Tejo. Direcção Beteta, depois para Tragacete e finalmente do lado esquerdo da estrada a indicação de Monumento del Tajo, que confere com a do mapa de “nascimiento del Tajo”.
Fotos feitas do dito monumento com uma figura estilizada humana, mais um touro e um cavalo, que esforçadamente, sendo o rio internacional, bem poderiam querer significar a ligação animal e telúrica quer ao local do nascimento, quer ao local da foz! Nada disso porém, o folheto turístico informa que as 3 figuras representam as três províncias onde se desenvolve o leito inicial do Tejo: Teruel, Cuenca e Guadalajara. No local duas autocaravanas espanholas que, tal como nós, atestaram um garrafa de água de montanha puríssima do Tejo/Tajo. Seguiu-se a descida da montanha, e o registo de que o Tejo nasce em Casas de Fuente Garcia, Vale de Valtablado, nos Montes Universais, a 30km da da Serra de Albarracin.
Logo depois, inciada a descida, ocasião de visitar a bonita cascata do moinho, (foto abaixo) no caminho para a vila de Albarracin.
Esta cidade vale a pena, o estacionamento foi fácil, logo a seguir ao túnel que passa por baixo da cidade, e sem problema, e sem taxa. A visita faz-se subindo escadarias através de ruelas medievais estreitas, a lembrar a Alfama de Lisboa, com vida comercial de lojas de artesanato e similares, incluindo de gastronomia e bares e restaurantes. Quanto ao mais, a praça da Câmara, e as casas colgadas que são mais numerosas dos que as de Cuenca, mas sem merecerem a consagração emblemática do bilhete postal. Recomenda-se!
Seguiu-se Teruel. Erro na busca do primeiro camping, fechado, e com mau aspecto de acessos, e depois rumo à alternativa a Rubiales de Mora, por nova autoestrada, que não vem no mapa senão a tracejado, e quase a chegar...luz vermelha de alerta do sistema de injecção. Pânico e respeito próprio pela electrónica que se desconhece, o meu adamastor de viajante, por isso, logo na primeira garagem, o “stop” inquiridor as 20h. Só amanhã disse o garagista, pelas 8h.
Restou o jantar no Hostal de Mora, menu também, mas ao preço sobre elevado em relação aos hábitos adquiridos de 12€, enfim, mais os extras, por exemplo o vinho da região demarcada de Carinena, desta vez foi um esbanjar de euros, para dois esfomeados, 27.50€. Dormida no parking do Hostal devidamente autorizada, sem problema.
Dia 5, de Rubielos de Mora a Vera de Moncayo
As 8h, em ponto estavamos na garagem, e pelas 8.30h o chefe da dita, depois de preparar o computador concluiu que não tinha o “software” para o motor Fiat Ducato 2.8jtd, Bosch, da nossa Knaus Fiat. Paciência...e agora? Pois só em Ter
uel! Rumo então a Teruel, pela tal nova autoestrada (será preciso dizer que é gratuita?), ao polígono industrial á procura da Fiat, que aqui está reunida com a Mercedes e Lancia. Tudo electrónico, tudo de bata, e o Sr. da casa inflexivel, que só nos podia atender pelas 12h.
Nada a fazer, senão o regresso a Teruel. Bom estacionamento gratuito e amplo para autocaravanas, junto à estação de comboios da Renfe, bem localizável no mapa da cidade, incluido no Atlas das Carreteras, e útil para a visita à catedral e ruas pequenas e estreitas, sem grande interesse. Paragem para café, (foto ao lado) e paragem para o miradouro desinteressante junto ao mercado municipal. Para completar o tempo de espera, visita à catedral, (foto em baixo) algumas compras num dos poucos supermercados vistos nesta zona de Espanha.
Regresso à garagem autorizada Fiat antes das 12h, e na altura própria, o técnico com computador portátil lá se dirigiu ao motor e...como era a primeira vez, decerto não deu com a ficha de diagnóstico (ver foto abaixo) .Veio o chefe e lá resolveu esse pré requisito, mas não só foram os finalmentes. Que sim, que podia ser uma de cinco avarias, que para detectar qual poderia demorar 5h, que não podia prever qual etc. Um susto de profissionalismo correcto, daí as perguntas angustiadas: qual o risco de continuar viagem? Quais as precauções a tomar? Quais as próximas garagens da zona de Saragoça, a cerca de 150Km?
A custo lá se percebeu: Se o consumo não aumentar, se as rotações estiverem normais, se a temperatura do motor for a normal, se o escape não libertar fumo suspeito, o risco reduz-se, mas, um MAS maísculo, abútreo, continuou a pairar no ar. Ok. Quanto se deve? Nada? Pois então retoma-se o caminho a uns 90/100 km/h, quase sempre em 5ª velocidade, e sem ir a mais das 2.300 rotações, e com a temperatura abaixo do nível de metade do mostrador. À cautela, no bolso, as moradas de garagens Fiat de Saragoça.
Seguimos pois caminho para Saragoça e tudo normal dentro daqueles parametros. Almoço em Daroca. Não na cidade que até justifica um pequeno circuito pedestre, depois de parar a viatura no parque logo à entrada, pela arcaria brazonada e embandeirada, (fotos abaixo) mas já na estrada, num dos locais com camiões TIR à porta a servir de reclamo seguro. Menú a 11 €, mas atenção, encarecido com IVA à parte! Todavia a merluza (pescada) a “la plancha” estava excelente.
Sem história chegou-se a Saragoça. Paragem momentanea no estacionamento dos autocarros de turismo, para ir ao posto de turismo do Pilar buscar folhetos, que apenas confirmam o que o Guia Michelin de Espanha diz. Assim, estacionou-se a autocaravana no parque de autobuses, do outro lado do Rio, e lá se chegou ao amplo terreiro entre a Catedral e a Sé. Uma fonte de jogos de àgua interessante, e a estátua de Goya rodeada também de um espelho de água, que no verão deve ser um atractivo especial para crianças a reboque dos paizinhos turistas.
Catedral incontornável...na sua visita interna. A capela interior da Virgem do Pilar é de visita indispensável, o coro e o orgão também merecem um olhar respeitoso, e o altar principal de arte sacra? Não adianta descrever aquilo que. ou já está referenciado em inúmeros guias turísticos, ou só se apreende totalmente “in loco”. Melhor in loco!
Vista a Saragoça turística da Catedral, e do exterior também a Sé, percorridas algumas ruas, retomou-se o parque de “autobuses” em direcção à circular denominada de Z-40 (Saragoça 40 km), para tomar a direcção Sória, e depois, o desvio da N122 para Tarazona. Objectivo Vera de Moncayo, camping do mesmo nome, para a I Concentração Luso-Franco-Belgo-Espanhola do forum francês do Camping Car, animado pelo grande amigo de Portugal e lenda do autocaravanismo, Jean Pierre Rossi. (na foto o segundo da esquerda) .Ver o site excelente
http://www.le-site-du-camping-car.fr/.
Chegamos ao destino já pelas 20h, e à entrada lá estava Jose Manuel e mulher Marisa, do Forum, e uma amiga do casal, Pilar, caravanista, e o dono do parque de campismo, o simpático e reformado, António (que o abre da Pascoa até final do verão) e que é um camping relvado, plano, com electricidade própria de gerador, e sanitários pré fabricados tipo contentor de estaleiro, mas funcionais e com água quente de termo acumulador.
Simples, eficiente, adequado, mas se calhar nunca licenciável em Portugal. Tomadas de electricidade em pequenas torres para caravanas e autocaravanas, e ausência de pontos de água dispersos, mas existentes nos dois blocos de sanitários. Recepção em prefabricado de madeira, e alguns bancos de madeira dispersos sob duas zonas de telheiros comuns.
Jantar no Hostal de Vera de Moncayo, a bater até então, o record das despesas perdulárias, o mais elevado de sempre desta viagem, imagine-se de 38 euros, ou seja dois menús de 15€ e mais quatro cervejas a 2€. Era único, a alternativa estva fechada as terças feiras, mas nada em desabono da qualidade e até do preço comparado com Portugal. Passeata a pé de regresso ao camping, que fica a cerca de 500m do “pueblo”, e dormida descansada.
Dia 6, Vera de Moncayo/Santuário-I
Dia de início do Encontro ou Concentração de AC (auto caravanistas para portugueses e espanhois) e de CC (camping caristes para franceses e belgas).
Logo de manhã subida de jeep ao santuário de Moncayo, no alto da montanha de um antigo glaciar, pela estrada florestal para reconfirmar preços e ementas do almoço de qinta feira.
Depois, almoço no camping organizado pelo Jose Manuel que apresentou como prato de resistência bacalhau com “setas e pimientos de piquillo” e cada qual presente levou mais o que quiz, pão de ló, e aguardente de Miguel (o outro conjunto português), vinho, pão, “patenade” (paté de azeitonas), alface, anchovas etc. em mesas corridas, mais o casal Gerard regressado de 3 meses de viagem por Marrocos.
Depois, tranquilos e chefiados pelo anfitrião mor, Jose Manuel, a ida ao café da Vila, o Asador Libre (porque cada um leva a carne para assar e só paga as bebidas), já com vários membros do grupo ( e respectivos cães) que entretanto foram chegando incluindo o Jean Pierre Rossi. De seguida, a “siesta” e a “detente” e o descanso e trocas de impressões sobre viagens, problemas e novidades...como a de que em Grândola, um belga abriu um parque de campismo (!) depois de luta hercúlea com a burocracia. Uma dica a confirmar quando não houver só informação em holandês no site em
http://www.daboavista.net/.
Também descansei um pouco mais sobre a luz avisadora da viatura, pela causa provável avançada, injector com mau contacto a necessitar substituição, mas nada de alarme até Lisboa. A ver vamos. Mas a experiência deste lote de pré reformados, aposentados, jubilados e “retraités”, descansa quem (ainda) não fez três meses seguidos a viajar, ou mais de 200.000 Km em autocaravana, como é o caso de algum destes veteranos. Então, foi tempo de ir actualizando este Blog que se espera possa ter utilidade para quem se interesse pelo tema do "touring".
Até ao final do dia foram chegando os demais autocaravanistas, incluindo uma caravana francesa. Curioso anotar que eram todas do tipo profilado, e só nós com a "capucine", porém em consumos, pelo rastreio feito anda tudo pela média dos 11/13 consoante a velocidade, em que as profiladas podem fazer mais facilmente 10Km/h que as de capucine.
Que escolher então? Integral que era a do Miguel, o outro português? Mais espaço, mais comprimento, mais euros. Profilada? Menos resistência ao vento, menos espaço interior, mais comprida e mais euros? Ou capucine, mais em conta, mais espaço interior, menos comprimento, mais consumo, mais ginástica para subir à cama montada na capucine? Ou ainda a solução “furgon”, em transformação industrial ou artesanal? Menos euros, menos espaço, menos consumo, mais velocidade? Só há uma resposta, experimentar qualquer modelo alugado, ou então o neófito arriscar uma primeira compra em segunda mão.
O Jantar debaixo de forte ventania de tipo pirenaico, portanto fria e da montanha nevada de Moncayo, foi muito variado porque cada um trouxe a sua quota parte incluindo os liquidos, especialmente o “antigel”, de que havia à escolha: vinho da região a 14º, e uma aguardente de frutos silvestres “Pacharon”, plenamente eficazes quando acompanhados de “morcelita” de arroz avelãs e pinhões, queijo, e tudo o mais. Um voltita a pé para desmoer, e estava feito do dia.
Dia 7, Vera de Moncayo/Santuário-II
Acordar espontâneo com o romper do sol às 8h. E pelas 9.30h, higiene feita, e pequeno almoço tomado, a passeata a pé até à vila, fazer umas mercas, parte já a pensar no regresso, como é o caso dos espargos enlatados, das "morcillas", e até as migas, e uma garrafa de moscatel local. Depois, foi fazer tempo até ao início da expedição ao Santuário, desde logo reduzindo o número de autocaravanas a subir cerca de 20 km até aos 1600m, quer pelo esforço, quer pela falta de estacionamentos, e portanto dividindo alguns dos presentes por autocaravanas, carros e jeeps.
Chegados quase ao topo, o resto de cerca de 1 km de picada por estradão pedregoso foi feito a pé, e no final o grupo dividiu-se entre os atletas que subiram até ao rochedo acima do Santuário, e o que se limitou a caminhar pelas veredas até às Três fontes. Depois foi gozar o sol, a paisagem, limpar os pulmões com ar de montanha e após um aperitivo, finalmente as 14.30h, sentar para almoço. Fica a dica que as tais migas com uvas, e o conejo (coelho) com setas (miscaros-brancos, e trombetas dos mortos-negros) são OK. O preço, o mais alto de sempre, um record de 21€ por pessoa.
Regresso com descida parte a pé, parte em boleia de jeep, e depois o remanso do camping sem vento ensoleirado, com mais elementos do grupo de AC entretanto chegados, de Toulouse, de Albacete, de Pamplona, de Dax, de Le Mans, etc, agora com as “capucines” mais bem representadas e ainda algumas integrais mais. “Dolce fare niente” foi o mote até ao jantar. Ponto alto, o descasque colectivo de batatas para a almoçarada de amanhã!
Dia 8, Vera de Moncayo/ Mosteiro -III
Um espanto o mosteiro de Veruela dos monjes cistercenses do século XII, e posteriores acrescentos. Uma hora de vista com destaque para os claustros, o jardim interior, a catedral, os altares laterais, as pedras com símbolos dos pedreiros do tempo dos construtores de catedrais da maçonaria operativa! A não perder...as 4 fotografias falam por si.
Podem ver-se mais fotos e informações sobre este Encontro de AC/CC, e relato complementar em françês em
http://perso.wanadoo.fr/jean-pierre.rossi/veraO almoço de todo o grupo do I Encontro de AC/CC (auto caravanistas e camping caristes) foi uma festa no camping de Vera de Moncayo de 30 pessoas com cozinhado na altura de um prato aragonês (um rancho) de guizado de cordeiro, coelho e ....caracois, por 7,5 € por pessoa tudo incluido.
Saimos de rota batida para Portugal depois de pagar o camping (12€ por dia) e de um ultimo olhar para o cume cheio de neve de Moncayo ( o monte calvo). Tomamos a estrada para Tarazona, depois para Agreda, e Medinacelli, antes de reentrar na autoestrada para Madrid (gratuita) e aqui contornar a M40, para apanhar a A5 para Badajoz. Percurso sem incidentes e pouco trânsito, a uma média de 13l/100km.
Antes de Badajoz obliquamos para o Caia, direcção Campo Maior e aqui para a Barragem, directos ao parque de Campismo onde chegamos as 9.45h portuguesas (são 4.30h de Madrid até ao camping). Mesmo a tempo de um jantar português com caçãao frito e bacalhau assado para matar saudades, e queijo alentejano, tudo 23€, incluindo vinho de Borba, uma factura razoável.
Dia 9, de Caia a Alenquer
O acordar foi ao som de um galo, e depois do pequeno almoço uma volta pedrestre pelo camping, que tem vistas excelentes para a barragem há muito descoberta pelos espanhois, que o tinham invadido. Pago o camping, muito menos que a média em Espanha, 9.05 €, (embora sem ligação de electricidade) e seguiu-se a rota descendente pela nacional, passando por Vila Fernando, Monntemor, Pegões, Vila Franca de Xira e finalmente Alenquer, onde chegamos pelas 12h com uma pausa no Intermarché de Arraiolos para reencher o depósito de gazóleo a 1.06 euros. Com a luz acesa avisadora e vermelha do sistema electrónico de injecção não tivemos problema, mas a ida à revisão já está agendada. A próxima viagem é que ainda não...e aceitam-se sugestões!